sábado, setembro 30, 2006
Pacto? Patético (2)
Viva America !
Springsteen, Dylan, Young, ZZ Top, Petty ele próprio. Tudo no mesmo disco.
Highway Companion, de Tom Petty, um disco cheio de pedalada (tentem não olhar para a capa).
Highway Companion, de Tom Petty, um disco cheio de pedalada (tentem não olhar para a capa).
E depois
é claro, há a concorrência desleal.
Por exemplo, que o Inimigo Público ocupe espaços privilegiados nos blogues não é jogo limpo. Era mais correcto mostrarem o original [She relocated to the United States in 1989 where she founded an entertainment company providing services to national and international media clients]. Humor por humor...
Por exemplo, que o Inimigo Público ocupe espaços privilegiados nos blogues não é jogo limpo. Era mais correcto mostrarem o original [She relocated to the United States in 1989 where she founded an entertainment company providing services to national and international media clients]. Humor por humor...
Ah, é verdade
não sei se já vos tinha dito que estive a ler o artigo de opinião de Alberto Arons de Carvalho (sim, o Arons, esse mesmo). Vem hoje no Público.
Teorias da conspiração
Desde 11 de Março de 2004 que a direita espanhola não pára de tentar associar a ETA aos atentados. Já perdeu umas eleições por causa disso e parece que ainda não aprendeu a lição. Nos últimos meses, a liderança do PP tinha ganho novo fôlego para essa sua teimosia, devido a um relatório policial que registava umas coincidências de explosivos. Ouro sobre azul, agora que o governo espanhol tenta negociar com a ETA o fim do terrorismo.
Esta semana, soube-se que o tal relatório policial era forjado...
[só espero que esta história do relatório nunca passe na RTP]
Esta semana, soube-se que o tal relatório policial era forjado...
[só espero que esta história do relatório nunca passe na RTP]
É a crise
da imprensa.
Como é que nós podemos confiar num jornal que, logo ao terceiro número da nova vida, troca o transparente e elegantérrimo saco berliner por um vulgar saco tipo-Expresso, perdão, tipo-Sol, onde cabe qualquer resma de papel aparentada de jornal. Até, imaginem, o preferido do jcd, sim aquele que tem, na mesma página
o Sócrates a subir (of course)
o Mendes a descer
o Mota Amaral a descer
o Cavaco a descer (imaginem !)
[também tem o Manuel Pinho a descer, mas isso deve ser só para disfarçar...]
Como é que nós podemos confiar num jornal que, logo ao terceiro número da nova vida, troca o transparente e elegantérrimo saco berliner por um vulgar saco tipo-Expresso, perdão, tipo-Sol, onde cabe qualquer resma de papel aparentada de jornal. Até, imaginem, o preferido do jcd, sim aquele que tem, na mesma página
o Sócrates a subir (of course)
o Mendes a descer
o Mota Amaral a descer
o Cavaco a descer (imaginem !)
[também tem o Manuel Pinho a descer, mas isso deve ser só para disfarçar...]
Oh Diabo
parece que falo chinês.
O berliner, jcd, é o do Expresso. É no saco do Expresso que o jcd, por mais que queira, nunca conseguirá, sem dobrar, meter o cardeal Ratzinger, o Donald Rumsfeld, o Ariel Sharon (mesmo em coma...) e o João Carlos Espada, mesmo que todos condensados numa pessoa só...
Quanto ao resto, ora deixa-me cá ver, deixa-me cá ver, hoje temos:
manchete com mais umas maldades aos funcionários públicos (espero que o Sócrates me mande o cheque na segunda-feira...)
artigo de opinião do Francisco Sarsfiled Cabral (não percebo porque insiste o Jorge Coelho na ideia de que temos de manter este fulano...)
duas páginas sobre o CDS profundo (enfim, um servicinho discreto para ver se o Mendes dá sinais de vida nas sondagens...)
um artigo com o fabuloso título: Alegristas contra novo Bloco Central (os gajos, os da Comissão Permanente, insistem que temos de proteger o Alegre, ainda não percebi o ponto...)
o Lomba e o João Miguel Tavares (perigosíssimos, perigosissímos... estes dois, ninguém me tira da ideia, frequentam o Largo do Rato às escondidas... Aquele Lomba, então, até fez um blogue de apoio ao Cavaco. Estão a ver o resultado, não estão?)
Ah, é verdade, temos a medalha do Sá Carneiro. Porra, mas quem pôs aqui a medalha do Sá Carneiro? Eu não tinha dito que era a da Edite Estrela, a medalha era a da Edite Estrela...
O berliner, jcd, é o do Expresso. É no saco do Expresso que o jcd, por mais que queira, nunca conseguirá, sem dobrar, meter o cardeal Ratzinger, o Donald Rumsfeld, o Ariel Sharon (mesmo em coma...) e o João Carlos Espada, mesmo que todos condensados numa pessoa só...
Quanto ao resto, ora deixa-me cá ver, deixa-me cá ver, hoje temos:
manchete com mais umas maldades aos funcionários públicos (espero que o Sócrates me mande o cheque na segunda-feira...)
artigo de opinião do Francisco Sarsfiled Cabral (não percebo porque insiste o Jorge Coelho na ideia de que temos de manter este fulano...)
duas páginas sobre o CDS profundo (enfim, um servicinho discreto para ver se o Mendes dá sinais de vida nas sondagens...)
um artigo com o fabuloso título: Alegristas contra novo Bloco Central (os gajos, os da Comissão Permanente, insistem que temos de proteger o Alegre, ainda não percebi o ponto...)
o Lomba e o João Miguel Tavares (perigosíssimos, perigosissímos... estes dois, ninguém me tira da ideia, frequentam o Largo do Rato às escondidas... Aquele Lomba, então, até fez um blogue de apoio ao Cavaco. Estão a ver o resultado, não estão?)
Ah, é verdade, temos a medalha do Sá Carneiro. Porra, mas quem pôs aqui a medalha do Sá Carneiro? Eu não tinha dito que era a da Edite Estrela, a medalha era a da Edite Estrela...
E é assim que se apanha
um mentiroso. Obviamente, não havia escolha alguma a fazer. O Público nunca caberia num saco berliner. A não ser dobrado. E o jcd não ia querer amarrotar a crónica da Helena Matos, pois não?
A América
tem cada vez mais anti-americanos.
The White House ignored an urgent warning in September 2003 from a top Iraq adviser who said that thousands of additional American troops were desperately needed to quell the insurgency there, according to a new book by Bob Woodward, the Washington Post reporter and author. The book describes a White House riven by dysfunction and division over the war.
Secretary of Defense Donald H. Rumsfeld is described as disengaged from the nuts-and-bolts of occupying and reconstructing Iraq — a task that was initially supposed to be under the direction of the Pentagon — and so hostile toward Condoleezza Rice, then the national security adviser, that President Bush had to tell him to return her phone calls. The American commander for the Middle East, Gen. John P. Abizaid, is reported to have told visitors to his headquarters in Qatar in the fall of 2005 that “Rumsfeld doesn’t have any credibility anymore” to make a public case for the American strategy for victory in Iraq.
The White House ignored an urgent warning in September 2003 from a top Iraq adviser who said that thousands of additional American troops were desperately needed to quell the insurgency there, according to a new book by Bob Woodward, the Washington Post reporter and author. The book describes a White House riven by dysfunction and division over the war.
Secretary of Defense Donald H. Rumsfeld is described as disengaged from the nuts-and-bolts of occupying and reconstructing Iraq — a task that was initially supposed to be under the direction of the Pentagon — and so hostile toward Condoleezza Rice, then the national security adviser, that President Bush had to tell him to return her phone calls. The American commander for the Middle East, Gen. John P. Abizaid, is reported to have told visitors to his headquarters in Qatar in the fall of 2005 that “Rumsfeld doesn’t have any credibility anymore” to make a public case for the American strategy for victory in Iraq.
Pacto? Patético
Manchete do Expresso de hoje: Portas e Marcelo lançam pacto para o aborto. Parece que os deputados do PSD e do CDS, no âmbito do relançamento do referendo, se preparam para propor o arquivamento dos processos contra mulheres que abortaram.
Das duas uma:
1. Ou o Expresso voltou às manchetes completamente amalucadas;
2. Ou a falta de vergonha de alguns políticos a lidarem com coisas sérias atingiu um novo zénite.
A acompanhar.
Das duas uma:
1. Ou o Expresso voltou às manchetes completamente amalucadas;
2. Ou a falta de vergonha de alguns políticos a lidarem com coisas sérias atingiu um novo zénite.
A acompanhar.
sexta-feira, setembro 29, 2006
Palavras
que as pessoas usam só para atrair audiências aos blogues...
Volto já!
Alguém tem de trabalhar, não é?
quinta-feira, setembro 28, 2006
Qual Sócrates, qual suécia, qual carapuça
Coisas que acontecem durante a noite
Um dos últimos leitores deste blogue estava aparentemente no Brasil e chegou aqui após teclar no Google «propagandas emocionais engraçadas». Eu acho isto significativo. Ainda não percebi é porquê.
quarta-feira, setembro 27, 2006
Crazy like a fox
If you think Chávez is intimidating free expression, just watch television there - my God, devil is the least of things the opposition is allowed to call me on the air.
[Entrevista de Hugo Chávez à Time desta semana.]
[Entrevista de Hugo Chávez à Time desta semana.]
E pronto
lá se desfazem os mitos sobre o poder de iniciativa.
O liberalismo, agora numa visão completamente estatizada: os privados só podem fazer aquilo que o estado os deixa fazer.
O liberalismo, agora numa visão completamente estatizada: os privados só podem fazer aquilo que o estado os deixa fazer.
Então!?
A cada dia que passa, faz mais sentido a pergunta de Fernanda Câncio:
Oh Pedro Arroja, o senhor tem mesmo a certeza de que existe?
Oh Pedro Arroja, o senhor tem mesmo a certeza de que existe?
terça-feira, setembro 26, 2006
Genericamente
alegro-me de cada vez que nasce um jornal e fico triste quando algum fecha ou entra em dificuldade.
A discussão na especialidade é todo um outro programa.
A discussão na especialidade é todo um outro programa.
Ainda os incêndios
«Apesar das ajudas de factores externos, os três professores universitários [Xavier Viegas, investigador da Universidade de Coimbra, Hermínio Botelho, da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Minho, Cardoso Pereira, do Instituto Superior de Agronomia] concordam que parece haver sinais de melhorias de organização, traduzidas em factores como melhor articulação entre entidades, gestão racionalizada de recursos e utilização de técnicas como o contra-fogo. Xavier Viegas destaca ainda o efeito dissuasor de uma maior presença de efectivos da GNR no terreno e de acções massivas de sensibilização.
Melhorias no combate poderão ajudar a explicar o facto de se ter estado, este ano, longe da dimensão dos grandes incêndios dos últimos três anos, que chegaram a antigir os 30 mil hectares. Este ano, o maior registado - a 8 de Agosto, em Arcos de Valdevez - ficou-se nos 5.690.»
[in JN, 26 Set 06]
Os media, quando investigam a sério, chegam geralmente a conclusões que contradizem a lenga-lenga de que está tudo na mesma, é sempre a mesma desgraça, bla-bla-bla...
Melhorias no combate poderão ajudar a explicar o facto de se ter estado, este ano, longe da dimensão dos grandes incêndios dos últimos três anos, que chegaram a antigir os 30 mil hectares. Este ano, o maior registado - a 8 de Agosto, em Arcos de Valdevez - ficou-se nos 5.690.»
[in JN, 26 Set 06]
Os media, quando investigam a sério, chegam geralmente a conclusões que contradizem a lenga-lenga de que está tudo na mesma, é sempre a mesma desgraça, bla-bla-bla...
Um post para analfabetos
Há um ano, neste mesmo local e perante a avalanche de incêndios que varria o País, escrevia-se que o Governo de José Sócrates, ao qual muitos já pediam contas, não deveria ser responsabilizado pela situação: "Os três meses que este Governo teve antes do início da época de incêndios são insuficientes para uma avaliação. Mas se, passada esta euforia das chamas, Sócrates fizer o mesmo que os seus antecessores - esquecer que é no resto do ano que se faz o trabalho -, teremos razões de sobra para o criticar no próximo Verão."
Recorda-se esta afirmação, porque, em Portugal, a generalidade dos protagonistas do espaço mediático joga permanentemente na falta de memória das pessoas. Não são apenas os políticos a esquecerem-se das promessas que fazem, são igualmente os comentadores e outros frequentadores dos media que, com grande à-vontade e por vezes até algum brilhantismo, dizem e contradizem tudo e mais alguma coisa.
