quinta-feira, janeiro 25, 2007





Sous aucun prétexte je ne veux
Avoir de réflexes malheureux
Il faut que tu m'expliques un peu mieux
Comment te dire adieu

[Gainsbourg, by Hardy]

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A entrevista

Em plena campanha para o referendo sobre o aborto, a RTP entrevista, em prime time, o cardeal patriarca. Colaboracionistas... O João Gonçalves é que os topa...

quarta-feira, janeiro 24, 2007

Tempo de antena

A Assembleia da República realiza esta quinta-feira aquele que bem poderá ser o debate mais ridículo do ano.
Por iniciativa do maior partido da oposição, discutir-se-á a mudança de horário dos tempos de antena anuais dos partidos e outras associações.
Já seria ridículo a Assembleia da República discutir os horários da programação da RTP. Que os partidos insistiam na manutenção de um anacronismo -para que serve aquilo? para dar voz a quem não a tem? absurdo... a distribuição proporcional só beneficia o partido no poder! - chega a ser penoso. É a democracia que temos.

Por enquanto,

entre Belém e São Bento há apenas um cravinho. Por enquanto.

O Xico e o Prof. no Tubo

Francisco Louçã respondeu, no Youtube, a um vídeo que Marcelo Rebelo de Sousa tinha colocado, no Youtube, sobre o aborto.
Francisco Louçã, recorda-se (como se necessário fosse...), é o exemplo perfeito do político feito pelos media. Marcelo Rebelo de Sousa, recorda-se (como se, etc, etc...), é o comentador oficial do regime.
Eis, pois, a tal democracia que a Web 2.0 nos trouxe. Nós - YOU, lembram-se? - controlamos a revolução da informação...

E a TLEBS?

Os que assinaram a petição leram o acórdão... perdão, o documento?

O clima está a mudar. Devagarinho

O George W. pronunciou, pela primeira vez - e apenas uma única vez - num discurso do estado da União, a expressão "climate change".
[isto segundo um fabuloso gráfico do New York Times].

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terça-feira, janeiro 23, 2007

Obviamente

O presidente da comissão do Parlamento Europeu sobre voos da CIA na Europa, Carlos Coelho, responsabilizou hoje o governo de Lisboa e a eurodeputada socialista Ana Gomes pela «sobrevalorização» de Portugal no relatório hoje aprovado em Bruxelas.
[Diário Digital, 23-01-07]


Obviamente,
havendo os acordos bilaterais que se conhecem
comportando-se os americanos como se comportam, ou seja, sem dar cavaco a ninguém
estando Durão e Portas no poder
Obviamente
passaram aviões da CIA com presos ilegais em Portugal
alguns presos terão, no mínimo, pisado solo açoriano
Obviamente
em nome da decência e dos direitos humanos, o Governo português deveria ser mais transparente sobre esta matéria
Obviamente
não o pode fazer sozinho ao nível da UE
não pode menosprezar o impacto que isso teria nos tais acordos bilaterais
Mas, obviamente
a forma histriónica como a dra. Ana Gomes trata este caso só dificulta a manobra do governo português e, por exensão, dos europeus, tornando praticamente impossível qualquer declaração mais«sincera».
[French Kissin, 06-01-07]


Muito dificilmente Portugal terá ficado fora da rota do transporte de presumíveis terroristas, em aviões americanos, para interrogatório na base militar de Guantánamo (Cuba), ou, eventualmente, em locais de detenção secretos na Europa ou em países do Norte de África.
Tendo em conta a nossa localização geográfica, especialmente a Base das Lajes, os laços militares, quer bilaterias quer no âmbito da NATO, quer ainda a proximidade de posições entre Lisboa e Washington à data dos acontecimentos (era Durão Barroso primeiro-ministro e Paulo Portas ministro da Defesa), só por milagre o espaço aéreo português terá ficado imune a essa flagrante violação dos Direitos Humanos.
No entanto, apesar de tudo para aí apontar, essa suspeição precisará de ser provada, em nome da verdade histórica.
Mais importante, porém, é tentar perceber até que ponto é que o Governo de Lisboa, assim como os do resto da Europa, teve conhecimento do que estava a passar-se.
Em tese, é possível admitir que as autoridades dos países sobrevoados não tenham tido conhecimento concreto do que se passava. Ao abrigo dos acordos existentes, terá sido possível dar autorização ao trânsito dos aviões, sem averiguar o que transportavam, ou até os planos de voo concretos. E existe ainda a possibilidade de os militares americanos terem omitido informação.
Há quem defenda que, em nome de uma alegada guerra contra o terrorismo, tudo é permitido - a tortura, os voos e até a mentira. Um estado democrático como aquele que Portugal se orgulha de ser não pode, porém, partilhar essa visão.
Assistimos, por estes dias, a uma lamentável troca de palavras entre o Governo português e uma eurodeputada, também ela socialista e também ela portuguesa, acerca de uma alegada sonegação de informações.
Entende-se a postura de Estado assumida pelo Governo, não apenas relativamente ao seu antecessor como a um país aliado.
Mesmo obedecendo a essas condicionantes, e apesar de o assunto estar a ser investigado pelo habitualmente irrelevante Parlamento Europeu, seria importante para Portugal que o Governo de Lisboa se mostrasse mais colaborante na procura da verdade. Sob pena de ficarmos de novo mal na fotografia, já não na dos Açores, mas na da comédia de enganos que se lhe seguiu.
[Diário de Notícias, 22-12-06]

