sábado, julho 29, 2006
quinta-feira, julho 27, 2006
Do pormenor à treta
Estou-me nas tintas para um certo debate que por aí anda sobre judeus e anti-semitismo. Acho absurdo e auto-menorizante do ponto de vista intelectual. Uma data de gente já me chamou anti-americano quando contestei a invasão do Iraque, anti-judeu quando contestei acções concretas de Israel. Este tipo de discussões são um disparate pegado - nunca pus em causa a existência de Israel e acho que os palestinianos devem ter um país a que chamem seu. Nessas, como noutras coisas, sou um liberal - quem quiser fazer um país que faça, se para isso tiver condições. Os bascos querem um país? Tudo bem, desde que não o construam à bomba.
Que alguns idiotas que por aí andam desenterrem a treta do anti-semitismo cada vez que se fala do Médio Oriente é problema deles. Ou melhor, uma maneira, como qualquer outra, de desconversar. O que, a mim, só me dá para dar o troco em desconversa - num debate franco, aberto, como acho que devem ser todas as conversas públicas, sinto-me à vontade para ironizar sobre a pronúncia do Cavaco, as barbas do Papa e, porque não?, o anti-semitismo.
Interessa-me, na questão do Médio Oriente, discutir a situação real, concreta, aquilo que realmente acontece, e não as tretas para-mitológicas que por aí andam.
E é nesse contexto concreto que eu critico Israel. E que, f., no caso concreto, acho espantoso que um país que começou uma guerra por causa do rapto de um soldado (lembram-se?) liquide quatro representantes da ONU nas circunstâncias específicas em que o fez.
Tudo isto me parece cristalino e nem sequer percebo onde entra aqui o palavreado oco e dado ao pingarelho do anti-semitismo e outras tretas. Acho, de resto, espantoso como algumas pessoas fervem em tão pouca água e assim perdem a serenidade... mas isso seria toda outra conversa.
Que alguns idiotas que por aí andam desenterrem a treta do anti-semitismo cada vez que se fala do Médio Oriente é problema deles. Ou melhor, uma maneira, como qualquer outra, de desconversar. O que, a mim, só me dá para dar o troco em desconversa - num debate franco, aberto, como acho que devem ser todas as conversas públicas, sinto-me à vontade para ironizar sobre a pronúncia do Cavaco, as barbas do Papa e, porque não?, o anti-semitismo.
Interessa-me, na questão do Médio Oriente, discutir a situação real, concreta, aquilo que realmente acontece, e não as tretas para-mitológicas que por aí andam.
E é nesse contexto concreto que eu critico Israel. E que, f., no caso concreto, acho espantoso que um país que começou uma guerra por causa do rapto de um soldado (lembram-se?) liquide quatro representantes da ONU nas circunstâncias específicas em que o fez.
Tudo isto me parece cristalino e nem sequer percebo onde entra aqui o palavreado oco e dado ao pingarelho do anti-semitismo e outras tretas. Acho, de resto, espantoso como algumas pessoas fervem em tão pouca água e assim perdem a serenidade... mas isso seria toda outra conversa.
Os pormenores
«é óbvio que a coisa que mais convém ao estado de israel, neste momento, é matar gente da onu.»
Eu podia tentar pôr-me na pele de um dos personagens Disney e desmontar a ingenuidade artificial a dar para ironia desta frase. O problema é a falta de tempo e o calor do caraças que faz lá fora. Sempre direi que para «o estado de Israel» - é o único país do mundo a quem algumas pessoas chamam de estado, deve ser para salientar que sempre se trata de mais um estado a juntar aos 50... - questões de pormenor, quando se trata de matar, costumam ser de grande irrelevância. O mesmo não acontece quando o alvo são eles - aí, o pormenor chega a assumir peso mitológico.
[desculpem lá qualquer erro de ortografia - deve ser do meu estado de grande exaltação anti-semita..]