Estamos então a caminhar a passos largos para o final da época de incêndios e começam a surgir os primeiros balanços globais. Haverá, é certo, sempre alguns factores perturbadores da análise - condições climatéricas, por exemplo -, mas a verdade é que, quanto à responsabilidade do Governo, já podem ser feitas algumas apreciações.
A área ardida este ano é um quinto da que foi consumida em 2005 e um terço da média dos últimos cinco anos. Estamos perante números significativos. Os agentes com responsabilidade no combate às chamas estão de parabéns, a começar pelo Governo, que definiu novas estratégias de combate e reorganizou e reequipou o sector.
Há, porém, um aspecto muito preocupante nos números que já se conhecem - as áreas protegidas continuam a ser das mais martirizadas. Se em 2005 foi a Estrela, este ano foi o Gerês. E as matas nacionais não escapam à sanha do fogo.
É certo que muito do que arde nessas áreas protegidas é propriedade privada, mas não terá o Estado especiais responsabilidades na prevenção de incêndios em zonas que declarou de especial interesse? Ou será que essas áreas estarão a ser vítimas dos próprios mecanismos de protecção que limitam a acção humana?
Quando o Estado, muito claramente, não consegue fazer cumprir a lei que obriga à limpeza das matas, não deveria o Governo ter um papel exemplar nas zonas que estão à sua guarda?
[Editorial DN de 7 de Setembro. Sublinhados de 26 de Setembro.]
Recorda-se esta afirmação, porque, em Portugal, a generalidade dos protagonistas do espaço mediático joga permanentemente na falta de memória das pessoas. Não são apenas os políticos a esquecerem-se das promessas que fazem, são igualmente os comentadores e outros frequentadores dos media que, com grande à-vontade e por vezes até algum brilhantismo, dizem e contradizem tudo e mais alguma coisa.
Estamos então a caminhar a passos largos para o final da época de incêndios e começam a surgir os primeiros balanços globais. Haverá, é certo, sempre alguns factores perturbadores da análise - condições climatéricas, por exemplo -, mas a verdade é que, quanto à responsabilidade do Governo, já podem ser feitas algumas apreciações.
A área ardida este ano é um quinto da que foi consumida em 2005 e um terço da média dos últimos cinco anos. Estamos perante números significativos. Os agentes com responsabilidade no combate às chamas estão de parabéns, a começar pelo Governo, que definiu novas estratégias de combate e reorganizou e reequipou o sector.
Há, porém, um aspecto muito preocupante nos números que já se conhecem - as áreas protegidas continuam a ser das mais martirizadas. Se em 2005 foi a Estrela, este ano foi o Gerês. E as matas nacionais não escapam à sanha do fogo.
É certo que muito do que arde nessas áreas protegidas é propriedade privada, mas não terá o Estado especiais responsabilidades na prevenção de incêndios em zonas que declarou de especial interesse? Ou será que essas áreas estarão a ser vítimas dos próprios mecanismos de protecção que limitam a acção humana?
Quando o Estado, muito claramente, não consegue fazer cumprir a lei que obriga à limpeza das matas, não deveria o Governo ter um papel exemplar nas zonas que estão à sua guarda?
[Editorial DN de 7 de Setembro. Sublinhados de 26 de Setembro.]
segunda-feira, setembro 25, 2006
Parabéns
Contra
Na RTP está a passar um programa chamado Prós e Contras. Estão lá o Dias Loureiro, o Ernâni Lopes e o Aznar. Não imagino o que debatem, contra o que estão, do que são a favor. Juntar no mesmo programa três personagens de tão irrelevante opinião, sobre seja o que fôr, é obra.
[Se fosse uma alma mais sensível, estaria a bradar contra o facto de o serviço público estar a dar voz a uma das mais decrépitas figuras (em todos os sentidos...) da cena política internacional. Uma figura movida pelo rancôr, que os espanhóis querem ver pelas costas e que nada tem a dizer que interesse aos portugueses.]
[Se fosse uma alma mais sensível, estaria a bradar contra o facto de o serviço público estar a dar voz a uma das mais decrépitas figuras (em todos os sentidos...) da cena política internacional. Uma figura movida pelo rancôr, que os espanhóis querem ver pelas costas e que nada tem a dizer que interesse aos portugueses.]
A culpa é (sempre) da televisão
Há a associação dos espectadores de televisão que todos os meses manda bitaites.
E há a associação das famílias numerosas que também gosta de mandar bitaites.
A diferença é que os primeiros têm televisão e os segundos não.
E há a associação das famílias numerosas que também gosta de mandar bitaites.
A diferença é que os primeiros têm televisão e os segundos não.
Incendiários
Vejo na televisão incêndios gigantescos na Austrália e Estados Unidos. E interrogo-me sobre o paradeiro do ministro Costa, tão desaparecido que anda das nossas televisões. Austrália, Estados Unidos?
domingo, setembro 24, 2006
Notícias da frente de batalha
Spy Agencies Say Iraq War Worsens Terror Threat.
the American invasion and occupation of Iraq has helped spawn a new generation of Islamic radicalism.
the American invasion and occupation of Iraq has helped spawn a new generation of Islamic radicalism.
sábado, setembro 23, 2006
Uff
Bin Laden death report 'unconfirmed'.
Por algumas horas temi que a febre tifóide pusesse fim à guerra. Já viram o desemprego intelectual que seria?
Por algumas horas temi que a febre tifóide pusesse fim à guerra. Já viram o desemprego intelectual que seria?
Longe do Compromisso
O Tiago Barbosa Ribeiro [Kontratempos] gostaria de ver a área socialista (leia-se, a área governativa...) mais envolvida nos debates do Compromisso Portugal.
Argumenta TBR: «O desenvolvimento e a modernização do país não (...) devem afastar-se de quem detém a coluna vertebral da economia: as empresas.»
Dito assim, até poderíamos concordar. O problema é que o Compromisso Portugal nada tem a ver com empresas, ou melhor, com o contributo que as empresas podem dar ao país e à sua economia. Basta reparar nos temas elencados por TBR - todos eles têm a ver com o funcionamento do Estado. Nessa medida, o Compromisso é um mero movimento reinvindicativo, herdeiro certificado da lógica da subsidiodependência. O Compromisso nunca nos diz o que as empresas podem dar, faz exigências sobre o que todos nós (através do Estado) devemos dar às empresas.
O Governo deve ouvir o Compromisso, como deve ouvir todos os interesess da sociedade. Mas a lógica do Compromisso não difere muito daquela que é perseguida pelos grupos de interesse, mais factores de bloqueio do que de resolução.
Argumenta TBR: «O desenvolvimento e a modernização do país não (...) devem afastar-se de quem detém a coluna vertebral da economia: as empresas.»
Dito assim, até poderíamos concordar. O problema é que o Compromisso Portugal nada tem a ver com empresas, ou melhor, com o contributo que as empresas podem dar ao país e à sua economia. Basta reparar nos temas elencados por TBR - todos eles têm a ver com o funcionamento do Estado. Nessa medida, o Compromisso é um mero movimento reinvindicativo, herdeiro certificado da lógica da subsidiodependência. O Compromisso nunca nos diz o que as empresas podem dar, faz exigências sobre o que todos nós (através do Estado) devemos dar às empresas.
O Governo deve ouvir o Compromisso, como deve ouvir todos os interesess da sociedade. Mas a lógica do Compromisso não difere muito daquela que é perseguida pelos grupos de interesse, mais factores de bloqueio do que de resolução.
Charlotte
É seguramente uma das canções mais controversas da história da pop. Deixemos a wikipedia falar: A controversial video for the song "Lemon Incest" features a half-naked Gainsbourg lying on a bed with daughter Charlotte. Phrases from the song include: "L'amour que nous n'f'rons jamais ensemble/ Est le plus beau le plus violent/ Le plus pur le plus enivrant".
Charlotte cresceu, o pai morreu e o Freud não é para aqui chamado.
Aos 35, acaba de lançar um disco que junta o melhor de dois mundos: a pop de raiz anglo-saxónica com a tradição da canção francesa. E há a pose, que não é tudo mas no caso é muito. E a pose de Charlotte é uma mistura de Serge com Jane, o que só pode dar uma coisa única.
Agarrem-na na excelente página pessoal no My Space ou no belíssimo site.
Que horror...
... a América está cheia de anti-americanos.
Ever since Mr. Chávez held up a copy of a 301-page book by Noam Chomsky, the linguist and left-wing political commentator, during a speech at the United Nations on Wednesday, sales of the book have climbed best-seller lists at Amazon.com and BN.com, the online site for the book retailer Barnes & Noble, and booksellers around the country have noted a spike in sales.
Ever since Mr. Chávez held up a copy of a 301-page book by Noam Chomsky, the linguist and left-wing political commentator, during a speech at the United Nations on Wednesday, sales of the book have climbed best-seller lists at Amazon.com and BN.com, the online site for the book retailer Barnes & Noble, and booksellers around the country have noted a spike in sales.
Um estímulo
O Presidente lá foi ao Gerês. Disse que, no combate aos incêndios, «estamos em tempo de mudança e que o Presidente deve estimular a mudança». E que este ano houve «resultados positivos», que são «um estímulo».
Não sei se o ministro Costa lá estava - vi na SIC e, como se sabe, só a RTP é que tem ordens expressas para expôr o ministro Costa -, mas lá que deve ter ficado preocupado, disso não tenha dúvida...
Não sei se o ministro Costa lá estava - vi na SIC e, como se sabe, só a RTP é que tem ordens expressas para expôr o ministro Costa -, mas lá que deve ter ficado preocupado, disso não tenha dúvida...
No Gerês, giroflé, giroflá
Há quem diga que a blogosfera é, por natureza, ácida. É verdade, pelo menos no que respeita à blogosfera mediática, porque uma outra, muito maior e quase anónima, anda por outros atalhos. Mas, mesmo nesta acidez toda, há quem persista em manifestar momentos de enorme ternura. O João Gonçalves, por exemplo, se se esforçasse um pouco mais, até poderia muito bem acreditar nos pastorinhos.
[a despropósito: admiro a benevolência do João com os comentadores mentecaptos].
[a despropósito: admiro a benevolência do João com os comentadores mentecaptos].
sexta-feira, setembro 22, 2006
Recycle bin
Ainda tenho mais dois ou três posts sobre o Comprimido Portugal. Nããã... fica para outra vez.
Série «Grandes Ideias»
Quem teve de se deslocar em Lisboa nos últimos dois dias, sabe do que falo. De transportes públicos, ou no pópó privativo, a coisa esteve infernal. Havia a chuva ou os ameaços, mas o pior nem foi isso. Na quinta, havia greve do Metro, na sexta, Dia Europeu Sem Carros. Eu não sei qual deles conseguiu entupir mais a cidade. Estão, por isso, de parabéns, em igualdade de circunstâncias, ambos os promotores. Acho que é de repetir...
Business as usual
Há casos em que a distinção entre “sociedade civil” e mundo político é perversa e enganadora. Um deles, evidente como um enorme reclame de néon, é o do Compromisso Portugal. A iniciativa é política até ao tutano, traduzindo a politização do nosso mundo de gestores (e em menor grau de empresários, menos representados na reunião), mas afirma parar à porta da política, quer-se dizer da política partidária, mecanismo pelo qual nas democracias se conseguem os votos para governar.
Escreve JPP no Abrupto.
Não é assim. A iniciativa não é «política até ao tutano». A não ser que se considerem os negócios uma forma de política. Se calhar, são. É por isso que, no resto, JPP tem razão.
Escreve JPP no Abrupto.
Não é assim. A iniciativa não é «política até ao tutano». A não ser que se considerem os negócios uma forma de política. Se calhar, são. É por isso que, no resto, JPP tem razão.
Ex-máquina
Ontem à noite estava a escrever um poste e depois o Blogger apagou-o.
Discordo, mas respeito.
São insondáveis os desígnios do Blogger.
Discordo, mas respeito.
São insondáveis os desígnios do Blogger.
quinta-feira, setembro 21, 2006
É abatê-los
Estava um fulano do tal Comprimido Portugal a explicar na televisão como se devem abater 200 mil (sim, 200 mil...) funcionários públicos.
Explicou que, não senhor, não é mandando-os para o desemprego. Meteu os pés pelas mãos e disse que os-que-ficarem-ficam-melhor e os-que-sairem-também... Não percebi como. Ia jurar que o gajo não conseguiu explicar, mas admito que, derivado da chuva, seja eu que esteja a ver mal a coisa.
O senhor Presidente, já se sabe, tem um método para resolver o problema - é esperar que morram. Mas, como esta rapaziada do Comprimido tem pressa que se farta, se calhar o melhor é abatê-los mesmo. Literalmente, claro.