Vamos inventar a pólvora outra vez?

Algumas pessoas descobriram por estes dias a figura do Provedor do Leitor. Outras andam fascinadas com o escrutínio aos media.
A todos recomendo um livro ainda deve andar pelas livrarias: O Jornalismo em Análise - A coluna do Provedor de Leitores (ed. Minerva), de Mário Mesquita, no qual são recolhidos os textos que publicou no Diário de Notícias na qualidade de provedor. Ah... o livro é de 1998.

segunda-feira, janeiro 22, 2007

Tie me up

















Peter Sarsgaard, by Art Streiber (Vanity Fair)

Sem mapa, opus 807

Estás perdido quando rodas o botão e notas que meteste no leitor de CD do carro um disco de Willie Nelson a seguir a um de Patti Smith. E já nem o GPS te pode salvar...

A vida é breve

eu sei. Continue kissing.



domingo, janeiro 21, 2007

Delirante, não é?

Há uns dias, o Luís M. Jorge escreveu um post sobre Ana Gomes e os voos da CIA, no qual - o pormenor não é de somenos - me metia ao barulho.
Eu contrapus.
Ele mandou-me dar uma volta e eu fiquei a falar sozinho.
Hoje, ele acusa-me de nostalgia dos tempos em que os jornais eram arrogantes e deixavam as pessoas a falar sozinhas.
Os tempos mudaram, de facto. Ah, admirável tempo novo da blogosfera...

Para as leis da blogosfera

Uma coisa que a blogosfera veio acelerar enormemente é aquilo a que poderíamos chamar de «pensamento instantâneo» ou «opinião pronta a servir».
A guerra do Iraque? Ora, ora, é canja... aí vai bitaite. As eleições em França? Ora deixa-me cá ver... os olhos dela, os lábios dele. Boa, já tenho opinião. O caso da criança-que-se-chama-Esmeralda-mas-da-qual-não-deveríamos-dizer-o-nome? Então, mas isso é fácil. Não se está mesmo a ver que... A OTA, o TGV? Mas isso é brincadeira de crianças... é que sai já a minha opinião. A TLEBS? Não sei o que é, mas sou contra. Já! O QREN... é pá, mas isso é muito massa, muita obra, muita complexidade, mas se querem a minha opinião tomem lá. Fresquinha, pronta a consumir. Ah... e se vier abaixo-assinado, eu assino.
[Bom... mas coisa diferente é aquilo que li ontem no jornal. Vocês viram bem o desplante com que o jornalista escrevia sobre aquilo? Bahhh...]

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Pois é,

na actividade jornalística, é um direito do consumidor que a publicidade esteja devidamente identificada.

Os palhaços

Para melhor se compreenderem os objectivos - e a credibilidade e a honestidade... - de muita gente (atenção, distraídos, eu não disse «todos»...) que anda nos blogues, é de toda a conveniência ler este post do Rui [Adufe].
Já agora, cliquem nos linques e verifiquem a quantidade de patetas que foram atrás...

Ainda (e outra vez) a Web 2.0

E onde, senão nos blogues, podemos ler uma pessoa defender uma coisa e exactamente o seu contrário, no mesmo parágrafo, apenas com base no preconceito?
Eu, enquanto jornalista, não posso defender a existência de códigos deontológicos, regras de conduta. Mas outra pessoa, um blogger ou um Prof. já pode defender exactamente a mesma coisa - a mediação - que até leva elogio...
Parece que tenho medo dos blogues (esta parte é da ordem do delírio, indiscutível, portanto - o direito ao delírio, como se sabe, é uma regra básica de felicidade para muitas pessoas.... «Temor» da web, eu, que ando nisto há uma data de anos e não recuso uma polémica...).
[Registo este post apenas para que se perceba como o puro ódio ao jornalista alimenta por aí tanto blogue... mais do que se imagina.]