Eu podia tentar pôr-me na pele de um dos personagens Disney e desmontar a ingenuidade artificial a dar para ironia desta frase. O problema é a falta de tempo e o calor do caraças que faz lá fora. Sempre direi que para «o estado de Israel» - é o único país do mundo a quem algumas pessoas chamam de estado, deve ser para salientar que sempre se trata de mais um estado a juntar aos 50... - questões de pormenor, quando se trata de matar, costumam ser de grande irrelevância. O mesmo não acontece quando o alvo são eles - aí, o pormenor chega a assumir peso mitológico.
[desculpem lá qualquer erro de ortografia - deve ser do meu estado de grande exaltação anti-semita..]
quarta-feira, julho 26, 2006
Não há civis inocentes
«Militares das forças de manutenção de paz da ONU no Sul do Líbano contactaram militares israelitas por dez vezes, a pedirem-lhes que parassem com os bombardeamentos nas proximidades, antes de o seu posto de observação ter sido atingido, matando quatro pessoas, de acordo com um relatório preliminar da ONU sobre o incidente, disponibilizado hoje à AP.
Durante cada telefonema, um oficial israelita prometeu o fim do bombardeamento, segundo um oficial da ONU que viu o relatório preliminar. Os contactos telefónicos prolongaram-se por seis horas.
Os militares da ONU no posto disseram que a área de um quilómetro a partir do posto foi atingida com munições de precisão, incluindo 17 bombas e 12 munições de artilharia, das quais quatro atingiram directamente o posto, ontem, diz-se no relatório.»
Durante cada telefonema, um oficial israelita prometeu o fim do bombardeamento, segundo um oficial da ONU que viu o relatório preliminar. Os contactos telefónicos prolongaram-se por seis horas.
Os militares da ONU no posto disseram que a área de um quilómetro a partir do posto foi atingida com munições de precisão, incluindo 17 bombas e 12 munições de artilharia, das quais quatro atingiram directamente o posto, ontem, diz-se no relatório.»
Os da ONU
Kofi Annan admite a hipótese de Israel andar a disparar deliberadamente sobre os representantes da ONU. O que, à luz das mais sérias teorias dos maiores intelectuais cá do burgo, o transforma num anti-semita. Ou, no mínimo, num pré-anti-semita, o que, em tempos de guerra, vai dar ao mesmo.
Obviamente, os fulanos da ONU são sempre um impecilho nas operações de expansão da democracia empreendidas pelos EUA, por mão própria ou delegada. Nada como começar por lhes dar uns tiros nos cornos para os pôr no seu lugar.
Obviamente, os fulanos da ONU são sempre um impecilho nas operações de expansão da democracia empreendidas pelos EUA, por mão própria ou delegada. Nada como começar por lhes dar uns tiros nos cornos para os pôr no seu lugar.
Sei lá... são do Hezbollah
Uma das coisas que mais me tem impressionado nesta guerra são os disfarces que os fulanos do Hezbollah têm arranjado. Agora, disfarçaram-se de observadores das Nações Unidas.
São civis? São fardados? São inocentes? São culpados? Sei lá... são do Hezbollah.
São civis? São fardados? São inocentes? São culpados? Sei lá... são do Hezbollah.
terça-feira, julho 25, 2006
A matemática do mal
O Luís [A Natureza do Mal] ouve o Rosas falar, faz as contas, e conclui que ali está «a maior parte da esquerda». Oh Luís, não me digas que és mais um caso de insucesso a matemática.
Por exemplo
A edição de hoje, terça-feira, do El Pais traz na capa a fotografia de uma célula do Hezbollah apanhada no Líbano.
O da direita nunca mais vai esquecer. E ficará eternamente grato por Israel lhe mostrado o caminho da luz. Literalmente.
O da direita nunca mais vai esquecer. E ficará eternamente grato por Israel lhe mostrado o caminho da luz. Literalmente.
segunda-feira, julho 24, 2006
Opinião, qual opinião?
Opinião válida, só mesmo a nossa. De preferência, sustentada no Haaretz.
Ah, é claro, as manifestações de que discordamos são «folclore».
E, pois, quando não concordamos com opiniões alheias, o mínimo que podemos fazer é mandá-los para a p... que os p...
E, sim, a França, oh a França, esse coio de culpados sempre a jeito de levar umas castanhadas.