Explicou que, não senhor, não é mandando-os para o desemprego. Meteu os pés pelas mãos e disse que os-que-ficarem-ficam-melhor e os-que-sairem-também... Não percebi como. Ia jurar que o gajo não conseguiu explicar, mas admito que, derivado da chuva, seja eu que esteja a ver mal a coisa.
O senhor Presidente, já se sabe, tem um método para resolver o problema - é esperar que morram. Mas, como esta rapaziada do Comprimido tem pressa que se farta, se calhar o melhor é abatê-los mesmo. Literalmente, claro.
Esquerda, direita, volver
Tenho desde ontem em cima da mesa um artigo que responde pelo título de «A conversa da direita» [Público, inlinkável], escrito por um gajo chamado Rui Ramos.
Já li e reli, tresli e até li de trás para a frente. Não percebi.
É verdade que o tema é uma coisa de bradar aos céus - a direita, a esquerda, blá, blá, blá...
O problema é que aquilo, o artigo, digo, anda para trás e para a frente, defende uma tese e, no parágrafo seguinte, a contrária e não se percebe o ponto. É um artigo de opinião tipo albergue espanhol, cabe lá tudo e ninguém se magoa.
O autor, honesto, começa logo por avisar, na primeira linha, que «há a conversa da treta», pelo que, em boa verdade, só lê quem quer.
Já li e reli, tresli e até li de trás para a frente. Não percebi.
É verdade que o tema é uma coisa de bradar aos céus - a direita, a esquerda, blá, blá, blá...
O problema é que aquilo, o artigo, digo, anda para trás e para a frente, defende uma tese e, no parágrafo seguinte, a contrária e não se percebe o ponto. É um artigo de opinião tipo albergue espanhol, cabe lá tudo e ninguém se magoa.
O autor, honesto, começa logo por avisar, na primeira linha, que «há a conversa da treta», pelo que, em boa verdade, só lê quem quer.
Post estritamente meteorológico
'Tá de chuva!
quarta-feira, setembro 20, 2006
Aleluia, aleluia
Manchete do Jornal de Negócios de hoje: Compromisso ataca corporações na Justiça.
Manchete do Diário Económico de hoje: Compromisso garante pensões mais altas.
Vocês não acham enternecedor o desvelo desta malta pelo nosso bem-estar?
E não acham enternecedor o carinho que lhes dedicam os jornais de economia?
E não acham que há aqui qualquer coisa que não bate certo?
Sugestão de manchete para o Jornal de Negócios para amanhã: Compromisso promete dentes a todas a galinhas.
Sugestão de manchete para o Diário Económico de amanhã: Compromisso apresenta solução para o aquecimento global (e oferece um telemóvel Vodafone de terceira geração e meia a cada português).
A felicidade começa, finalmente, a descer sobre a terra. Aleluia!
Manchete do Diário Económico de hoje: Compromisso garante pensões mais altas.
Vocês não acham enternecedor o desvelo desta malta pelo nosso bem-estar?
E não acham enternecedor o carinho que lhes dedicam os jornais de economia?
E não acham que há aqui qualquer coisa que não bate certo?
Sugestão de manchete para o Jornal de Negócios para amanhã: Compromisso promete dentes a todas a galinhas.
Sugestão de manchete para o Diário Económico de amanhã: Compromisso apresenta solução para o aquecimento global (e oferece um telemóvel Vodafone de terceira geração e meia a cada português).
A felicidade começa, finalmente, a descer sobre a terra. Aleluia!
Alerta rosa
Alertam-se as populações das zonas de Lisboa, Alcochete, Pinhal Novo, Marateca, Alcácer do Sal, Grândola e Setúbal, especialmente os que circulem em auto-estrada, que o ministro da Economia faz hoje uma visita às obras de Tróia. Começa às 16 e 30.
marado
É o desporto favorito dos rapazes - o meu é maior que o teu. Acontece que já não tenho idade para andar por aí a mostrar o Sitemeter a cada esquina. It's my blog and I show what I want.
De resto, o isco usado pelo maradona fede ligeiramente. O Lomborg e o Bush. Vamos por partes.
O Lomborg calhou-me na rifa a semana passada. Oito mil caracteres oferecidos completamente de borla em exclusivo para Portugal. Coisas que oferecem às pessoas... Dois dias depois, Lomborg outra vez. Agora numa espécie de prós & contras lá do jornal. Dois Lomborgs numa semana é obra. Percebi o ponto, mas não me deu ponta.
E depois o Bush, esse sai-me na rifa quase todos os os dias. Numa das últimas vezes que escrevi sobre o gajo, o embaixador em Lisboa (um tipo catita, de resto) mandou-me um mail sibilino - «bla, bla, e tome lá o discurso integral» do Georgie. Retibuí. Diz-que-já-tinha-lido. Que a Casa Branca tem um serviço de imprensa que é um primor. Muito obrigado.
Entre o Lomborg e o W prefiro de longe o idiota. Há quem durma descansado porque tem o Cavaco em Belém. Compreendo-os, mas não os estimo. Eu durmo mais descansado com o Georgie em Washington. Sou pragmático e um tanto egoista, reconheço. O Georgie é um ganha-pão garantido. Sou jornalista, que diabo. E além daquela carinha laroca e ar de quem não tem nada naquela cabeça tem uns amigos que se põem sempre tão a jeito. Mais cá que lá, o que é bom para a bordoada.
E se querem que vos diga, nisto de ciência tanto me vale o Lomborg, como Bush, ou até o João Miranda. Eu nem sou pessoa de fé. Cientistas, psicólogos e outros tarólogos, é tudo igual. Quer uma teoriazinha para confirmar a sua maluqueira? Então tome lá. É sempre pronto-a-servir e sempre a andar. Já acredito em tudo, até em blogues.
E, pois, o aquecimento global. Eu até nem me importa as focas, muitos menos as calotes. Já me chateia que a praia de São João da Caparica pareça este ano um estendal. A malta já não se estende na areia, pendura-se na arriba. O mar levou aquela areia toda e nem precisou de camioneta. Querem continuar a acelerar a toda a brida e a largar toda a merda pelo escape? Estejam à vontade, já nem estaremos todos cá para ver.
O Al Gore? Foda-se, pá, o Al Gore inventou a internet. Haja respeito!
De resto, o isco usado pelo maradona fede ligeiramente. O Lomborg e o Bush. Vamos por partes.
O Lomborg calhou-me na rifa a semana passada. Oito mil caracteres oferecidos completamente de borla em exclusivo para Portugal. Coisas que oferecem às pessoas... Dois dias depois, Lomborg outra vez. Agora numa espécie de prós & contras lá do jornal. Dois Lomborgs numa semana é obra. Percebi o ponto, mas não me deu ponta.
E depois o Bush, esse sai-me na rifa quase todos os os dias. Numa das últimas vezes que escrevi sobre o gajo, o embaixador em Lisboa (um tipo catita, de resto) mandou-me um mail sibilino - «bla, bla, e tome lá o discurso integral» do Georgie. Retibuí. Diz-que-já-tinha-lido. Que a Casa Branca tem um serviço de imprensa que é um primor. Muito obrigado.
Entre o Lomborg e o W prefiro de longe o idiota. Há quem durma descansado porque tem o Cavaco em Belém. Compreendo-os, mas não os estimo. Eu durmo mais descansado com o Georgie em Washington. Sou pragmático e um tanto egoista, reconheço. O Georgie é um ganha-pão garantido. Sou jornalista, que diabo. E além daquela carinha laroca e ar de quem não tem nada naquela cabeça tem uns amigos que se põem sempre tão a jeito. Mais cá que lá, o que é bom para a bordoada.
E se querem que vos diga, nisto de ciência tanto me vale o Lomborg, como Bush, ou até o João Miranda. Eu nem sou pessoa de fé. Cientistas, psicólogos e outros tarólogos, é tudo igual. Quer uma teoriazinha para confirmar a sua maluqueira? Então tome lá. É sempre pronto-a-servir e sempre a andar. Já acredito em tudo, até em blogues.
E, pois, o aquecimento global. Eu até nem me importa as focas, muitos menos as calotes. Já me chateia que a praia de São João da Caparica pareça este ano um estendal. A malta já não se estende na areia, pendura-se na arriba. O mar levou aquela areia toda e nem precisou de camioneta. Querem continuar a acelerar a toda a brida e a largar toda a merda pelo escape? Estejam à vontade, já nem estaremos todos cá para ver.
O Al Gore? Foda-se, pá, o Al Gore inventou a internet. Haja respeito!
terça-feira, setembro 19, 2006
É muito bom, de facto
Barão
Que o sucessor de Miguel Horta e Costa à frente da PT esteja agora a produzir um vinho chamado Tapada do Barão....
[No Tugir, parece que gostaram...]
[No Tugir, parece que gostaram...]
E insistem, e insistem...
O canal 2 da RTP acaba de passar um «documentário» de um sujeito, aparentado de cientista, que calcorreou meio mundo, falou com cientistas e outros aparentados, apenas para tentar provar uma coisa - que a Terra está a entrar numa terrível fase de aquecimento global.
Eu acho aquela teoria estúpida. E contagiante.
Como se sabe, aquela teoria anda agora a ser propalada mundialmente por um fulano que perdeu as eleições (buuh...) para o Bush. E, como se sabe, o Bush não assinou o Protocolo de Quioto, cujo objectivo é combater o tal do (imaginem...) aquecimento global.
Eu acho que aquele documentário, além de estúpido (pudera, foi produzido por uma estação de tv estatal, a BBC...), é anti-americano (pudera, foi feito pela BBC e, como se sabe, a BBC ainda não perdoou o Bush aquela coisa do Iraque e coisa e tal...), e contagiante. Já viram a quantidade de palermas que andam para aí a falar do aquecimento global?
Que a RTP, serviço público pago por todos nós, passe aquilo é ultrajante. Aquilo deveria ser proíbido.
[Já agora... logo a seguir, o mesmo canal passou uma série de ficção em que uma mulheres dormem (enfim... dormem é uma maneira de dizer) umas com as outras. Eu acho aquilo ligeiramente estúpido (oops... lá veio a minha homofobia ao de cima) e até contagiante (já viram que há cada vez mais?). É incrível que o canal público conceda espaço a uma coisa daquelas. Devia ser proíbido.]
Eu acho aquela teoria estúpida. E contagiante.
Como se sabe, aquela teoria anda agora a ser propalada mundialmente por um fulano que perdeu as eleições (buuh...) para o Bush. E, como se sabe, o Bush não assinou o Protocolo de Quioto, cujo objectivo é combater o tal do (imaginem...) aquecimento global.
Eu acho que aquele documentário, além de estúpido (pudera, foi produzido por uma estação de tv estatal, a BBC...), é anti-americano (pudera, foi feito pela BBC e, como se sabe, a BBC ainda não perdoou o Bush aquela coisa do Iraque e coisa e tal...), e contagiante. Já viram a quantidade de palermas que andam para aí a falar do aquecimento global?
Que a RTP, serviço público pago por todos nós, passe aquilo é ultrajante. Aquilo deveria ser proíbido.
[Já agora... logo a seguir, o mesmo canal passou uma série de ficção em que uma mulheres dormem (enfim... dormem é uma maneira de dizer) umas com as outras. Eu acho aquilo ligeiramente estúpido (oops... lá veio a minha homofobia ao de cima) e até contagiante (já viram que há cada vez mais?). É incrível que o canal público conceda espaço a uma coisa daquelas. Devia ser proíbido.]
segunda-feira, setembro 18, 2006
É estúpido. E contagia. E depois?
O que se passa com o Loose Change mostra como o fanatismo político anti-americano leva à deterioração do pensamento. E é contagioso, tanto para as mentes simples como para as sofisticadas.
Pacheco Pereira insiste com Loose Change. Basicamente, aquilo é estúpido e contagioso. Eu até acho que Pacheco Pereira tem razão. Isso é uma coisa, outra é apelar a um novo index, à proibição.
Eu acho que a maior parte - e, sim, meço as palavras - do que passa nas televisões generalistas portuguesas, incluindo a pública, é lixo. E é contagiante.
Eu acho que o George W. Bush prossegue uma política anti-terrorismo genericamente estúpida. E contagiante (vidé os seus seguidores em todo o mundo).
Fará, porém, sentido este policiamento do gosto ou, no caso de JPP, da inteligência?
Há aqui - sejamos benévolos - resquícios altamente preocupantes de uma certa «educação das massas».