The Low-Carbon Diet

O Observer de hoje tem uma daquelas listinhas que vale a pena ler.
Como pode cada um de nós ajudar a salvar o planeta? É, digamos, uma lista liberal - não esperes que o Estado te salve, salva-te a ti próprio.

sábado, janeiro 20, 2007

Isto sim, vale a pena

Vocês já sabiam que Hillary Clinton, Britney Spears e Noam Chomsky estão na primeira linha dos culpados pelo 11 de Setembro? Sabiam, não sabiam?
Ah não... Então encomendem na Amazon esta preciosa obra que Dinesh D'Souza acaba de editar nos Estados Unidos, com esse revelador título The Enemy at Home - The Cultural Left and Its Responsability for the 9/11.
Vá lá, aprendam qualquer coisa...

Ainda a Web 2.0

Escrevi [no DN] um Editorial em que alertava para alguns excessos da euforia à volta daquilo a que se convencionou chamar de Web 2.0. Na sequência desse texto, presumo, fui convidado a partiticipar num programa do Clube de Jornalistas, na RTP, onde repeti os argumentos. Quem leia o Editorial e tenha visto o programa notou que, em ambos, tive o cuidado de frisar as enormes virtualidades e potencialidades da rede. As minhas reticências são para a euforia, não para a rede.

[e, em ambos os casos, centrei as minhas reticências no You Tube e foi nesse contexto que alertei para enorme quantidade de lixo que circula na rede - na RTP juntei-lhe a Wikipedia. Na RTP, ainda, sublinhei que continuo a preferir, me sinto mais seguro, com a velha realidade dos media anquilosados, com as suas regras estabelecidas, os seus mediadores, do que com a paisagem desordenada da web].

Quem tenha o mínimo conhecimento da língua que falamos percebe isso. Por isso, é sempre com espanto que continuo a ler análises redutoras como a que Luís Carmelo [Miniscente] faz do que viu/ouviu na televisão. Tudo se resume ao «ressentimento» e «azedume» dos jornalistas face a essa coisa de «novíssima esfera» de «natureza completamente diferente», de que o Luís é o profeta.

Como jornalista compete-me interpretar a realidade - é isso que tento fazer com a Web 2.0 e com o resto. Tenho interesses a declarar? Ah, pois tenho. Sou jornalista há uma data de anos e ando nos blogues desde o célebre Verão de 2003. Direi que me sinto numa posição privilegiada para escrever sobre o assunto. O Luís acha quer isso é um handicap. Sobre a Web pode ele discernir... com o distanciamento que se reconhece a quem nem tem um blogue nem nada [eu poderia agora dissertar sobre o que andam a fazer os escritores nos blogues, mas não me apetece cometer tal deselegância].

PS 1: sobre o essencial, sim, o natureza da rede, não partilho da visão messiânica do LC. Não andamos a inventar roda nenhuma.
PS 2: LC acha que eu deveria ser confrontado com não sei o quê. E não sei o quê porque o link dele não funciona... parece-me que aquele texto não passou por nenhum editor.

sexta-feira, janeiro 19, 2007



Four strong winds that blow slowly
Seven seas that run high
All these things that don't change come what may