Opinião, a sério, assim concentrada, meus caros, é coisa rara. Chamar-lhe opinião é quase desprezo. Chamemos-lhe antes ciência, estúpidos.
Ah, é claro, as manifestações de que discordamos são «folclore».
E, pois, quando não concordamos com opiniões alheias, o mínimo que podemos fazer é mandá-los para a p... que os p...
E, sim, a França, oh a França, esse coio de culpados sempre a jeito de levar umas castanhadas.
Opinião, a sério, assim concentrada, meus caros, é coisa rara. Chamar-lhe opinião é quase desprezo. Chamemos-lhe antes ciência, estúpidos.
Obviamente...
... se eles acham que os povos têm todos os mesmos direitos, só podem ser anti-Israel. O mundo, de resto, divide-se entre a malta porreira pró-Israel e os facínoras dos anti-semitas. É tudo tão simples, não é?
domingo, julho 23, 2006
Scenarios
Não percebi...
Sinal estranho é o exercício da liberdade de expressão, ou a sua sanção quando excessiva porque incorrendo em violação das leis vigentes?
A litigância, dentro das regras de um estado de direito, é, afinal de contas, um bom ou um mau sinal?
Dito de outra forma, caladinhos e bem comportadinhos é que era bom?
A litigância, dentro das regras de um estado de direito, é, afinal de contas, um bom ou um mau sinal?
Dito de outra forma, caladinhos e bem comportadinhos é que era bom?
Gente simples
E, é claro, há quem insista em reduzir tudo ao anti-semitismo. Um mundo confortável, o desta gente.
sábado, julho 22, 2006
Bloguistas de todo o mundo
Já vi que estão na praia ou sem vontade de blogar. Na segunda hipótese, aí vai uma sugestão:
Estes três estarolas foram fotografados ontem, nestes propósitos, na cimeira do Mercosul, na Argentina. Ah, o do meio, é o tal do Guevara, em criança, mas já com aquele ar de quem se preparava para cometer crimes contra a humanidade.
Estes três estarolas foram fotografados ontem, nestes propósitos, na cimeira do Mercosul, na Argentina. Ah, o do meio, é o tal do Guevara, em criança, mas já com aquele ar de quem se preparava para cometer crimes contra a humanidade.
sexta-feira, julho 21, 2006
Ah é?
Leio nos jornais que a ministra da Educação não convenceu os deputados da oposição.
Em jornalês clássico, o cão continua a morder calmamente o homem.
Em jornalês clássico, o cão continua a morder calmamente o homem.
quinta-feira, julho 20, 2006
A guerra
Espanta-me a facilidade com que, no conflito do Médio Oriente, se escolhe um dos lados. Chega a ser pornográfico como, perante o que se está a passar, se consegue dar razão a uma das partes, independentemente dos critérios e justificações que se apresentem.
terça-feira, julho 18, 2006
Belle & Sebastian
A velha Albion nunca esqueceu os seus Beatles. Retomar a história no dia em que partiram para a India à procura de paz e amor e regressaram encharcados em LSD e com uma ligeira vontade de mudar o mundo.
domingo, julho 16, 2006
Retratos do trabalho no Líbano
terça-feira, julho 11, 2006
Wish you were here
País de malucos
Em entrevista publicada hoje n'O Diabo [é verdade, as coisas que ainda se publicam...] um senhor chamado Juiz Conselheiro Sá Nogueira diz esta coisa espantosa: «Hoje, o maior número de consultas de psiquiatria é de juízes» [título na primeira página].
A ser verdade, o facto explicaria muita coisa que tem andado nas páginas dos jornais nos últimos meses.
Mas temo que seja mais uma chalaça. Em Portugal, quando um grupo de interesses se sente em causa, em vez de chamar um advogado para se defender em plano legítimo, alega insanidade. Todos inimputáveis, é o que nós somos.
A ser verdade, o facto explicaria muita coisa que tem andado nas páginas dos jornais nos últimos meses.