Pacheco Pereira insiste com Loose Change. Basicamente, aquilo é estúpido e contagioso. Eu até acho que Pacheco Pereira tem razão. Isso é uma coisa, outra é apelar a um novo index, à proibição.
Eu acho que a maior parte - e, sim, meço as palavras - do que passa nas televisões generalistas portuguesas, incluindo a pública, é lixo. E é contagiante.
Eu acho que o George W. Bush prossegue uma política anti-terrorismo genericamente estúpida. E contagiante (vidé os seus seguidores em todo o mundo).
Fará, porém, sentido este policiamento do gosto ou, no caso de JPP, da inteligência?
Há aqui - sejamos benévolos - resquícios altamente preocupantes de uma certa «educação das massas».
Ai pode?
As razões do meu sucesso:
Despite the phenomenal success of Apple in building a market charging for music downloads, research has shown that more than 80% of iPod owners do not pay for digital music.
Despite the phenomenal success of Apple in building a market charging for music downloads, research has shown that more than 80% of iPod owners do not pay for digital music.
domingo, setembro 17, 2006
Informações de que disponho
Eduardo Cintra Torres (inlinkável) tenta hoje demonstrar a veracidade do que escreveu há umas semanas sobre a cobertura que a RTP fez dos incêndios florestais. E apresenta números e mais números que, no limite, poderiam pôr em causa os critérios editoriais. Mas não era nada disso que estava no centro do debate que o seu artigo anterior causou. O que estava por demonstrar é que houve censura, através de intervenção do «gabinete do primeiro-ministro». Sobre isso, népia.
ALERTA VERMELHO
A RTP 2 está a passar, neste preciso momento, o famoso documentário Loose Change.
La incombustible vigencia de 'la diosa'
http://www.elpais.es/articulo/cultura/incombustible/vigencia/diosa/elpporcul/20060917elpepicul_2/Tes/
sábado, setembro 16, 2006
Assim se vê...
Publico ali em baixo um mail recebido de uma leitora que diz charmar-se Rosa Caetano. Curiosamente, o mesmo texto surge como comentário a um post do Kontratempos, mas assinado por Joana Cardoso.
Há uns anos, o PCP tinha como heterónimos a Intervenção Democrática, os Verdes, o MURPI, a CGTP, o Conselho para a Paz e Cooperação... Agora, só já consegue heterónimos individuais. É o fim do colectivismo...
E por falar nisso, que boa questão que coloca o Pedro Correia: Esclareçam-me lá: afinal este dirigente comunista [Vítor Dias] é “consultor” de quê? (será das Farc? ou da Rosa Caetano? ou da Joana Cardoso? ou da Anabela Fino?)
Há uns anos, o PCP tinha como heterónimos a Intervenção Democrática, os Verdes, o MURPI, a CGTP, o Conselho para a Paz e Cooperação... Agora, só já consegue heterónimos individuais. É o fim do colectivismo...
E por falar nisso, que boa questão que coloca o Pedro Correia: Esclareçam-me lá: afinal este dirigente comunista [Vítor Dias] é “consultor” de quê? (será das Farc? ou da Rosa Caetano? ou da Joana Cardoso? ou da Anabela Fino?)
Ainda a Fallaci
Vejamos, então, o que diz Christopher Hitchens - esse guru pronto-a-servir da direita-pensante, sempre chamado à conversa quando se fala do Islão - acerca da última e triste fase de Oriana Fallaci:
Written in the hot flush that overtook her on September 11 [CH refere-se a Raiva e Orgulho, editado em Portugal pela Difel], and originally published as a screed in the Milan daily Corriere della Sera, this is a sort of primer in how not to write about Islam. Fallaci claims in her introduction that in order to shorten the diatribe for newspaper purposes she "set aside the most violent passages." I wonder what those passages can have been like; the residue is replete with an obsessive interest in excrement, disease, sexual mania, and insectlike reproduction, insofar as these apply to Muslims in general and to Muslim immigrants in Europe in particular.
Vale a pena ler integralmente o texto publicado na Atlantic (a original, obviamente...) para se perceber o tipo de disparates e generalizações sem sentido que vemos todos os dias nos blogues portugueses.
Written in the hot flush that overtook her on September 11 [CH refere-se a Raiva e Orgulho, editado em Portugal pela Difel], and originally published as a screed in the Milan daily Corriere della Sera, this is a sort of primer in how not to write about Islam. Fallaci claims in her introduction that in order to shorten the diatribe for newspaper purposes she "set aside the most violent passages." I wonder what those passages can have been like; the residue is replete with an obsessive interest in excrement, disease, sexual mania, and insectlike reproduction, insofar as these apply to Muslims in general and to Muslim immigrants in Europe in particular.
Vale a pena ler integralmente o texto publicado na Atlantic (a original, obviamente...) para se perceber o tipo de disparates e generalizações sem sentido que vemos todos os dias nos blogues portugueses.
Correio dos leitores
De Rosa Caetano:
Sobre o seu post sobre a Anabela Fino mas abrangendo também afirmações feitas noutros blogs, gostaria que o seu espirito liberal lhe permitisse conceder ao leitores do blog o acesso a um meu comentário ou desabafo, nos seguintes termos :
Perante os «post» que têm estado a ser publicados sobre a jornalista Anabela Fino, só falta desatarmos todos a gritar «Viva o corporativismo», «vivam os órgãos de comunicação social como santa comunidade de pesssoas com as mesmas ideias e posições», «viva a amálgama entre donos e patrões, chefes e chefiados, empresas e trabalhadores».
Em suma, está tudo dito: no ano da graça de 2006, em Portugal uma legitima ou discutivel critica aos «media» - Anabela Fino nunca refere os jornalistas - é transformada em enxovalho aos jornalistas e em base para intenções de demissão de sócios do Sindicato dos Jornalistas.Isto é que é verdadeiramente um dos momentos mais tristes do jornalismo português : o de até se querer demitir alguém de funções sindicais pelas opiniões que emitiu como jornalista.
Não me lembro de jamais depois do 25 de Abril alguém pôr em causa um dirigente sindical dos jornalistas por opiniões que tenha emitido no exercicio da sua profissão. Por este caminho, rasguem-se todos os ensaios universitários portugueses e estrangeiros sobre o papel, a vida, a propriedade, os limites e condicionantes dos «media»! Enviemos todos telegramas de protesto e indignação aos principais medias franceses que aqui há uns anos, na sequência da guerra do Golfo, desataram todos a publicar dossiers autocríticos numa espantosa competição sobre quem ia mais longe na revelação dos sombrios bastidores da vida dos órgãos de comunicação social.
Escrevamos rapidamente às administrações da New York Review of Books e da Columbia Journalism Review para que acabem imediatamente com esse jornal e essa revista, useiros e vezeiros num olhar critico e implacável sobre empresas e sobre jornalismo.
Os que escrevem o que têm estado a escrever sobre a Anabela Fino não sabem nem sonham mas são eles os verdadeirs cultores do estalinismo considerado numa perspectiva em termos de substância intelectual e de estrutura mental.
Tenham, se não vergonha, pelo menos um módico de bom senso!
Comentários:
1. Sou jornalista e chateia-me que o sindicato que me representa (os jornalistas têm uma tradição em que o sindicato extravasa o papel do sindicalismo tradicional) seja dirigido há anos por um militante do PCP, habitual candidato nas eleições legislativas pelo círculo do Porto.
2. Sou jornalista e nós, os jornalistas, temos uma regras «chatas», que impedem, por exemplo, o exercício da publicidade. O Avante! é um jornal partidário, de propaganda, e chateia-me que quem o faz possa ter carteira profissional de jornalista. Como se calcula, ainda me chateia mais que uma pessoa que trabalhe no Avante! possa ser dirigente do «meu» sindicato.
3. Trabalho num jornal de referência e chateia-me que digam que é «mais ou menos» de referência.
4. Não me chateia absolutamente nada o confronto de ideias, como aliás se pode constatar pela leitura deste blogue. Nessa medida, não me chateia mesmo nada que me chamem estalinista, porco fascista, ou outra coisa qualquer.
Sobre o seu post sobre a Anabela Fino mas abrangendo também afirmações feitas noutros blogs, gostaria que o seu espirito liberal lhe permitisse conceder ao leitores do blog o acesso a um meu comentário ou desabafo, nos seguintes termos :
Perante os «post» que têm estado a ser publicados sobre a jornalista Anabela Fino, só falta desatarmos todos a gritar «Viva o corporativismo», «vivam os órgãos de comunicação social como santa comunidade de pesssoas com as mesmas ideias e posições», «viva a amálgama entre donos e patrões, chefes e chefiados, empresas e trabalhadores».
Em suma, está tudo dito: no ano da graça de 2006, em Portugal uma legitima ou discutivel critica aos «media» - Anabela Fino nunca refere os jornalistas - é transformada em enxovalho aos jornalistas e em base para intenções de demissão de sócios do Sindicato dos Jornalistas.Isto é que é verdadeiramente um dos momentos mais tristes do jornalismo português : o de até se querer demitir alguém de funções sindicais pelas opiniões que emitiu como jornalista.
Não me lembro de jamais depois do 25 de Abril alguém pôr em causa um dirigente sindical dos jornalistas por opiniões que tenha emitido no exercicio da sua profissão. Por este caminho, rasguem-se todos os ensaios universitários portugueses e estrangeiros sobre o papel, a vida, a propriedade, os limites e condicionantes dos «media»! Enviemos todos telegramas de protesto e indignação aos principais medias franceses que aqui há uns anos, na sequência da guerra do Golfo, desataram todos a publicar dossiers autocríticos numa espantosa competição sobre quem ia mais longe na revelação dos sombrios bastidores da vida dos órgãos de comunicação social.
Escrevamos rapidamente às administrações da New York Review of Books e da Columbia Journalism Review para que acabem imediatamente com esse jornal e essa revista, useiros e vezeiros num olhar critico e implacável sobre empresas e sobre jornalismo.
Os que escrevem o que têm estado a escrever sobre a Anabela Fino não sabem nem sonham mas são eles os verdadeirs cultores do estalinismo considerado numa perspectiva em termos de substância intelectual e de estrutura mental.
Tenham, se não vergonha, pelo menos um módico de bom senso!
Comentários:
1. Sou jornalista e chateia-me que o sindicato que me representa (os jornalistas têm uma tradição em que o sindicato extravasa o papel do sindicalismo tradicional) seja dirigido há anos por um militante do PCP, habitual candidato nas eleições legislativas pelo círculo do Porto.
2. Sou jornalista e nós, os jornalistas, temos uma regras «chatas», que impedem, por exemplo, o exercício da publicidade. O Avante! é um jornal partidário, de propaganda, e chateia-me que quem o faz possa ter carteira profissional de jornalista. Como se calcula, ainda me chateia mais que uma pessoa que trabalhe no Avante! possa ser dirigente do «meu» sindicato.
3. Trabalho num jornal de referência e chateia-me que digam que é «mais ou menos» de referência.
4. Não me chateia absolutamente nada o confronto de ideias, como aliás se pode constatar pela leitura deste blogue. Nessa medida, não me chateia mesmo nada que me chamem estalinista, porco fascista, ou outra coisa qualquer.
Por falar em teorias da conspiração
Há umas semanas, quando Fidel adoeceu, alguns blogues escreveram que umas fotos do presidente cubano a conversar com Chávez eram pura manipulação. Que Fidel estaria mais para lá do que para cá. Que até estaria morto. Que as imagens eram antigas...
Esta semana, Fidel foi fotografado com Kofi Annan, em Havana. Esses blogues calaram-se. É pena.
Esta semana, Fidel foi fotografado com Kofi Annan, em Havana. Esses blogues calaram-se. É pena.
O Sol
Gostei especialmente do regresso ao bom e velho saco de plástico do Expresso. O saco berliner não dá jeito nenhum para transportar os jornais que realmente interessam.
Ainda os docs do 9-11
Ontem à noite estive a ver mais um documentário sobre o 11 de Setembro. Mais precisamente, sobre os voluntários que prestaram ajuda nos dias que se seguiram. Muitos deles, em lágrimas, confessavam uma quase saudade daqueles tempos, do heroísmo. Uma espécie de bombeiros-pirómanos, que se sentem bem no meio das chamas, da tragédia. E que lançam fogos para os combater.
Eu acho uma enorme irresponsabilidade que uma coisa destas passe no serviço público de televisão. Isto apela ao mimetismo. É um incentivo ao terrorismo.
Eu acho uma enorme irresponsabilidade que uma coisa destas passe no serviço público de televisão. Isto apela ao mimetismo. É um incentivo ao terrorismo.
sexta-feira, setembro 15, 2006
Das elites
Conheço Vasco Vieira de Almeida como a maioria das poucos pessoas que o conhecem devem conhecer - é um nome de que a esquerda modernaça costumava lembrar-se sempre que se aproximavam eleições presidenciais e não havia general para avançar.
