quinta-feira, setembro 14, 2006
Os papões do Estado
Uma das coisas mais irritantes - porque paralisantes - de Portugal por estes dias é o discurso circular à volta do Estado-papão.
Deste tipo: "Portugal tem um problema central: o Estado. Por um lado, o Estado consome uma parte excessiva da riqueza nacional e, por outro, através da sua burocracia e da sua ineficiência, penaliza o próprio processo de criação de riqueza. Devíamos concentrar o máximo das nossas energias na solução deste problema."
O problema de Portugal, como de todos os países, é a chamada sociedade civil. As forças vivas. Todos nós. Os empresários portugueses e os trabalhadores portugueses. Os professores, os médicos, os empregados de café. Somos maus profissionais, maus cidadãos.
Atirar permamentemente as culpas para o Estado é um discurso vazio, circular. O Estado é uma entidade difusa. É, para efeitos de debate, uma não entidade. Não responde.
Isto não invalida que o Estado necessita de modernizar-se. Como sempre, como o resto.
Mas o mais fantástico é que este discurso sobre o «estado travão» está a surgir, nos últimos tempos, de pessoas que integram os escritórios de advogados de maior sucesso, de pessoas que lideram as empresas que maior lucro apresentam. Ou seja, de pessoas para quem, pelos vistos, o Estado não tem servido de travão. Antes pelo contrário.
Deste tipo: "Portugal tem um problema central: o Estado. Por um lado, o Estado consome uma parte excessiva da riqueza nacional e, por outro, através da sua burocracia e da sua ineficiência, penaliza o próprio processo de criação de riqueza. Devíamos concentrar o máximo das nossas energias na solução deste problema."
O problema de Portugal, como de todos os países, é a chamada sociedade civil. As forças vivas. Todos nós. Os empresários portugueses e os trabalhadores portugueses. Os professores, os médicos, os empregados de café. Somos maus profissionais, maus cidadãos.
Atirar permamentemente as culpas para o Estado é um discurso vazio, circular. O Estado é uma entidade difusa. É, para efeitos de debate, uma não entidade. Não responde.
Isto não invalida que o Estado necessita de modernizar-se. Como sempre, como o resto.
Mas o mais fantástico é que este discurso sobre o «estado travão» está a surgir, nos últimos tempos, de pessoas que integram os escritórios de advogados de maior sucesso, de pessoas que lideram as empresas que maior lucro apresentam. Ou seja, de pessoas para quem, pelos vistos, o Estado não tem servido de travão. Antes pelo contrário.