Mas temo que seja mais uma chalaça. Em Portugal, quando um grupo de interesses se sente em causa, em vez de chamar um advogado para se defender em plano legítimo, alega insanidade. Todos inimputáveis, é o que nós somos.
segunda-feira, julho 10, 2006
Gémeos
Afinal, não é só em Portugal. Na Polónia, também há gémeos na Presidência e na chefia do Governo.
sábado, julho 08, 2006
Crítico, se abra
Acordei e estou em pulgas. Tenho de ir à rua comprar o Público. Não aguento nem mais um minuto. O crítico Seabra deve escrever hoje o cagagésimo capítulo daquela coisa da crítica à crítica. Algo me diz que é hoje, é hoje, que o gajo vai confessar que, em 1970 e coisa, também ele, oh céus, raios e coriscos, escreveu uma coisa sobre um filme do qual não sabia o nome do assistente do director de fotografia. Como foi possível tanta leviandade? O que levou o crítico Seabra a essa pequena distração fatal? A semiótica fílmica, escola escandinava, derivante lapónica, terá sido irremediavelmente afectada? E os hipermercados Continente, poderão alguma vez colocar de novo em promoção as críticas Seabra com sabor a limão, pague meia dúzia e leve outras tantas? Saiba tudo hoje em mais um capítulo da enervante, arrepiante, delirante série: Toda A Crítica Está Comprada Menos A Minha (que ninguém a compra). Arrepiante...
[Act: não vale o dinheiro que custa. O costume.]
[Act: não vale o dinheiro que custa. O costume.]
quinta-feira, julho 06, 2006
Série Grandes Capas, tomo IV
Economist, 7-7-2006.
Isto faz-me lembrar o Elton John... mas eu agora tenho de pensar duas vezes nas más interpretações que se fazem por aí
Isto faz-me lembrar o Elton John... mas eu agora tenho de pensar duas vezes nas más interpretações que se fazem por aí
the world go 'round, the world go 'round...
Não me parece que os orçamentos do BES e do Milenium contemplem mais mecenato para jornalismo económico.
Escrito nas estrelas (o 'remake')
Pedro Santana Lopes iniciou ontem uma sereníssimo caminho para Belém. Como se nada tivesse acontecido... A única dúvida é se será tentado já daqui a cinco anos, o que seria muito divertido, ou daqui a 10. Mas dez anos, para o Pedro, é mais que uma eternidade.
Oh la la... la France
quarta-feira, julho 05, 2006
Antes que seja tarde
Que fique bem claro: apesar do título do blogue, e ao contrário do que possam dar a entender uma série de posts que estão ali em baixo, sempre considerei a França o símbolo máximo da decadência ocidental.
Uns cromos...
sms
Liberté. Egalité. Vatefodé.
Inverno em pleno Verão
O hit do Verão?
Decididamente, o Quero que vá tudo para o Inferno, na novíssima versão dos GNR. Uma delícia, a praia a estalar, o perfume a Copertone de côco, e o Reininho a cantar «me aqueça nesse Inverno». Tudo muito GNR...
O disco chama-se ContinuaAcção (vol 3.) e tem coisas lentas e rápidas. Arrumadas por CD, como deve ser. Com inéditos e tudo... As letras dos GNR são da melhor poesia que por aí anda. Pérolas a surdos, é o que é.
Ah, é claro, se se puserem com coisas publico, aqui e na íntegra, a letra do Ananás.
Decididamente, o Quero que vá tudo para o Inferno, na novíssima versão dos GNR. Uma delícia, a praia a estalar, o perfume a Copertone de côco, e o Reininho a cantar «me aqueça nesse Inverno». Tudo muito GNR...
O disco chama-se ContinuaAcção (vol 3.) e tem coisas lentas e rápidas. Arrumadas por CD, como deve ser. Com inéditos e tudo... As letras dos GNR são da melhor poesia que por aí anda. Pérolas a surdos, é o que é.
Ah, é claro, se se puserem com coisas publico, aqui e na íntegra, a letra do Ananás.