quinta-feira, janeiro 18, 2007




terça-feira, janeiro 16, 2007

Não sei se é

só no cinema, se na literatura, se nas duas, se o diabo a sete, mas há uma gaita narrativa qualquer a que chamam de anti-climax. Ideia que, presumo, não precisa de grandes explicações.
Vem isto a propósito de uma conversa que me interessa a mim, às minhas duas gatas (que remédio têm elas...) e a três ou quatro ociosos que se põem a ler blogues noite dentro.
Pra dizer que, justo agora que o sitemeter anda numa excitação adolescente, não me apetece dar-lhe trela. O meu nome, santo nome, acho eu, tem andado por aí a ser invocado em vão. Das últimas vezes que espreitei os blogues do costume, nem percebi porque raio vinha aquele João Morgado Fernandes à liça. Ainda me obrigam a beliscar-me ao espelho e perguntar: és mesmo tu, jonas? Mas voltemos à moenga - haver coisas para dizer, até há. Polémicas? Ui! Simplesmente, não me apetece. O Sócrates, o Iraque e mais o aquecimento global sobrevivem bem sem mim (enfim, convém não exagerar na modéstia...). E a verdade é que aquilo que me apetecia mesmo era regressar aos tempos iniciais do french. O french, para quem não saiba, foi assim uma espécie de downsizing do terras do nunca. Exactamente como agora. A malta pegava-se, a malta discutia e, às tantas, era o dn e o tdn, tudo à mistura. O sitemeter, esse bulímico, não se queixava, claro. Para arrefecer os ânimos, um duche de água fria e, zás, mudança de blogue e de estilo. O sitemeter chegou a cortar relações... Mas depois o bichinho cresceu, cresceu, e , zás, catanada que se faz tarde. Para chegarmos novamente aqui, um sísifo involuntário.
Bom, mas voltemos ao essencial - e o essencial é isso mesmo. O prazer de ter um blogue é esse mesmo. Agora apetece-me estar nas tintas para os links, as polémicas, as audiências. E dirá aquele cavalheiro de São Domingos de Rana que conseguiu chegar a este ponto do post - oh homem, dedique-se a coisas mais úteis, meta-se na bicha para a próxima exposição da Gulbenkian - mas o que interessa esta conversa da treta à malta? Eu, e falo por mim, acho que não interessa rigorosamente nada. Nadinha mesmo. Mas eu avisei - ora leia lá o caro leitor o primeiro parágrafo.
Bom, faz-se tarde e, completamente metido a martelo, eu só queria manifestar o meu desagrado à shysnogud que isso de estar sob o mesmo tecto com bloggers e não se identificar é do caraças. A f. também faz o mesmo, mas, bolas, ela usa calças justas (lycra, i presume) e depois até manda sms e tudo. Quanto a si, minha cara blogger desconhecida, queria apenas - e esta parte da conversa nem ao leitor de São Domingos de Rana deve interressar - dizia eu, queria apenas fazer minhas as palavras de um comentário ao post antigo sobre a tal reunião de escola, que também eu acho que as intenções da professora eram as melhores, assim do género «em vez de coçarem os tomates, podiam pelo menos vir às reuniões da escola, oh ditos homens». Mas isto sou eu que sou um optimista. Ah, da próxima vez, dê sinal de si, sei lá, uma tossidela discreta, um tamborilar... já um olhar me parece comportar riscos desnecessários.
É verdade que toda esta conversa da treta deve ter liquidado definitivamente o coitado do sitemeter, mas, gaita, já repararam bem na quantidade de lixo que se publica nos blogues ditos de referência? Os gajos acham mesmo que aquilo interessa a alguém? Acham mesmo que alguém agradece que quebrem o abençoado silêncio? Oops, lá estou eu a meter-me em trabalhos.

segunda-feira, janeiro 15, 2007

Anorexia

O segundo disco de Carla Bruni tem 35 minutos.



domingo, janeiro 14, 2007

Vamos agora

proceder a uma simpática troca de links, um dos procedimentos fundadores da blogosfera.
Já alguém me tinha falado deste artigo do Christopher Hitchens - sim, é o mesmo -, mas devem ter-me falado da revista errada. É, pois, da Vanity Fair. Um artigo - e o gajo escreve bem como o caraças... - sobre esse fantástico trio composto por mulher, homem e humor. Ou será quarteto?

Homens

que são únicos.





















http://www.latimes.com/news/opinion/commentary/la-op-schickel14jan14,0,6950588.story?coll=la-news-comment-opinions

As mulheres

modernas, finalmente, arrumadas em categorias.

sábado, janeiro 13, 2007

Vamos fazer

uma manifestação em Guantánamo!? A Slate explica como.

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E é aí

que entras na tua zona de rebentação.

A canção

Afinal até já conhecias a canção. Está num daqueles discos do teu trovador de sempre. Sim, daqueles discos que ouves sempre e reouves. A canção estava lá. Está lá, verificas agora. Simplesmente tu nunca a tinhas verdadeiramente ouvido. Extraordinário como só começas a ouvir a canção no dia em que ela faz sentido. Preferias, obviamente, que ela estivesse lá, em todos os teus discos preferidos, e tu nem desses por ela.

Um gajo com coluna

Eu ia jurar que este blogue já teve lá no alto uma frase de Neil Young...
Depois de ler este post, adensa-se essa minha dúvida. E só me pergunto: o que faz um gajo destes no 31 da Armada?

sexta-feira, janeiro 12, 2007

Zona de rebentação

O Luís M. Jorge fartou-se do seu blogue excessivamente reactivo e, felizmente, criou outro. Pelos primeiros posts, parece-me reactivamente excessivo. Por exemplo, sobre Ana Gomes.
Também eu gosto de Ana Gomes. Escrevi-o neste blogue e, principalmente, naquele que é clicável ali ao lado. Gosto da sua frontalidade, coragem, excesso... Há alturas em que é necessário ser assim. Timor, Iraque... Já quanto aos voos da CIA, por motivos que já expliquei, considero haver uma série de condicionantes a ter em conta. Uma longa e complexa conversa...
Mas o que me leva a escrever este post é, ainda e infelizmente, o naufrágio na Nazaré. É que, ao contrário do que o Luís escreve, Ana Gomes está a ser tudo menos lúcida. A comparação entre uma situação de emergência (em que os minutos contavam) e aquela que se viveu nos Açores é puro disparate - o barco andava à deriva, não havia risco de afundamento e os tripulantes só ao fim de largas horas de tentativas perceberam que necessitavam de ser retirados, o que foi feito com toda a tranquilidade. Não dra. Ana Gomes, não é «complexo e arriscado» salvar homens em alto mar. Na zona de rebentação sim.