Hoje, VVA dá uma entrevista ao Jornal de Negócios cujo título de primeira página é todo um programa: «Não aparecer é das poucas formas de elitismo que restam».
Hoje, VVA dá uma entrevista ao Jornal de Negócios cujo título de primeira página é todo um programa: «Não aparecer é das poucas formas de elitismo que restam».
O esplendor do pc
A ideia de que a RTP, enquanto serviço público, não pode transmitir um documentário com uma tese conspirativa sobre o 11 de Setembro é uma das coisas mais extraordinárias dos últimos tempos.
Vem das mesmas pessoas que querem jornalistas muito críticos sobre o Sócrates, mas mansinhos sobre o Iraque; dos mesmos que defenderam com unhas e dentes a publicação de cartoons sobre Maomé; dos mesmos que aplaudem os textos destemperados que Oriana Fallaci escreveu nos últimos anos.
No fundo, estes cavalheiros não se conformam que outros não acompanhem a sua visão do mundo. Noutros tempos, a isto chamava-se censura, ou intolerância. Eufemisticamente, poderemos chamar-lhe «politicamente correcto». Agora com novo esplendor, a bênção intelectual.
Vem das mesmas pessoas que querem jornalistas muito críticos sobre o Sócrates, mas mansinhos sobre o Iraque; dos mesmos que defenderam com unhas e dentes a publicação de cartoons sobre Maomé; dos mesmos que aplaudem os textos destemperados que Oriana Fallaci escreveu nos últimos anos.
No fundo, estes cavalheiros não se conformam que outros não acompanhem a sua visão do mundo. Noutros tempos, a isto chamava-se censura, ou intolerância. Eufemisticamente, poderemos chamar-lhe «politicamente correcto». Agora com novo esplendor, a bênção intelectual.
Desculpem lá...
alguém me pode avivar a memória?
A manchete do Expresso amanhã é o Traffic ou As Horas?
A manchete do Expresso amanhã é o Traffic ou As Horas?
Bem vindos
Correio dos leitores
Rui Silva, por mail:
«Começa a ser demais esta responsabilização do Estado por todos os males do País. Bem sei, sou defensor em causa própria, mas, estando no interior da máquina do Estado central, não só sou testemunha de desperdício e ineficiência, mas também conheço – e procuro dar o meu contributo para que sejam cada vez mais – exemplos de gestão rigorosa, por objectivos, de trabalho voluntário (às vezes por meses e meses a fio) para concretizar funções permanentes da Administração, de esforços sistemáticos por colocar o utilizador/cliente no centro das preocupações, de trabalho fora de horas, aos fins de semana, para preparar projectos que envolvam o Estado, Universidades e empresas, a nível nacional e europeu.
É pouco, seguramente, pode gerir-se mais eficientemente, com certeza, cometem-se erros, claro!
Mas, e do “outro” lado, os gestores de sucesso conseguiriam ter tanto sucesso, recorrendo apenas ao colaboradores que “herdaram”, impedidos por completo de contratar colaboradores novos e mais qualificados? E sem poderem premiar os que são muito competentes, empenhados, que ultrapassam os resultados previamente definidos? E trabalhando em instalações velhas, sem ar condicionado, com equipamentos ultrapassados, sem verbas para adquirir as novas versões dos programas informáticos?
O Estado é um mundo, serviços muito distintos, culturas muito diversas, chefias de topo e intermédias muito, assim-assim ou nada motivadas, muito pouco ou nada competentes, etc., etc. Falar deste mundo como se fosse uma unidade é uma premissa errada e que releva suficientemente da pouco objectividade ou seriedade dos que continuamente nos bombardeiam com a “necessidade” de deixar as “aspirinas” e passar à “amputação”.»
«Começa a ser demais esta responsabilização do Estado por todos os males do País. Bem sei, sou defensor em causa própria, mas, estando no interior da máquina do Estado central, não só sou testemunha de desperdício e ineficiência, mas também conheço – e procuro dar o meu contributo para que sejam cada vez mais – exemplos de gestão rigorosa, por objectivos, de trabalho voluntário (às vezes por meses e meses a fio) para concretizar funções permanentes da Administração, de esforços sistemáticos por colocar o utilizador/cliente no centro das preocupações, de trabalho fora de horas, aos fins de semana, para preparar projectos que envolvam o Estado, Universidades e empresas, a nível nacional e europeu.
É pouco, seguramente, pode gerir-se mais eficientemente, com certeza, cometem-se erros, claro!
Mas, e do “outro” lado, os gestores de sucesso conseguiriam ter tanto sucesso, recorrendo apenas ao colaboradores que “herdaram”, impedidos por completo de contratar colaboradores novos e mais qualificados? E sem poderem premiar os que são muito competentes, empenhados, que ultrapassam os resultados previamente definidos? E trabalhando em instalações velhas, sem ar condicionado, com equipamentos ultrapassados, sem verbas para adquirir as novas versões dos programas informáticos?
O Estado é um mundo, serviços muito distintos, culturas muito diversas, chefias de topo e intermédias muito, assim-assim ou nada motivadas, muito pouco ou nada competentes, etc., etc. Falar deste mundo como se fosse uma unidade é uma premissa errada e que releva suficientemente da pouco objectividade ou seriedade dos que continuamente nos bombardeiam com a “necessidade” de deixar as “aspirinas” e passar à “amputação”.»
Correio dos leitores
«Será que me pode informar melhor sobre o que nos diz sobre o tal deputado que atira um cigarro aceso para o Gerês?», pergunta Lucinda Fialho, por mail, em referência a este post.
Infelizmente, não. Esse facto constava de uma notícia do Público (13 de Set.) sobre a visita de uma comissão parlamentar ao Gerês. Os outros jornais não o referiam. E a jornalista (Mariana Oliveira) não escreveu o nome do deputado. O que é pena.
Infelizmente, não. Esse facto constava de uma notícia do Público (13 de Set.) sobre a visita de uma comissão parlamentar ao Gerês. Os outros jornais não o referiam. E a jornalista (Mariana Oliveira) não escreveu o nome do deputado. O que é pena.
Cadáver adiado
Dizem as agências de notícias que morreu Oriana Fallaci.
Há muito tempo de não via tanta lentidão nas notícias - Oriana Fallaci estava morta há muitos anos.
[Nos últimos tempos, alguém sem escrúpulos assinou em seu nome uma série de panfletos carregados de ódios e disparates. Espero que os herdeiros genuínos tenham processado o farsante.]
Há muito tempo de não via tanta lentidão nas notícias - Oriana Fallaci estava morta há muitos anos.
[Nos últimos tempos, alguém sem escrúpulos assinou em seu nome uma série de panfletos carregados de ódios e disparates. Espero que os herdeiros genuínos tenham processado o farsante.]
Anabela «mais ou menos» Fino
Anabelo Fino escreve isto no Avante!: A alegada presença de membros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) na Festa do Avante! deu azo a semana passada a uma série de intervenções assaz curiosas. De blogues mais ou menos obscuros a jornais mais ou menos de referência, passando pela Assembleia da República, representantes da direita mais reaccionária e pseudo democratas de trazer por casa puseram-se em bicos de pés e deitaram as unhas de fora para clamarem a sua indignação pela suposta vinda de «terroristas» a Portugal, zurzirem no PCP que teria tido o atrevimento de os convidar e, aproveitando a embalagem, exigirem a punição exemplar do prevaricador.
Anabela Fino exerce no Avante!
E Anabela Fino pertence à direcção do Sindicato dos Jornalistas.
Dizer que Anabela Fino é «mais ou menos» jornalista seria um exagero.
Burlesco
Uma das cenas mais divertidas da semana é aquela do juiz a olhar para Saddam e deixá-lo completamente desorientado quando diz: «O senhor não é um ditador».
O Iraque transformou-se numa coisa completamente burlesca. Sangrenta, mas burlesca.
O Iraque transformou-se numa coisa completamente burlesca. Sangrenta, mas burlesca.
quinta-feira, setembro 14, 2006
Intervalo publicitário
O serviço público de televisão, que atira para um remoto canto o debate sobre questões dos media, acaba de dar largos minutos do seu espaço mais nobre ao lançamento de um jornal. A América Latina é já aqui.
Os papões do Estado
Uma das coisas mais irritantes - porque paralisantes - de Portugal por estes dias é o discurso circular à volta do Estado-papão.
Deste tipo: "Portugal tem um problema central: o Estado. Por um lado, o Estado consome uma parte excessiva da riqueza nacional e, por outro, através da sua burocracia e da sua ineficiência, penaliza o próprio processo de criação de riqueza. Devíamos concentrar o máximo das nossas energias na solução deste problema."
O problema de Portugal, como de todos os países, é a chamada sociedade civil. As forças vivas. Todos nós. Os empresários portugueses e os trabalhadores portugueses. Os professores, os médicos, os empregados de café. Somos maus profissionais, maus cidadãos.
Atirar permamentemente as culpas para o Estado é um discurso vazio, circular. O Estado é uma entidade difusa. É, para efeitos de debate, uma não entidade. Não responde.
Isto não invalida que o Estado necessita de modernizar-se. Como sempre, como o resto.
Mas o mais fantástico é que este discurso sobre o «estado travão» está a surgir, nos últimos tempos, de pessoas que integram os escritórios de advogados de maior sucesso, de pessoas que lideram as empresas que maior lucro apresentam. Ou seja, de pessoas para quem, pelos vistos, o Estado não tem servido de travão. Antes pelo contrário.
Deste tipo: "Portugal tem um problema central: o Estado. Por um lado, o Estado consome uma parte excessiva da riqueza nacional e, por outro, através da sua burocracia e da sua ineficiência, penaliza o próprio processo de criação de riqueza. Devíamos concentrar o máximo das nossas energias na solução deste problema."
O problema de Portugal, como de todos os países, é a chamada sociedade civil. As forças vivas. Todos nós. Os empresários portugueses e os trabalhadores portugueses. Os professores, os médicos, os empregados de café. Somos maus profissionais, maus cidadãos.
Atirar permamentemente as culpas para o Estado é um discurso vazio, circular. O Estado é uma entidade difusa. É, para efeitos de debate, uma não entidade. Não responde.
Isto não invalida que o Estado necessita de modernizar-se. Como sempre, como o resto.
Mas o mais fantástico é que este discurso sobre o «estado travão» está a surgir, nos últimos tempos, de pessoas que integram os escritórios de advogados de maior sucesso, de pessoas que lideram as empresas que maior lucro apresentam. Ou seja, de pessoas para quem, pelos vistos, o Estado não tem servido de travão. Antes pelo contrário.
As construções da História
Há quem se divirta a reconstruir a História. Ou então, simplesmente, a desmontar essas reconstruções.
Divirto-me muito mais a observar a construção da História.
Por exemplo, a forma como algumas almas comentam/descrevem/efabulam à volta do famoso pacto sobre a justiça e o papel que nele terão desempenhado os vários protagonistas.
Mais divertido apenas a maneira como as mesmas almas pré-constroem a História, e o papel dos tais protagonistas, sobre algo que (ainda) não aconteceu - o pacto para a reforma da Segurança Social.
Divertidíssimo...
Divirto-me muito mais a observar a construção da História.
Por exemplo, a forma como algumas almas comentam/descrevem/efabulam à volta do famoso pacto sobre a justiça e o papel que nele terão desempenhado os vários protagonistas.
Mais divertido apenas a maneira como as mesmas almas pré-constroem a História, e o papel dos tais protagonistas, sobre algo que (ainda) não aconteceu - o pacto para a reforma da Segurança Social.
Divertidíssimo...
quarta-feira, setembro 13, 2006
Deu raia (2)
Ah... e é claro, conheço, desta vez razoavelmente bem, a raia espanhola.
Havia, também, há uns anos, um restaurante, não me lembro bem qual, não me lembro onde, que tinha uma raia com alcaparras divinal. E o mais curioso é que a alcaparra nem sequer é um marisco da minha predilecção.
Mas esta conversa da raia vem toda a propósito de Espanha e do novo filme do Almodóvar. Que não se passa na raia, mas um bocadinho mais pra lá, algures entre Toledo e Madrid. O filme é mais interessante do que os críticos querem fazer crer.
E há aquela cena maluca da Penélope Cruz a cantar maravilhosamente... em playback. Se quiserem ouvir a canção toda, comprem um disco da Estrella Morente de que falei há umas semanas. O disco é fabuloso, mesmo para quem não gosta de flamenco. E, enquanto procuram o tal post da Morente podem aproveitar para ir lendo o resto do blogue. Sempre aprendem alguma coisa e a gerência agradece.