Um 'milk shake' de Paixão
Agora foi Paixão em Florença, de Somerset Maugham. Coladinho a oito iogurtes com sabor a Milk Shake (as coisas que eles inventam...). O problema é que começa a faltar espaço para os iogurtes.
terça-feira, julho 04, 2006
Galiza (um contributo)
Do leitor Pedro Freire de Almeida, recebi o seguinte comentário, útil para a compreensão do que nos diferencia de Espanha:
Pelo pouco que conheço da Galiza e de outras regiões de Espanha, também constato uma vitalidade imensamente superior à portuguesa no relativo às publicações regionais, temáticas e "de causas". Creio que isso se deve à tradição cultural nacionalista, já do sec.XIX, depois ao espírito de resistência política no tempo de Franco, mais recentemente às milhentas causas (desde as temáticas globalização até às paroquiais). Donde vem essa energia? Do atrito permanente com o "Outro" (o Estado Espanhol), tendo de se afirmar em todas as áreas para que não se esqueçam que existe e tem identidade própria?
Seja como for, é uma vitalidade de produção editorial e de polémica que exprime uma relação mais participativa na causa pública e, no caso dos jornais com edições locais, é claramente muito positivo.
Nota o leitor que teve de me mandar o comentário por mail porque não tenho caixa de comentários. É uma velha quezília... Já cheguei a ter caixa, mas encerrei-a. Das que conheço, ora pelo tom, ora pelo conteúdo, são praticamente lixo. Surgiram recentemente os «comentários moderados» [fabulosa expressão - será que aceitam comentários exacerbados?], mas, como a minha vida não é isto, não tenho tempo para grandes moderações.
Pelo pouco que conheço da Galiza e de outras regiões de Espanha, também constato uma vitalidade imensamente superior à portuguesa no relativo às publicações regionais, temáticas e "de causas". Creio que isso se deve à tradição cultural nacionalista, já do sec.XIX, depois ao espírito de resistência política no tempo de Franco, mais recentemente às milhentas causas (desde as temáticas globalização até às paroquiais). Donde vem essa energia? Do atrito permanente com o "Outro" (o Estado Espanhol), tendo de se afirmar em todas as áreas para que não se esqueçam que existe e tem identidade própria?
Seja como for, é uma vitalidade de produção editorial e de polémica que exprime uma relação mais participativa na causa pública e, no caso dos jornais com edições locais, é claramente muito positivo.
Nota o leitor que teve de me mandar o comentário por mail porque não tenho caixa de comentários. É uma velha quezília... Já cheguei a ter caixa, mas encerrei-a. Das que conheço, ora pelo tom, ora pelo conteúdo, são praticamente lixo. Surgiram recentemente os «comentários moderados» [fabulosa expressão - será que aceitam comentários exacerbados?], mas, como a minha vida não é isto, não tenho tempo para grandes moderações.
Dos jornais e do resto
O Tiago Barbosa Ribeiro [Kontratempos] volta ao Imprensa na Prensa com um longo texto que, obviamente, daria pano para mangas. Alguns apontamentos, para já:
1. Timor. À parte a frente televisiva, sempre mais dada a componentes emocionais e a um enorme superficialismo, a cobertura da recente crise pela generalidade dos media portugueses pareceu-me positiva. Pobre de início - ninguém tem lá correspondentes permanentes -, mas depois mais extensiva e completa. Foram ouvidos protagonistas [Alkatiri, por exemplo, era raro o dia em que não tinha uma entrevista publicada em Portugal] e especialistas, numa tentativa de explicar algo que, verdadeiramente, ainda ninguém percebeu. Na imprensa portuguesa, li mais perplexidades que certezas, o que, tendo em conta a situação concreta, me parece de elogiar. Penso que não vale a pena comparar a cobertura feita em Portugal com aquela que foi feita, por exemplo, no Brasil - há muitas coisas que não conheço: o Estado tem lá correspondente, a cobertura do Estado foi todos os dias assim? Enfim, demasiadas incógnitas...
A ideia que tenho é que os portugueses ficaram, após esta crise, com uma percepção diferente de Timor-Leste. E que, nessa percepção, a estrela de Xanana perdeu algum brilho. E isso só se pode dever aos media. Pelo que não percebo tanta preocupação com um alegado enviesamento.