Perguntas

que nunca fazemos:
Why Are British Sex Scandals So Much Better than Ours?

De Espanha,

meus amigos, continuam a chegar-nos todos os dias bons ventos.
Un motín de pasajeros en un vagón del metro de Madrid paraliza el servicio durante una hora.

Utopias

Eu sei que criticar as utopias é sempre de bom tom. As utopias podem resultar no mais brutal dos totalitarismos. Ou não, por muito que a história mostre maioritariamente o contrário. Prefiro, se me permitem, não aceitar esse determinismo.
Apesar das desilusões, não tenciono abandonar as utopias.

[post de resposta a vários blogues que assinalaram a minha tomada de posição sobre chávez. em homenagem, god knows why, à nossa f. do glória fácil, não faço os links. nem maiúsculas.]

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Bizarre, indeed !

«Bizarria» é apenas uma das palavras utilizadas pela Economist para se referir a todo o processo que envolve a OPA sobre a PT.
[não faço ideia se o link está disponível para não assinantes - se não estiver, assinem. É caro, mas é bom. Poder para o povo, sim, mas o povo não pode continuar nesta ignorância... E pronto - já escrevi um post scriptum maior que o post propriamente dito. E, bom, nem sequer é um ps - como sabem, estou proiido de usar essas coisas de leve ressonância socrática... - mas apenas um parênteses recto. Um não, dois. Gosto destes parênteses. Se pudesse, usava um todos os dias. Talvez ao pequeno almoço, talvez pendurado no nó da gravata... Gravata? Porra esqueci-me outra vez. E se é hoje que me convidam para director (geral, já gora) da Lusa?]

quinta-feira, janeiro 11, 2007

De hoje a um mês

Voto sim. Sem a menor dúvidas.
Mas aconselho quem as tiver a fugir da campanha a sete pés. Ouvir os guerreiros do «não» ou do «sim» é meio caminho andado para qualquer um mudar de opinião

O powerpoint

Como anda pelos states, o Nuno ainda não sabe que, por cá, powerpoint é palavrão.

O João Miranda

é, como se sabe, especialista em tudo. Já em termos de sensibilidade...

Lei das Finanças Locais

“Si le apetece me parece fantástico porque está guapísima”


quarta-feira, janeiro 10, 2007

Hasta siempre Hugo

Eu, que tantas vezes aqui saudei Chávez e a sua via alternativa, apesar de alguns já evidentes desmandos - apenas admissíveis, porque na sua maioria eram de ordem meramente retórica - sou levado a concordar (com quem haveria de ser?) com a Economist. Os últimos passos deste «filho de Bolívar», coincidindo com a saída de cena de Fidel, são preocupantes. Um desilusão que pressentia, na certeza de que as ilusões, mesmo ou especialmente as da política, são coisas de acarinhar.

Títulos de romances em leilão

«O último dactilógrafo de Fernando Gil».

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Johnny Cash

É uma canção que não conheces. Vá lá saber-se como ou porquê, cai-te nas mãos num dia de Inverno. E ouves uma vez, e ouves outra vez, vezes sem conta. Continuas sem perceber porquê, ouves e reouves. Faz sentido. Agora, que a última coisa que querias era que aquela canção fizesse sentido.

Johnny Cash

É uma canção que não conheces. Vá lá saber-se como ou porquê, cai-te nas mãos num dia de Inverno. E ouves uma vez, e ouves outra vez, vezes sem conta. Continuas sem perceber porquê, ouves e reouves. Faz sentido. Agora, que a última coisa que querias era que aquela canção fizesse sentido.

E agora

um post sobre passarinhos.
[Hum... isto é que o povo vai adorar!]



terça-feira, janeiro 09, 2007

2007 - a fasquia

O Banco de Portugal reviu hoje em alta a previsão de crescimento da economia portuguesa este ano de 1,5 para 1,8 por cento, igualando a expectativa do Governo.

Resultados 2007

A população estudantil aumentou em 21 mil alunos, com especial ênfase nos cursos profissionalizantes (3.º ciclo) e profissionais (secundário).

E você?