Sei lá, o mundo não é só coisas sérias. Como essa das raias inocentes. Que disparate...
Havia, também, há uns anos, um restaurante, não me lembro bem qual, não me lembro onde, que tinha uma raia com alcaparras divinal. E o mais curioso é que a alcaparra nem sequer é um marisco da minha predilecção.
Mas esta conversa da raia vem toda a propósito de Espanha e do novo filme do Almodóvar. Que não se passa na raia, mas um bocadinho mais pra lá, algures entre Toledo e Madrid. O filme é mais interessante do que os críticos querem fazer crer.
E há aquela cena maluca da Penélope Cruz a cantar maravilhosamente... em playback. Se quiserem ouvir a canção toda, comprem um disco da Estrella Morente de que falei há umas semanas. O disco é fabuloso, mesmo para quem não gosta de flamenco. E, enquanto procuram o tal post da Morente podem aproveitar para ir lendo o resto do blogue. Sempre aprendem alguma coisa e a gerência agradece.
Sei lá, o mundo não é só coisas sérias. Como essa das raias inocentes. Que disparate...
Que ricos professores...
Breve contributo para a discussão sobre os salários dos professores portugueses:
Professores portugueses são os terceiros mais bem pagos dos países da OCDE.
Professores portugueses são os terceiros mais bem pagos dos países da OCDE.
Deu raia
Discute-se em alguns lugares selectos se, sem sombra de pecado, se pode falar de raias inocentes. A questão ameaça tirar-me o sono. E quando digo «a questão» falo da mente humana e não propriamente da raia. Até porque a única raia que conheço, só de longe, infelizmente, tem um ar de culpada que nunca mais acaba. É a Cláudia.
Um país perigoso
Ele é um ministro apanhado a 212 à hora, ele é o primeiro-ministro que se benze numa sala de aulas, ele é um deputado que atira um cigarro aceso para o Gerês...
terça-feira, setembro 12, 2006
212 kms/h
Pode um ministro ser demitido por excesso de velocidade?
Sem dúvida.
A violação grosseira do Código da Estrada - 212 kms/h não são 140 ou mesmo 160 kms/h; 212 kms/h representam um claro perigo público - deveria ser equiparada, para efeitos de credibilidade pública e política, por exemplo à fuga ao fisco ou a qualquer outro ilícito.
Sem dúvida.
A violação grosseira do Código da Estrada - 212 kms/h não são 140 ou mesmo 160 kms/h; 212 kms/h representam um claro perigo público - deveria ser equiparada, para efeitos de credibilidade pública e política, por exemplo à fuga ao fisco ou a qualquer outro ilícito.
Soares e os pequeninos
Não vi o famoso Prós e Contras em que JPP e MSoares debateram o 9-11 e os days after. Ou melhor, vi, mas só muito parcialmente e com razoável desatenção.
Tivesse visto e decerto concordaria com o diagnóstico de JPP. Sobre o terrorismo, sobre as tensões que daí resultaram, sobre o que está em causa. Discordaria, decerto, dele quanto às soluções, mais especificamente quanto à resposta americana e europeia.
E certamente ficaria desiludido com algumas teses ultrapassadas que MSoares tem manifestado sobre a matéria. Acho que MSoares não percebeu o que se passou, ainda funciona com estereótipos que já não se aplicam. Mas, seguramente, estaria com ele na incomodidade perante a resposta americana.
O fio condutor da resposta americana é terreno fértil para as mais tresloucadas teorias da conspiração. De que não partilho - acho que é mesmo só estupidez.
Tentei perceber, pelos blogues, o que foi dito na tal maior fatia a que não assisti. Infelizmente, apenas arruaça. Tudo poderia ter sido escrito antes do debate.
Toda a "nata esclarecida" escarneceu de Mário Soares no seu confronto com Pacheco Pereira, na RTP. Se há alguém neste país da treta que não pode ser acusado de "anti-americanismo" é Soares. No tempo em que muitos destes "ocidentalistas" nervosinhos ainda andavam de cueiros a puxar pelo "marxismo-leninismo-maoísmo-estalinismo" para Portugal, Soares não hesitou, o que lhes permite agora disparatarem à vontade, escreve o João Gonçalves. Concordo. Com isto e com tudo o resto que o João escreve no post. Apesar do que penso sobre esta fase de Soares.
Tivesse visto e decerto concordaria com o diagnóstico de JPP. Sobre o terrorismo, sobre as tensões que daí resultaram, sobre o que está em causa. Discordaria, decerto, dele quanto às soluções, mais especificamente quanto à resposta americana e europeia.
E certamente ficaria desiludido com algumas teses ultrapassadas que MSoares tem manifestado sobre a matéria. Acho que MSoares não percebeu o que se passou, ainda funciona com estereótipos que já não se aplicam. Mas, seguramente, estaria com ele na incomodidade perante a resposta americana.
O fio condutor da resposta americana é terreno fértil para as mais tresloucadas teorias da conspiração. De que não partilho - acho que é mesmo só estupidez.
Tentei perceber, pelos blogues, o que foi dito na tal maior fatia a que não assisti. Infelizmente, apenas arruaça. Tudo poderia ter sido escrito antes do debate.
Toda a "nata esclarecida" escarneceu de Mário Soares no seu confronto com Pacheco Pereira, na RTP. Se há alguém neste país da treta que não pode ser acusado de "anti-americanismo" é Soares. No tempo em que muitos destes "ocidentalistas" nervosinhos ainda andavam de cueiros a puxar pelo "marxismo-leninismo-maoísmo-estalinismo" para Portugal, Soares não hesitou, o que lhes permite agora disparatarem à vontade, escreve o João Gonçalves. Concordo. Com isto e com tudo o resto que o João escreve no post. Apesar do que penso sobre esta fase de Soares.
Fogo! (4)
Lamento desiludir o Pedro Almeida Vieira. Mas a verdade é que algumas coisas que escrevo (enfim, não todas...) baseiam-se em factos reais. Às vezes, até números. Por exemplo, se constato que este ano ardeu um quinto da área do ano passado, a minha tendência é perceber aí uma tendência positiva, isto apesar de nunca ter sido brilhante a matemática. Um quinto é um quinto... É claro que sei que há factores condicionantes, cujo peso seria infinitamente maior se estivéssemos perante outro tipo de ordem de grandeza. Agora, um quinto...
Já o PAV, perante os mesmos números, esmiuça uns tantos dados estatísticos para concluir que está tudo na mesma. Mas não está. Um quinto é um quinto, insisto.
Usando os mesmo números de PAV, eu poderia concluir que, para o ano, haverá menos incêndios em Portugal - porque mesmo o PAV acha que, este ano, houve coisas que correram mal e outras que correram um pouco melhor. A minha futurologia poderia valorizar o que correu bem e, portanto, poderá melhorar. A futurologia dele, só tem em conta o que correu mal.
A diferença entre a minha abordagem empírica e a abordagem sustentada cientificamente de PAV é que eu, em ponto algum, fiz futurologia [de resto, no editorial que deu azo a esta polémica, quanto ao futuro, revelo mais apreensão que optimismo...].
PAV tem razão - não vale a pena insistir na polémica. Não resisto, porém, a uma nota final - nunca foi minha intenção pôr em causa o tipo de investigação jornalística levada a cabo pelo PAV. Acho que os os media têm obrigação de comportar informação a dois ritmos - um que PAV achará mais impressionista, outro de maior profundidade. E, quanto a isso, não sou tão pessimista quanto PAV no que respeita ao panorama português. Mas, é claro, não tenho números para o provar. É só uma impressão.
Já o PAV, perante os mesmos números, esmiuça uns tantos dados estatísticos para concluir que está tudo na mesma. Mas não está. Um quinto é um quinto, insisto.
Usando os mesmo números de PAV, eu poderia concluir que, para o ano, haverá menos incêndios em Portugal - porque mesmo o PAV acha que, este ano, houve coisas que correram mal e outras que correram um pouco melhor. A minha futurologia poderia valorizar o que correu bem e, portanto, poderá melhorar. A futurologia dele, só tem em conta o que correu mal.
A diferença entre a minha abordagem empírica e a abordagem sustentada cientificamente de PAV é que eu, em ponto algum, fiz futurologia [de resto, no editorial que deu azo a esta polémica, quanto ao futuro, revelo mais apreensão que optimismo...].
PAV tem razão - não vale a pena insistir na polémica. Não resisto, porém, a uma nota final - nunca foi minha intenção pôr em causa o tipo de investigação jornalística levada a cabo pelo PAV. Acho que os os media têm obrigação de comportar informação a dois ritmos - um que PAV achará mais impressionista, outro de maior profundidade. E, quanto a isso, não sou tão pessimista quanto PAV no que respeita ao panorama português. Mas, é claro, não tenho números para o provar. É só uma impressão.
Não é a economia, estúpidos...
Desde a semana passada que não param de nos dizer que a economia portuguesa está em recuperação. Ora, de acordo com as mais recentes teorias, nada disto é surpreendente. A saber:
1) se está a crescer é porque estava em baixo; se estava em baixo, só poderia crescer;
2) já estava tudo escrito no discurso de tomada de posse do Presidente da República.
1) se está a crescer é porque estava em baixo; se estava em baixo, só poderia crescer;
2) já estava tudo escrito no discurso de tomada de posse do Presidente da República.
Fogo! (3)
Baseado em catadupas de números, relatórios e estatísticas, Pedro Almeida Vieira conclui que «a situação deste ano [nos incêndios florestais] não augura nada de bom para o futuro.»
Eu, sem essas bases de futurologia científica, limito-me a registar que, este ano, a coisa correu bem, muito melhor do que (se) esperava.
Mas o bom destas conversas é que, de facto (e aí concordo com o PAV), estamos sempre a aprender. Por exemplo, que é possível comparar os incêndios em Espanha com os de Portugal. Em Espanha (dizem os tais números...) é na Galiza que mais arde todos os anos. Mais precisamente: a Galiza costuma representar cerca de metade do total de área ardida em Espanha.
E a Galiza, por mais voltas que se dê (temperaturas, humidade...), não é comparável com uma das nossas áreas mais martirizada todos os anos, a zona Centro. Enfim, isto é só um palpite...
Eu, sem essas bases de futurologia científica, limito-me a registar que, este ano, a coisa correu bem, muito melhor do que (se) esperava.
Mas o bom destas conversas é que, de facto (e aí concordo com o PAV), estamos sempre a aprender. Por exemplo, que é possível comparar os incêndios em Espanha com os de Portugal. Em Espanha (dizem os tais números...) é na Galiza que mais arde todos os anos. Mais precisamente: a Galiza costuma representar cerca de metade do total de área ardida em Espanha.
E a Galiza, por mais voltas que se dê (temperaturas, humidade...), não é comparável com uma das nossas áreas mais martirizada todos os anos, a zona Centro. Enfim, isto é só um palpite...
Mensagem completamente cifrada
Certos e terminados blogues haveriam de ter as horas da postagem. É que, sem horas, a malta perde-se nos diálogos.
Fogo! (2)
Este ano, pelas contas disponíveis, ardeu um quinto da área florestal do ano passado (pelas contas do Pedro Almeida Vieira, os números estarão ainda incertos -eu já percebi que a margem de erro funciona sempre num sentido -, pelo que o melhor é falarmos em «um quarto» e não «um quinto»).
Tendo em conta esses números, elogiei. Eu sei que elogiar (ainda para mais um governo, oh horror...) é crime passível das maiores sevícias. Mas enfim...
PAV acha que aquela diminuição drástica da área ardida - sejamos generosos, digamos antes «um terço» do ano passado... - se deve às condições atmosféricas e ao facto de já não haver nada para arder. Bom, digamos que isso é verdade e - sejamos novamente generosos... - estamos perante o número mais simpático: este ano, ardeu metade do que ardeu no ano passado.
Isto, é claro, é só a minha generosidade a trabalhar, já que PAV, por muitas contas que faça, chega sempre à conclusão de que as coisas estão más e só podem piorar.
Apesar desse quadro negro, PAV mantém o sentido de humor. E compara o incomparável.
Em Espanha, a única região que é comparável com Portugal é a Galiza - o resto, ora é meseta desértica (floresta, onde?), ora é mediterrânica, ora é zona dos Pirinéus, de características completamente diferentes das nossas.
A Galiza, sim, é toda ela coberta de floresta de crescimento rápido, em continuo. Só que com uma vantagem enorme face a Portugal - o clima: temperaturas mais amenas, humidade mais elevada. Mesmo assim, foi o que se viu este Verão...