2. A filha de Sampaio. O facto de a filha de um PR (saído há seis meses...) ter sido contratada pelo Governo seria notícia em todo o mundo. No mundo anglo-saxónico, tal nomeação seria escrutinada até ao tutano. Assim como o facto de um ex-assessor do PR ser hoje assessor de um grande empresário. A notícia, em si, nada tem de acusatório - os factos devem ser expostos e os protagonistas devem explicar-se. Os leitores que tirem as conclusões. Aos media compete escrutinar os poderes, tudo o que tem a ver com os poderes e não seja da esfera íntima. Por muito que custe a admitir ao TBR, a notícia em causa diz mais sobre o funcionamento da política e da sociedade em Portugal do que outras de aparente maior importância [disclaimer: o jornal onde trabalho dedicou, salvo erro, oito linhas ao assunto].
3. O jornalismo. Não digo que esteja tudo bem, que não haja nada a corrigir. E também não fujo ao debate [disclaimer 2: nas últimas semanas, quebrei um voto que fizera a mim próprio há três anos de não debater no blogue a minha actividade profissional directa precisamente porque acho que há debates que valem a pena].
Para abreviar a questão, duas opiniões curtas e grossas sobre o jornalismo que hoje se faz em Portugal:
a) é muito melhor, a anos-luz, do que se fazia há três, quatro ou cinco décadas. No último século houve alguns «homens de letras» [acho esta expressão deliciosa - há uma associação deles mais jornalistas, no Porto] que se notabilizaram nos jornais portugueses. Eram mais cronistas e escritores em potência, do que jornalistas.
b) se fizermos a comparação entre Portugal e outros países, eu diria que os media portugueses estão muito acima da media do país. Ou seja, temos media melhores que o país. Os nossos jornais de referência podem equiparar-se, sem receios, com vários jornais europeus, enquanto que, em muitos outros indicadores, o país fica claramente a perder. E isto não é pouco.
1. Timor. À parte a frente televisiva, sempre mais dada a componentes emocionais e a um enorme superficialismo, a cobertura da recente crise pela generalidade dos media portugueses pareceu-me positiva. Pobre de início - ninguém tem lá correspondentes permanentes -, mas depois mais extensiva e completa. Foram ouvidos protagonistas [Alkatiri, por exemplo, era raro o dia em que não tinha uma entrevista publicada em Portugal] e especialistas, numa tentativa de explicar algo que, verdadeiramente, ainda ninguém percebeu. Na imprensa portuguesa, li mais perplexidades que certezas, o que, tendo em conta a situação concreta, me parece de elogiar. Penso que não vale a pena comparar a cobertura feita em Portugal com aquela que foi feita, por exemplo, no Brasil - há muitas coisas que não conheço: o Estado tem lá correspondente, a cobertura do Estado foi todos os dias assim? Enfim, demasiadas incógnitas...
A ideia que tenho é que os portugueses ficaram, após esta crise, com uma percepção diferente de Timor-Leste. E que, nessa percepção, a estrela de Xanana perdeu algum brilho. E isso só se pode dever aos media. Pelo que não percebo tanta preocupação com um alegado enviesamento.
2. A filha de Sampaio. O facto de a filha de um PR (saído há seis meses...) ter sido contratada pelo Governo seria notícia em todo o mundo. No mundo anglo-saxónico, tal nomeação seria escrutinada até ao tutano. Assim como o facto de um ex-assessor do PR ser hoje assessor de um grande empresário. A notícia, em si, nada tem de acusatório - os factos devem ser expostos e os protagonistas devem explicar-se. Os leitores que tirem as conclusões. Aos media compete escrutinar os poderes, tudo o que tem a ver com os poderes e não seja da esfera íntima. Por muito que custe a admitir ao TBR, a notícia em causa diz mais sobre o funcionamento da política e da sociedade em Portugal do que outras de aparente maior importância [disclaimer: o jornal onde trabalho dedicou, salvo erro, oito linhas ao assunto].
3. O jornalismo. Não digo que esteja tudo bem, que não haja nada a corrigir. E também não fujo ao debate [disclaimer 2: nas últimas semanas, quebrei um voto que fizera a mim próprio há três anos de não debater no blogue a minha actividade profissional directa precisamente porque acho que há debates que valem a pena].