Se tivesse de deixar as suas crianças dez minutos à guarda de alguém, deixava-as com um homem honesto e trabalhador, ou com um monte de esterco chamado Luís Rainha (isto já para não falar do simplesmente «Nuno»...)?

segunda-feira, janeiro 08, 2007

Veja

A revista Veja, na sua primeira edição deste ano, inclui uma Carta aos Leitores, assinada por Roberto Civita, que vai ao essencial em dois temas - o Brasil de Lula, o papel dos media:

Do nosso ponto de vista, a recente campanha eleitoral demonstrou que existe um vasto consenso referente à necessidade de acelerar o crescimento econômico do país e, ao mesmo tempo, melhorar a sua distribuição de renda. Entre aqueles que pensam o Brasil, há animadora concordância em que isso exige manter a estabilidade e a previsibilidade econômicas, eliminar as já conhecidíssimas barreiras ao desenvolvimento, combater a corrupção para valer, reduzir drasticamente a ineficiência e o desperdício da administração pública e avançar com energia na melhoria do nosso deplorável sistema de educação. Todas as declarações do presidente Lula, desde sua triunfante reeleição, confirmam que ele compartilha essa visão e está empenhado em – desta vez – fazer todo o possível para implementá-la.
A verdadeira questão, portanto, não está mais no que fazer, mas no como.
Já aprendemos que não bastam boas idéias, discursos e "vontade política" para fazer mudanças. É preciso competência, persistência e a verdadeira capacidade de liderar – que consiste em persuadir as pessoas a seguir o caminho traçado pelo próprio líder. Ou seja, embora nenhum presidente (ou outro governante) possa – sozinho – mudar nada, ele pode e deve apontar o caminho, arregimentar apoios, escolher ministros e assessores competentes, disciplinar quem sair da linha... Enfim, dar o tom e o exemplo.

(...)
Idealmente, toda a sociedade e todos os eleitores deveriam integrar um vasto leque de medidores e cobradores. Não apenas para apontar erros e falhas, mas também para reconhecer, aplaudir e reeleger os governantes e os partidos que entregarem o que prometeram. Sendo, entretanto, que isso é quase impossível nas sociedades de massa, mesmo nas democracias mais avançadas, cabe aos meios de comunicação, e especialmente à grande imprensa, servir como os olhos – e, sempre que possível, a consciência – da nação.
É o que VEJA pretende continuar fazendo, na torcida para que tenha cada vez menos para denunciar e cada vez mais para aplaudir.

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A crise (afinal,

a culpa é dos media, eu bem me parecia).

O Guardian andou a ler com atenção as sondagens de fim de ano lá na velha albion e chegou a uma conclusão fantástica: o pessoal acha que a vidinha até vai (dirão os exagerados que estão optimistas...), o diabo mesmo é o país, que está à beira do abismo (se não caiu mesmo e o pessoal ainda não notou...).
Conclui o camarada Peter Wilby, o guru lá da casa: a culpa é dos media, que não se fartam de pôr na primeira página todas as desgraças que conseguem encontrar, e as desgraças nem sempre são representativas, e o mundo não são só desgraças, e os jornalistas são é uns doentios... O segundo parágrafo deste texto é - como se diz por lá? - hilarious...

domingo, janeiro 07, 2007

A crise (caso prático)

Um deste dias, o Diário Económico assegurava que Portugal foi o país em que mais cresceram, em 2006, as vendas de Nespresso, o café da moda.
Não admira, por isso, que quem passa pelo Chiado e vê a bicha à porta da loja pense tratar-se da já famosa «rua». É, de facto.

A crise

veio definitivamente para ficar.
Desde meados de Novembro que, especialmente ao fim-de-semana, não se consegue entrar num centro comercial, grande superfície ou afim, nem que seja apenas para ir ao cinema.
Antes, eram as compras de Natal. Agora são os saldos. Parece que a classe média, pela aparência, ataca em grande. A mesma, dizem, que está a ser atacada pelo socialistas no poder. Maldita crise!

Fe... quê?

Também eu acho uma certa graça ao Correio da Manhã - helas, o jornal que agora deixa embasbacada uma certa intelectualidade indígena, o que só por si daria pano para tese. Principalmente ao sábado, a coluna de sexologia, assinada por uma senhora, meio perfilada, meio tímida, de sua graça Ana Santa (!?) Clara.
Destaque do texto desta semana: «Estou certa que Deus é homem, porque se fosse mulher teria feito o esperma a saber a chocolate».

E é nisto

[nesta pouca vergonha, sublinhe-se] que estamos.
A Presidência da República cria uma página para seguir a visita de sexa à Índia e é «informação em tempo real». O Governo mexe uma palha em termos comunicacionais e é propaganda.
[nada disto tem, obviamente, a ver com o mérito da iniciativa de Belém]

sábado, janeiro 06, 2007

O óbvio

Obviamente,
havendo os acordos bilaterais que se conhecem
comportando-se os americanos como se comportam, ou seja, sem dar cavaco a ninguém
estando Durão e Portas no poder
Obviamente
passaram aviões da CIA com presos ilegais em Portugal
alguns presos terão, no mínimo, pisado solo açoriano
Obviamente
em nome da decência e dos direitos humanos, o Governo português deveria ser mais transparente sobre esta matéria
Obviamente
não o pode fazer sozinho ao nível da UE
não pode menosprezar o impacto que isso teria nos tais acordos bilaterais
Mas, obviamente
a forma histriónica como a dra. Ana Gomes trata este caso só dificulta a manobra do governo português e, por exensão, dos europeus, tornando praticamente impossível qualquer declaração mais«sincera».