Obviamente, esta conversa não leva a nada. PAV, por muitas contas que faça, chegará sempre à tal conclusão - este ano, apesar de ter ardido o que ardeu (quanto era, mesmo?) terá sido sempre um dos piores anos. E nem vale a pena contra-argumentar. No que escrevi anteriormente, a par dos elogios, havia críticas. Mas isso não conta - apenas interessa desmontar o elogio. Pela minha parte, estamos conversados.
[circuito fechado: esta conversa não tem, obviamente, qualquer pressuposto para além do seu valor facial, uma simples troca de ideias. Não há confusão possível.]
Tendo em conta esses números, elogiei. Eu sei que elogiar (ainda para mais um governo, oh horror...) é crime passível das maiores sevícias. Mas enfim...
PAV acha que aquela diminuição drástica da área ardida - sejamos generosos, digamos antes «um terço» do ano passado... - se deve às condições atmosféricas e ao facto de já não haver nada para arder. Bom, digamos que isso é verdade e - sejamos novamente generosos... - estamos perante o número mais simpático: este ano, ardeu metade do que ardeu no ano passado.
Isto, é claro, é só a minha generosidade a trabalhar, já que PAV, por muitas contas que faça, chega sempre à conclusão de que as coisas estão más e só podem piorar.
Apesar desse quadro negro, PAV mantém o sentido de humor. E compara o incomparável.
Em Espanha, a única região que é comparável com Portugal é a Galiza - o resto, ora é meseta desértica (floresta, onde?), ora é mediterrânica, ora é zona dos Pirinéus, de características completamente diferentes das nossas.
A Galiza, sim, é toda ela coberta de floresta de crescimento rápido, em continuo. Só que com uma vantagem enorme face a Portugal - o clima: temperaturas mais amenas, humidade mais elevada. Mesmo assim, foi o que se viu este Verão...
Obviamente, esta conversa não leva a nada. PAV, por muitas contas que faça, chegará sempre à tal conclusão - este ano, apesar de ter ardido o que ardeu (quanto era, mesmo?) terá sido sempre um dos piores anos. E nem vale a pena contra-argumentar. No que escrevi anteriormente, a par dos elogios, havia críticas. Mas isso não conta - apenas interessa desmontar o elogio. Pela minha parte, estamos conversados.
[circuito fechado: esta conversa não tem, obviamente, qualquer pressuposto para além do seu valor facial, uma simples troca de ideias. Não há confusão possível.]
segunda-feira, setembro 11, 2006
o pinto? qual, o coelho? não, o carlos
danadinho que sou para a espadeirada, aí está um tema que gostava de debater. audiências, a blogosfera, os frustrados, as razões da escrita, mesmo o sentido da vida... mas, questão preliminar, quem é esse carlos pinto coelho?
Os diques
If it keep on rainin', the levee gonna break
If it keep on rainin', the levee gonna break
Everybody saying this is a day only the Lord could make
Some people on the road carryin' everything that they own
Some people on the road carryin' everything they own
Some people got barely enough skin to cover their bones
If it keep on rainin', the levee gonna break
If it keep on rainin', the levee gonna break
Some people still sleepin', some people are wide awake
Excerto de The Levee's Gonna Break, de Modern Times, Bob Dylan.
Dedicado ao Duarte Calvão [Corta-fitas], para quem é agora mais fácil gostar de Dylan porque está menos político. Pois, pois...
If it keep on rainin', the levee gonna break
Everybody saying this is a day only the Lord could make
Some people on the road carryin' everything that they own
Some people on the road carryin' everything they own
Some people got barely enough skin to cover their bones
If it keep on rainin', the levee gonna break
If it keep on rainin', the levee gonna break
Some people still sleepin', some people are wide awake
Excerto de The Levee's Gonna Break, de Modern Times, Bob Dylan.
Dedicado ao Duarte Calvão [Corta-fitas], para quem é agora mais fácil gostar de Dylan porque está menos político. Pois, pois...
domingo, setembro 10, 2006
Fogo!
Não vou, obviamente, entrar em polémica com o Pedro Almeida Vieira [Estrago da Nação - Um exercício de memória para avaliar António Costa] sobre o balanço dos fogos. Como se costuma dizer, ele é que tem os livros...
Obviamente, há mil e uma maneiras de fazer contas e todas dão certo. Uma espécie de «contas a seu gosto».
Parece-me, a mim que não sou especialista, que a forma mais correcta de fazer as contas seria tentar perceber a eficácia do combate ao longo de um mandato. De ministro, ou de Governo (que ainda seria mais acertado). Ou seja, perceber até que ponto os vários governos se aperceberam do problema e a eficácia das soluções que foram encontrando. No exemplo actual, será correcto atirar as culpas dos fogos de 2005 para o actual governo, quando este tomou posse a três meses da época alta?
Mas, é claro, feita dessa maneira a conta seria favorável a António Costa, pelo que o melhor mesmo é fazer uma soma directa (sempre parece mais neutra, não o sendo de facto).
Obviamente, há mil e uma maneiras de fazer contas e todas dão certo. Uma espécie de «contas a seu gosto».
Parece-me, a mim que não sou especialista, que a forma mais correcta de fazer as contas seria tentar perceber a eficácia do combate ao longo de um mandato. De ministro, ou de Governo (que ainda seria mais acertado). Ou seja, perceber até que ponto os vários governos se aperceberam do problema e a eficácia das soluções que foram encontrando. No exemplo actual, será correcto atirar as culpas dos fogos de 2005 para o actual governo, quando este tomou posse a três meses da época alta?
Mas, é claro, feita dessa maneira a conta seria favorável a António Costa, pelo que o melhor mesmo é fazer uma soma directa (sempre parece mais neutra, não o sendo de facto).
sábado, setembro 09, 2006
Dylan vintage
Há pelo menos três ou quatro canções deste disco que mereceriam estar no top ten pessoal de Dylan. O problema é que o sacana há quatro décadas que anda a pavimentar o céu com pérolas.
Kate's dreams
Os sonhos de Kate Moss em lingerie para a Agent Provocateur. Parece que há sonhos garantidos até Março...
Lost in Translation
Foi através dos comentários de um Anonymous (saravah...) num blogue amigo (!) que fiquei a saber.
Para o Google Images, eu sou a Scarlett Johansson.
Advertem-se, por isso, todos os interessados em utilizar uma foto da minha pessoa que recorram ao Google Images.
Apenas uma ressalva: havia dias em que eu era o António Granado, mas já não sou. Já não uso barba.
Para o Google Images, eu sou a Scarlett Johansson.
Advertem-se, por isso, todos os interessados em utilizar uma foto da minha pessoa que recorram ao Google Images.
Apenas uma ressalva: havia dias em que eu era o António Granado, mas já não sou. Já não uso barba.
sexta-feira, setembro 08, 2006
Swedish connection
Os telejornais
Ontem, ouvi uma das notícias mais animadoras para o panorama dos media em Portugal. A RTP iria, finalmente, encurtar o Telejornal.
O facto de os principais noticiários de televisão terem em Portugal mais de 60 minutos, e não a meia hora característica da generalidade dos países, é um dos principais factores de distorção do fio noticioso.
Nos noticiários de uma hora cabe todo o disparate do mundo, o fait-divers assume honras de primeira página e, em vez de se darem notícias, dão-se notícias e explora-se, em pseudo-reportagens ou em directos, o lado mais patético da realidade.
Essa dignificação do irrelevante, através da consagração no prime-time, conduz inevitavelmente à tabloidização e a uma distorção da importância das notícias.
Depois de ouvir a mudança de atitude da RTP, fui ler a «letras pequeninas». Afinal, a RTP vai tirar «oito ou dez minutos» ao Telejornal, que vai passar a terminar às 21 horas.
Ou seja, fica tudo na mesma. A televisão do Estado perdeu mais uma oportunidade para estabelecer padrões de serviço público e apontar a bitola aos privados. É pena.
O facto de os principais noticiários de televisão terem em Portugal mais de 60 minutos, e não a meia hora característica da generalidade dos países, é um dos principais factores de distorção do fio noticioso.
Nos noticiários de uma hora cabe todo o disparate do mundo, o fait-divers assume honras de primeira página e, em vez de se darem notícias, dão-se notícias e explora-se, em pseudo-reportagens ou em directos, o lado mais patético da realidade.
Essa dignificação do irrelevante, através da consagração no prime-time, conduz inevitavelmente à tabloidização e a uma distorção da importância das notícias.
Depois de ouvir a mudança de atitude da RTP, fui ler a «letras pequeninas». Afinal, a RTP vai tirar «oito ou dez minutos» ao Telejornal, que vai passar a terminar às 21 horas.
Ou seja, fica tudo na mesma. A televisão do Estado perdeu mais uma oportunidade para estabelecer padrões de serviço público e apontar a bitola aos privados. É pena.
Ah, é verdade...
... este ano houve menos fogos porque Sagitário estava sob a influência de Saturno e a Lua estava alinhada com Plutão, que, como se sabe, tem a mania de se fazer mais importante do que de facto é.
O pa(c)to
Há largos meses que existia um bloqueio institucional na área da Justiça. Muito por via do voluntarismo (digamos assim...) do ministro Alberto Costa, mas também pela grande influência que algum esquerdismo, principalmente de matriz PC, tem entre os agentes do sistema.
Durante meses, houve uma evidente greve de zelo desses agentes, que ninguém quis assumir pelo que isso implicava de reconhecimento.
Quando o Verão chegou, o impasse era total e não se percebia como iria o Governo sair desse beco.
Percebe-se agora - o PSD deu-lhe uma mãozinha. A troco da inscrição de umas suas propostas no pacote - como se calcula, há uma enorme diferença entre as proposta do PS e do PSD nesta matéria... - e de uma suposta credibilização do seu chefe.
O PSD (leia-se Marques Mendes...), como o tempo dirá, nada ganha com a operação - os acordos de regime esvaziam e manietam a oposição.
Já o Governo recebe de mão beijada a outra haste da tenaz com que vai apertar os agentes do sistema. A custo zero e ainda com a possibilidade de ganhar juros a curto prazo.
O resto são delírios.
Durante meses, houve uma evidente greve de zelo desses agentes, que ninguém quis assumir pelo que isso implicava de reconhecimento.
Quando o Verão chegou, o impasse era total e não se percebia como iria o Governo sair desse beco.
Percebe-se agora - o PSD deu-lhe uma mãozinha. A troco da inscrição de umas suas propostas no pacote - como se calcula, há uma enorme diferença entre as proposta do PS e do PSD nesta matéria... - e de uma suposta credibilização do seu chefe.
O PSD (leia-se Marques Mendes...), como o tempo dirá, nada ganha com a operação - os acordos de regime esvaziam e manietam a oposição.
Já o Governo recebe de mão beijada a outra haste da tenaz com que vai apertar os agentes do sistema. A custo zero e ainda com a possibilidade de ganhar juros a curto prazo.
O resto são delírios.
quinta-feira, setembro 07, 2006
Mais boas notícias
Há notícias tão boas, tão boas, que até o título é lindo: Dylan vuelve al Everest.
quarta-feira, setembro 06, 2006
Paz rosa
O Duarte Calvão [Corta-Fitas] lamenta-se: «Nunca tinha visto tantos jornalistas portugueses tão compreensivos e cúmplices com um Governo, que os controlava com facilidade.»
Eu também acho isso um enorme aborrecimento, uma contrariedade, sei lá...
Oh Duarte, e uns nomes para animar a conversa? Olha que isto dos blogues, não sei se tens lido, é um espaço de liberdade fenomenal. Aqui a malta pode dizer e escrever o que pensa. E até pode dar notícias. Vá lá... um nomezito.
Eu também acho isso um enorme aborrecimento, uma contrariedade, sei lá...
Oh Duarte, e uns nomes para animar a conversa? Olha que isto dos blogues, não sei se tens lido, é um espaço de liberdade fenomenal. Aqui a malta pode dizer e escrever o que pensa. E até pode dar notícias. Vá lá... um nomezito.
terça-feira, setembro 05, 2006
Informações de que disponho...
... e que poderiam estar ao dispor de toda a gente, dizem que este ano, até ao momento, a área ardida em Portugal nos incêndios florestais foi cinco vezes inferior à do ano passado.
Eu até fazia um link... mas esta informação, tornada pública hoje, não está disponível em nenhuma frontage dos sítios de notícias online.
Como se faz censura em Portugal.