Para abreviar a questão, duas opiniões curtas e grossas sobre o jornalismo que hoje se faz em Portugal:
a) é muito melhor, a anos-luz, do que se fazia há três, quatro ou cinco décadas. No último século houve alguns «homens de letras» [acho esta expressão deliciosa - há uma associação deles mais jornalistas, no Porto] que se notabilizaram nos jornais portugueses. Eram mais cronistas e escritores em potência, do que jornalistas.
b) se fizermos a comparação entre Portugal e outros países, eu diria que os media portugueses estão muito acima da media do país. Ou seja, temos media melhores que o país. Os nossos jornais de referência podem equiparar-se, sem receios, com vários jornais europeus, enquanto que, em muitos outros indicadores, o país fica claramente a perder. E isto não é pouco.
Isto está a ficar estranho
Foi o que me ocorreu quando liguei a RFM e estava a dar o Losing My Religion, dos REM.
Um caso de enviesamento
Tiago Barbosa Ribeiro [Kontratempos] considera que «os jornais, na sua ânsia de criarem realidades mediáticas que os inscrevam no espaço público mais como actores do que como mediadores, alienam a inteligência dos leitores numa agenda-setting ficcionada, evidente e triste.»
Como contraponto, TBR apresenta-nos o seu bisavô, «jornalista conceituado», um «provocador, com um prestígio que lhe permitia descer a Rua 31 de Janeiro discutindo com Salazar a bondade do ideário anarquista».
Ou seja, critica o alegado enviesamente do real pelos jornalistas da actualidade, enquanto elogia um antigo jornalista que nem sequer se limitava a escolher um ponto de vista, antes tentava intervir no próprio real. Esclarecedor...
O espírito do texto prolonga-se, de resto, pelos comentários, onde alguém apresenta como contraponto à «manipulação das notícias» dos dias de hoje nada mais nada menos que Maria Lamas, cujas qualidades de escrita e outras não podem ser postas em causa, mas cuja «isenção», «distanciamento», chamem-lhe o que quiserem, não podem, obviamente, servir de exemplo. Tratava-se de uma intelectual com uma causa, ou com causas, se quiserem. Ou seja, o mais perfeito exemplo de agenda-setting.
A comparação que TBR faz com a Galiza enferma do mesmo tipo de enviesamento. Há mais leitores na Galiza? O tal «mau jornalismo» é o culpado de tal coisa? Será só nos jornais e nos jornalistas que a Galiza nos passou a perna nas últimas duas décadas? E, já que falamos em Espanha, o facto de o El Pais ser o gigante que é terá alguma coisa a ver com o seu evidente agenda-setting pró-socialista?
[Como exemplo de mau jornalismo, TBR apresenta um texto do Diário de Notícias que, obviamente, não leu. Trata-se de um texto neutro, uma descrição seca de um conjunto de acontecimentos. Poderá o TBR dar exemplos do que chama de «tom enviesado e oficioso»? - Declaração de interesses: lembro os mais distraídos que tenho responsabilidade editoriais no DN.]
Como contraponto, TBR apresenta-nos o seu bisavô, «jornalista conceituado», um «provocador, com um prestígio que lhe permitia descer a Rua 31 de Janeiro discutindo com Salazar a bondade do ideário anarquista».
Ou seja, critica o alegado enviesamente do real pelos jornalistas da actualidade, enquanto elogia um antigo jornalista que nem sequer se limitava a escolher um ponto de vista, antes tentava intervir no próprio real. Esclarecedor...
O espírito do texto prolonga-se, de resto, pelos comentários, onde alguém apresenta como contraponto à «manipulação das notícias» dos dias de hoje nada mais nada menos que Maria Lamas, cujas qualidades de escrita e outras não podem ser postas em causa, mas cuja «isenção», «distanciamento», chamem-lhe o que quiserem, não podem, obviamente, servir de exemplo. Tratava-se de uma intelectual com uma causa, ou com causas, se quiserem. Ou seja, o mais perfeito exemplo de agenda-setting.