[Pub. fds special]



Emigra pá, emigra

É pá, se o país é assim tão medonho, porque não emigras? Como o outro, para Tenerife, as Canárias, ou o que é... Ainda ganhavas o Nobel.

[Tem toda a razão, João. Em alguns casos, melhor seria imigrar. Mas isso seria um erro, um pecado, se quiser. Emigremos, então.]

Olhó especialista!!!

É o que tem de bom, isto da blogosfera. Uma pessoa, quando não percebe de helicópteros, tem umas luzes sobre coletes salva-vidas. Cornucópias de saberes...
O Luís Rainha, esse é que a sabe toda, só escreve sobre experiências que já viveu. É por isso que anda por aí a cagar sentenças por tudo quanto é sítio sobre o aborto.

sexta-feira, janeiro 05, 2007

OVNIS (segunda dose)

Manuel Monteiro voltou hoje ao Parlamento. A dra. Ana Gomes garante haver pessoas que o viram.
George W. Bush vai falar sobre o Iraque. Diz que é uma espécie de magazi... (perdão) plano.
Combustíveis sobem três cêntimos em Portugal, depois do petróleo descer abruptamente no mercado internacional.
As notícias sobre Boa Morte não se referem necessariamente a Saddam.

O Blasfémias

foi modificado (espero que o João Miranda concorde).

ATT: post com prazo de validade.

OVNIS

A dra. Ana Gomes sabe de coisas estranhas nos Açores.
vida inteligente no 31 da Armada.
Aposto que o gajo de nacionalidad extranjera era português...

quinta-feira, janeiro 04, 2007

[Pub.]



Janeiro 2008

Todos os ouvidos se viram para a mensagem de Ano Novo do Presidente da República. Que balanço fará ele da agenda que ele próprio fixou, que é comum à do Governo e que, em boa medida caucionou ao longo de dois anos de mandato?
Obviamente, tendo em conta o perfil constitucional que adoptou para si próprio, só pode: registar os progressos feitos, notar que estamos no caminho certo, embora insista na necessidade de fazer mais, de sermos mais ambiciosos, de passarmos para um patamar superior.
Um discurso que agradará ao Governo e à oposição.

Setembro/Outubro de 2007

O país político, sempre antecipativo, mergulhará em contas e mais contas, projecções, estatísticos, avaliações...
Afinal, está ou não o Governo a cumprir as promessas e a fazer Portugal progredir na economia, na educação, na justiça?
A esquerda virá para a rua, para mostrar que o povo está descontente e, se o povo está descontente, é porque a coisa está mal.
A direita dirá que sim, mas que não era bem assim.
Os sindicatos - vidé os da educação - até já fizeram o prognóstico antes do jogo.
Discutir-se-á se a taxa de crescimento, afinal era só para ser maior que a de 2006, ou era mesmo já para ultrapassar a média da zona euro?
Discutir-se-á se os investimentos estarão já a contar, ou se só contam para o ano.
Na educação, discute-se se os resultados são fruto do acaso, da reforma do tempo do Santana (!), ou das medidas desta ministra. E, como nestas coisas o balanço é sempre misto, discute-se se o que é bom é que é para levar a sério, ou se o que é mau é que é para valer.
Na justiça, então, será a grande balbúrdia. Ou prendem uns tubarões entretanto, ou compram os lobbies do sector... ou estará «tudo na mesma».
E o Presidente?

terça-feira, janeiro 02, 2007

Filatelia (2)



E equiparação? Serve?

Há quem insista em menosprezar a blogosfera como fonte de conhecimento. Mas todos os dias a realidade responde com desmentidos.
O Papa, no Ano Novo, disse o seguinte:

Quanto ao direito à vida, cabe denunciar o destroço de que é objecto na nossa sociedade: junto às vítimas dos conflitos armados, do terrorismo e das mais diversas formas de violência, temos as mortes silenciosas provocadas pela fome, pelo aborto, pelas pesquisas sobre os embriões e pela eutanásia.

No Blasfémias, fiquei a saber que os media portugueses deturparam as palavras do Papa. Porque não há comparação, dizem.
Equiparação, serve?