[actualização: o jcd (Blasfémias) alerta-me para os arrepios que lhe causa a expressão «cinco vezes inferior» e que talvez seja mais correcto dizer «um quinto». Acho que tem razão... deve ter sido por isso que ninguém deu importância. Ficaram desconfiados, os matemáticos...]
Eu até fazia um link... mas esta informação, tornada pública hoje, não está disponível em nenhuma frontage dos sítios de notícias online.
Como se faz censura em Portugal.
[actualização: o jcd (Blasfémias) alerta-me para os arrepios que lhe causa a expressão «cinco vezes inferior» e que talvez seja mais correcto dizer «um quinto». Acho que tem razão... deve ter sido por isso que ninguém deu importância. Ficaram desconfiados, os matemáticos...]
Teste
Então, diga lá, perante uma notícia destas
Confiança empresarial está no máximo de dois anos
mais depressa daria razão a Francisco Louçã ou ao jcd do Blasfémias?
[eu sei, eu sei, venha o diabo e escolha...]
Confiança empresarial está no máximo de dois anos
mais depressa daria razão a Francisco Louçã ou ao jcd do Blasfémias?
[eu sei, eu sei, venha o diabo e escolha...]
Libertad !
Série Grandes Frases
You're talking to a person who owns the Sixties. Did I ever want to acquire'em? No. I'll give'em to you if you want'em.
Bob Dylan, The Observer, 03.09.06
[comentário que me parece adequado a certo debates sobre ideologias, os anos sessenta, e outros querelas geracionais]
Bob Dylan, The Observer, 03.09.06
[comentário que me parece adequado a certo debates sobre ideologias, os anos sessenta, e outros querelas geracionais]
Ainda o Indy
Chora-se pelas vielas de Lisboa que hoje não se consegue fazer «jornalismo agressivo» como o do Independente.
Jornalismo deste que o João Paulo Meneses recorda: O Independente foi o pior jornal que já comprei. Pior no sentido do desrespeito por regras essenciais do jornalismo (técnicas e deontológicas): um contraditório muito deficitário, o enviesamento recorrente, a falta de equidade no tratamento das partes, a subordinação a preconceitos. Arranjem uma notícia para este título, gozava Herman José há alguns anos. Ou então, táctica recorrente, escrever o texto, perto da hora de fecho contactar o visado, que desmente, e referir isso nas últimas linhas da página (não é por acaso que tantos processos perdeu em tribunal e tantos directores teve...)
Jornalismo deste que o João Paulo Meneses recorda: O Independente foi o pior jornal que já comprei. Pior no sentido do desrespeito por regras essenciais do jornalismo (técnicas e deontológicas): um contraditório muito deficitário, o enviesamento recorrente, a falta de equidade no tratamento das partes, a subordinação a preconceitos. Arranjem uma notícia para este título, gozava Herman José há alguns anos. Ou então, táctica recorrente, escrever o texto, perto da hora de fecho contactar o visado, que desmente, e referir isso nas últimas linhas da página (não é por acaso que tantos processos perdeu em tribunal e tantos directores teve...)
Informações de que disponho...
Há pouco, num dos canais da RTP, lá estava o fogo de Ourém. Mas será que essa malta do «gabinete do primeiro-ministro» nunca mais volta de férias?
segunda-feira, setembro 04, 2006
Informações de que disponho...
O Telejornal, da RTP, começou agora mesmo com notícia de dois incêndios sem grande importância.
Recordo, a propósito, a séria e sábia advertência lançada pelo crítico e jornalista Eduardo Cintra Torres, em 28 de Agosto de 2005:
«Há um debate a fazer. Evitar o excesso de imagens de incêndios poderia - deveria - fazer parte da selecção jornalística com boas regras éticas e profissionais. O fantasma da 'censura' é um pretexto para os canais, incluindo a preocupada RTP, poderem explorar o sensacionalismo e procurar mais freguesia para si mesmos».
Recordo, a propósito, a séria e sábia advertência lançada pelo crítico e jornalista Eduardo Cintra Torres, em 28 de Agosto de 2005:
«Há um debate a fazer. Evitar o excesso de imagens de incêndios poderia - deveria - fazer parte da selecção jornalística com boas regras éticas e profissionais. O fantasma da 'censura' é um pretexto para os canais, incluindo a preocupada RTP, poderem explorar o sensacionalismo e procurar mais freguesia para si mesmos».
Simplex II
Voz amiga lembra-me que coito interrompido, além de quase não ser sexo, não é seguro.
Pratico, então, o desporto nacional: «Estes gajos do governo não acertam uma...»
Pratico, então, o desporto nacional: «Estes gajos do governo não acertam uma...»
Simplex
Preço dos preservativos em Portugal pode condicionar prática do sexo seguro.
Governo lança campanha de incentivo ao coito interrompido.
[E o raio da silly season que nunca mais acaba..]
Governo lança campanha de incentivo ao coito interrompido.
[E o raio da silly season que nunca mais acaba..]
Abaixo da media (III)
Dizem-me que numa versão modernaça do Capuchinho Vermelho que está aí nos cinemas o lobo mau é jornalista.
domingo, setembro 03, 2006
Abaixo da media (II)
Na mesma quinta-feira, Manuel Falcão escrevia no Diário Económico um muito curioso artigo, a propósito do fim do Independente, «um sinal político destes tempos onde o controlo da informação aperta e onde é arriscado abraçar - mesmo empresarialmente - projectos incómodos. O regime é cinzento e acinzenta tudo à sua volta». Frases que são um autêntico tratado...
De novo a estafada tese de um «universo mediático que continua predominantemente alinhado à esquerda». Já várias vezes pedi a pessoas que defendem esta tese que me mostrassem os factos em que se baseiam. Por exemplo, que alinhem órgãos de informação com partidos ou linhas políticas [acho que a última vez que desafiei alguém a fazer isto foi na última campanha presidencial - teria sido tão divertido ter discutido isto a sério na altura...]. Continuo à espera...
E uma nova teoria - curiosamente desenvolvida também por Inês Serra Lopes em algumas declarações: o ambiente é tão «cinzento» e «controlado» (leia-se «de esquerda») que não dá espaço para projectos alternativos. A tese é, convenhamos, espantosa. Não há investidores? Ou será que os potenciais leitores dessas putativas publicações viveriam no medo e, logo, não arriscariam, sequer, comprar a coisa?
O mais engraçado é que tal teoria acaba por ser o elogio fúnebre mais pérfido ao Independente. Mas, enfim, as pessoas quando se lhes mete certas coisas na cabeça nem pensam no que dizem.
De novo a estafada tese de um «universo mediático que continua predominantemente alinhado à esquerda». Já várias vezes pedi a pessoas que defendem esta tese que me mostrassem os factos em que se baseiam. Por exemplo, que alinhem órgãos de informação com partidos ou linhas políticas [acho que a última vez que desafiei alguém a fazer isto foi na última campanha presidencial - teria sido tão divertido ter discutido isto a sério na altura...]. Continuo à espera...
E uma nova teoria - curiosamente desenvolvida também por Inês Serra Lopes em algumas declarações: o ambiente é tão «cinzento» e «controlado» (leia-se «de esquerda») que não dá espaço para projectos alternativos. A tese é, convenhamos, espantosa. Não há investidores? Ou será que os potenciais leitores dessas putativas publicações viveriam no medo e, logo, não arriscariam, sequer, comprar a coisa?
O mais engraçado é que tal teoria acaba por ser o elogio fúnebre mais pérfido ao Independente. Mas, enfim, as pessoas quando se lhes mete certas coisas na cabeça nem pensam no que dizem.
Abaixo da media (I)
José Pacheco Pereira considera [vidé última Sábado] que falta na comunicação social portuguesa «atitude crítica». E que exemplo disso será a boa imagem com que o ministro António Costa se passeia pelas televisões. E fala nas «múltiplas cumplicidades nos órgãos de comunicação». [a tese de que Costa tem boa imprensa é curiosa - um breve inquérito aos vários media facilmente concluiria que o que lá chega são mais razões de queixa que outra coisa, mas enfim...]
A este mundo de sombras - que pena JPP não nomear as cumplicidades... - o articulista contrapõe a blogosfera, onde parece que se fazem as perguntas certas.
Há que dar um certo desconto a este tipo de teses - afinal de contas, estamos a falar do mesmo JPP que nem reparou numa pequena notícia sobre si próprio (é lá possível..) em que, na revista Visão, Caetano Veloso se confessava mui fascinado por um certo blogue português. Se coisa de tal calibre escapou a JPP, é bem possível que também tenham escapado outras coisas de menor relevância... como algumas notícias mais críticas para o Governo.
Mais a sério - é óbvio que a tese dos media conformistas carece de comprovação. Qualquer pessoa que consulte diariamente o que se publica em Portugal fará a justiça de comprovar que os media confrontam insistentemente os poderes. Mais, que se comprazem em dar más notícias. Que, pegando em qualquer relatório, puxarão sempre para título o lado negativo. Que, em qualquer declaração, privilegiarão o que corre mal.
JPP prefere extrapolar a partir de um caso (MIT) - o que lhe dá jeito (mas até nisso teve azar, porque a dúvida que atormentava a blogosfera foi, nesse mesmo dia, respondida pelos media).
E junta-lhe o passaporte electrónico. JPP queria que os jornalistas, perante a simples apresentação da coisa, se pusessem imeditamente com dúvidas. Exactamente aquilo que JPP sempre critica aos media quando se fala, por exemplo, do Iraque.
É óbvio que o Governo abusa da propaganda - aos media compete espelhar essa realidade. Se não, como saberia JPP que o Governo abusa da propaganda? E, feita a propaganda, há que dar tempo para ver o que acontece e só depois noticiar. O tal tempo que, noutros tempos, JPP achava que estava a matar a política. Sim, esse tempo da comunicação, que é mais acelerado que o da política e que não dá tempo à política para se desenvolver. O quê, não se lembram de quando JPP escrevia isto? Não foi há muito tempo... estava o PSD no Governo.
A este mundo de sombras - que pena JPP não nomear as cumplicidades... - o articulista contrapõe a blogosfera, onde parece que se fazem as perguntas certas.
Há que dar um certo desconto a este tipo de teses - afinal de contas, estamos a falar do mesmo JPP que nem reparou numa pequena notícia sobre si próprio (é lá possível..) em que, na revista Visão, Caetano Veloso se confessava mui fascinado por um certo blogue português. Se coisa de tal calibre escapou a JPP, é bem possível que também tenham escapado outras coisas de menor relevância... como algumas notícias mais críticas para o Governo.
Mais a sério - é óbvio que a tese dos media conformistas carece de comprovação. Qualquer pessoa que consulte diariamente o que se publica em Portugal fará a justiça de comprovar que os media confrontam insistentemente os poderes. Mais, que se comprazem em dar más notícias. Que, pegando em qualquer relatório, puxarão sempre para título o lado negativo. Que, em qualquer declaração, privilegiarão o que corre mal.
JPP prefere extrapolar a partir de um caso (MIT) - o que lhe dá jeito (mas até nisso teve azar, porque a dúvida que atormentava a blogosfera foi, nesse mesmo dia, respondida pelos media).
E junta-lhe o passaporte electrónico. JPP queria que os jornalistas, perante a simples apresentação da coisa, se pusessem imeditamente com dúvidas. Exactamente aquilo que JPP sempre critica aos media quando se fala, por exemplo, do Iraque.
É óbvio que o Governo abusa da propaganda - aos media compete espelhar essa realidade. Se não, como saberia JPP que o Governo abusa da propaganda? E, feita a propaganda, há que dar tempo para ver o que acontece e só depois noticiar. O tal tempo que, noutros tempos, JPP achava que estava a matar a política. Sim, esse tempo da comunicação, que é mais acelerado que o da política e que não dá tempo à política para se desenvolver. O quê, não se lembram de quando JPP escrevia isto? Não foi há muito tempo... estava o PSD no Governo.
Can she do no wrong?
Na primeira página do Observer desta semana (edição internacional), pergunta-se Can she do no wrong?.
Sim, é de Scarlett Johansson que falo. Sim, este post é dedicado ao João e a outros incrédulos. E, sim, este blogue está (say it in english...) terrivelmente monotemático.
Sim, é de Scarlett Johansson que falo. Sim, este post é dedicado ao João e a outros incrédulos. E, sim, este blogue está (say it in english...) terrivelmente monotemático.
Old home movies
Scarlett Johansson stars in the video 'When the Deal Goes Down' for the first single from Dylan's critically acclaimed new album 'Modern Times.' Directed by Bennett Miller of 'Capote' the sexy throwback video will make you think of old home movies.
sexta-feira, setembro 01, 2006
I
É óbvio que um jornal como o Independente faz falta. Mas já faz falta há muitos anos.