sexta-feira, setembro 15, 2006
Correio dos leitores
Rui Silva, por mail:
«Começa a ser demais esta responsabilização do Estado por todos os males do País. Bem sei, sou defensor em causa própria, mas, estando no interior da máquina do Estado central, não só sou testemunha de desperdício e ineficiência, mas também conheço – e procuro dar o meu contributo para que sejam cada vez mais – exemplos de gestão rigorosa, por objectivos, de trabalho voluntário (às vezes por meses e meses a fio) para concretizar funções permanentes da Administração, de esforços sistemáticos por colocar o utilizador/cliente no centro das preocupações, de trabalho fora de horas, aos fins de semana, para preparar projectos que envolvam o Estado, Universidades e empresas, a nível nacional e europeu.
É pouco, seguramente, pode gerir-se mais eficientemente, com certeza, cometem-se erros, claro!
Mas, e do “outro” lado, os gestores de sucesso conseguiriam ter tanto sucesso, recorrendo apenas ao colaboradores que “herdaram”, impedidos por completo de contratar colaboradores novos e mais qualificados? E sem poderem premiar os que são muito competentes, empenhados, que ultrapassam os resultados previamente definidos? E trabalhando em instalações velhas, sem ar condicionado, com equipamentos ultrapassados, sem verbas para adquirir as novas versões dos programas informáticos?
O Estado é um mundo, serviços muito distintos, culturas muito diversas, chefias de topo e intermédias muito, assim-assim ou nada motivadas, muito pouco ou nada competentes, etc., etc. Falar deste mundo como se fosse uma unidade é uma premissa errada e que releva suficientemente da pouco objectividade ou seriedade dos que continuamente nos bombardeiam com a “necessidade” de deixar as “aspirinas” e passar à “amputação”.»
«Começa a ser demais esta responsabilização do Estado por todos os males do País. Bem sei, sou defensor em causa própria, mas, estando no interior da máquina do Estado central, não só sou testemunha de desperdício e ineficiência, mas também conheço – e procuro dar o meu contributo para que sejam cada vez mais – exemplos de gestão rigorosa, por objectivos, de trabalho voluntário (às vezes por meses e meses a fio) para concretizar funções permanentes da Administração, de esforços sistemáticos por colocar o utilizador/cliente no centro das preocupações, de trabalho fora de horas, aos fins de semana, para preparar projectos que envolvam o Estado, Universidades e empresas, a nível nacional e europeu.
É pouco, seguramente, pode gerir-se mais eficientemente, com certeza, cometem-se erros, claro!
Mas, e do “outro” lado, os gestores de sucesso conseguiriam ter tanto sucesso, recorrendo apenas ao colaboradores que “herdaram”, impedidos por completo de contratar colaboradores novos e mais qualificados? E sem poderem premiar os que são muito competentes, empenhados, que ultrapassam os resultados previamente definidos? E trabalhando em instalações velhas, sem ar condicionado, com equipamentos ultrapassados, sem verbas para adquirir as novas versões dos programas informáticos?
O Estado é um mundo, serviços muito distintos, culturas muito diversas, chefias de topo e intermédias muito, assim-assim ou nada motivadas, muito pouco ou nada competentes, etc., etc. Falar deste mundo como se fosse uma unidade é uma premissa errada e que releva suficientemente da pouco objectividade ou seriedade dos que continuamente nos bombardeiam com a “necessidade” de deixar as “aspirinas” e passar à “amputação”.»