[De resto, o Papa só meteu guerra, terrorismo, violências várias, aborto, pesquisa em ambriões e eutanásia no mesmo parágrafo porque, precisamente, entende que estamos perante realidades muito distantes...]

O estado, pois

Os pescadores de Matosinhos, na sequência do naufrágio na Nazaré, estão a exigir do estado um pesado esquema de vigilância ao longo de toda a costa. Que nem um milímetro fique a descoberto. E com «pessoas especializadas» e muitos «meios»...
Curiosamente, das suas reivindidações não consta um apelo para que todos os pescadores não sigam o exemplo dos da Nazaré e façam uso dos obrigatórios coletes salva-vidas. Pois.

[Pub.]



Negociações (versão 'ligeiramente' diferente)

1. A ETA faz maldades.
2. Todos dizem que não querem brincar com a ETA, mas todos brincam.
3. Os cobardes brincam às escondidas.
4. O Aznar brincou com a ETA, durante oito meses, em 1999, mas não gosta que se saiba.
5. Os homenzinhos brincam com a ETA às claras.
6. O Zapatero negociou com a ETA durante uns meses, em 2006, à vista de toda a gente.
7. O jcd sabe contar até dez. Uau!

segunda-feira, janeiro 01, 2007

A mensagem

de Ano Novo do Presidente da República, apesar de curta, será, seguramente, recordada muitas vezes durante 2007. Porque coloca as coisas nos termos certos.
Este é um tempo de esperança, mas igualmente de metas exigentes. O Presidente e os portugueses esperam, por isso, que no ano que agora começa surjam resultados concretos no desenvolvimento económico, na educação e na justiça. Obviamente, o PR está a falar para o Governo, mesmo, ou principalmente, quando fala na necessidade de um salutar relacionamento entre todos os agentes envolvidos. Mas está também a falar (ou melhor, a desafiar) esses agentes, por exemplo, os empresários.
Em suma, um discurso excelente, quer pelo caracterização que faz do momento que atravessamos, quer pelas metas que estabelece.

Náufragos

Alguns intelectuais anafados e uns tantos imberbes mal preparados saem de vez em quando da toca para descobrirem que o mundo, em especial o que lhes fica mais próximo, é cruel.
Voltou a acontecer com o naufrágio na Nazaré.
Meia dúzia de pescadores morreram tragicamente a poucos metros da praia. A coisa é mediática e por isso a intelectualidade acordou do fundo torpor natalício. Curiosamente, numa época em que muito mais pessoas morreram nas estradas, em circunstância muitas vezes bem mais dramáticas. Também no caso deles, um ténue fio separou a vida da morte - uma distracção do condutor que desvia a viatura da faixa, um carro de tuning (!) que faz mal uma curva, coincidências trágicas...
No caso da Nazaré, parece que o ÚNICO factor determinante terá sido o atraso no socorro.
Em alguns blogues, já vamos em atrasos de três horas e noutros a cronologia tem expressões do tipo «alguém (?) que viu o acidente de terra terá (?) eventualmente (?) alertado também as autoridades».
Peguei no Correio da Manhã, jornal especializado em tragédias e que não é conhecido pelas suas simpatias pela actual situação:

06.42: Lançada bóia de emergência
07.30: Satélite fornece falsa localização (a Norte do sítio exacto)
08.20: Pescador desportivo avisa as autoridades por telemóvel
08.45: Pedido de helicóptero à Marinha
09.55: Helicóptero chega ao local.

Ou seja, entre o primeiro aviso fornecendo informações concretas sobre o ocorrido e o local da ocorrência e a chegada do helicóptero passaram 1 hora e 35 minutos. Foi muito tempo? Mas é claro que sim, morreram pessoas... Penso, no entanto, que não estamos perante um caso que justifique o chorrilho de choradeira hipócrita que por aí anda.

[Ainda a tempo: os agentes envolvidos no socorro poderão ter revelado alguma incompetência. Seguramente muito menos que alguns comentadores: Henrique Raposo, por exemplo, chega a confundir os telejornais de dois dias para poder zurzir nos «jornalistas lacaios da RTP». O telejornal a que alude passa-se 36 horas, repito, 36 horas após a tragédia... Como é que alguém consegue escrever imbecilidades destas em Portugal sem qualquer censura pública (antes pelo contrário, até com aplausos...), isso, sim, é que é espantoso.]

Proposta de Ano Novo

Passar o dia com os 3000 soldados condenados à morte no Iraque por George W. Bush.

[via The New York Times, esse bastião do anti-americanismo, da informação enviesada e das agendas mediáticas deslocadas da realidade].

Sugestão de banda sonora: American V: A Hundred Highways, de Johnny Cash. Um dos melhores discos editados no ano que passou. A reconciliação perfeita com a América. Eu disse América.

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