A comparação que TBR faz com a Galiza enferma do mesmo tipo de enviesamento. Há mais leitores na Galiza? O tal «mau jornalismo» é o culpado de tal coisa? Será só nos jornais e nos jornalistas que a Galiza nos passou a perna nas últimas duas décadas? E, já que falamos em Espanha, o facto de o El Pais ser o gigante que é terá alguma coisa a ver com o seu evidente agenda-setting pró-socialista?
[Como exemplo de mau jornalismo, TBR apresenta um texto do Diário de Notícias que, obviamente, não leu. Trata-se de um texto neutro, uma descrição seca de um conjunto de acontecimentos. Poderá o TBR dar exemplos do que chama de «tom enviesado e oficioso»? - Declaração de interesses: lembro os mais distraídos que tenho responsabilidade editoriais no DN.]
segunda-feira, julho 03, 2006
Isto assim não vai lá
A newsletter do Lidl (é verdade, as coisas que eu subscrevo...) informa-me que, a partir de dia 10, estará em promoção (29,90 euros) um fabuloso conjunto de «brocas cranianas».
Não faço a mínima ideia para que servem, mas dia 10 lá estarei. A simples expressão «brocas cranianas» perfura-me no cérebro um sem-fim de possibilidades que não posso ignorar. Da «broca de centragem» é melhor nem falar...
Não faço a mínima ideia para que servem, mas dia 10 lá estarei. A simples expressão «brocas cranianas» perfura-me no cérebro um sem-fim de possibilidades que não posso ignorar. Da «broca de centragem» é melhor nem falar...
domingo, julho 02, 2006
Primavera Verão 2006
Um país remodelável
O Correio de Manhã diz hoje que problemas de costas, como os que afligem Freitas do Amaral, têm mais de 6 milhões de portugueses. O que, bem vistas as coisas, pode ser todo um programa.
Notícias da Futebolândia (concl. prov.)
Uma das coisas mais engraçadas (no duplo sentido: curiosas e divertidas) dos blogues é o resultado da mistura de registos.
Uma piada de café - do tipo «este Sócrates era capaz de mandar um homem à lua só para distrair a malta das agruras da governação» - transfigura-se na mais fina das análises políticas.
Aquilo a que estamos a assistir, numa curiosa circulação entre blogues e media tradicionais, é puro delírio. A remodelação estudada para anteceder o jogo com a Inglaterra (parem para pensar: com que objectivo? mas ainda alguém acha que o povo valoriza coisas como uma remodelação?). A remodelação, lado negro a esconder, numa semana em que Sócrates, todos os dias, todos os dias mesmo, fez um daqueles anúncios-tipo-propaganda-que-o-pessoal-tanto-gosta-de-denunciar. Ou seja, a mesma semana (ao limite, a mesma argumentação) serve para justificar a data da má notícia, mas não serve para justificar o anúncio agradável? Em que ficamos?
Temo que, se Portugal avançar mais no Mundial, o homem ainda acabe acusado de comprar árbitros. Pior, de crime de lesa Pátria por ajuda indevida à Selecção Nacional.
E, no entanto, nada, mesmo nada, na governação de Sócrates permite tal conclusão. Ele será propagandista, demagógico, egocêntrico, vendedor de ilusões, até coisas muito mais sinistras... Mas não me parece que, até agora, Sócrates tenha utilizado contextos externos à política executiva para tomar, anunciar ou esconder medidas. O comportamento do Governo em momentos (e nas vésperas) de actos eleitorais, como as autárquicas e as presidenciais, talvez servisse de demonstração disso mesmo. Não fosse este um país desmemoriado.
Act: acho que, na segunda-feira, o homem vai anunciar mais qualquer medida de impacto. Seguindo os finos raciocínios que por aí andam, deve ser para aproveitar a onda da vitória. Mas, como a coisa foi marcada antes do jogo, talvez seja para aproveitar a onda má pós-derrota.
Uma piada de café - do tipo «este Sócrates era capaz de mandar um homem à lua só para distrair a malta das agruras da governação» - transfigura-se na mais fina das análises políticas.
Aquilo a que estamos a assistir, numa curiosa circulação entre blogues e media tradicionais, é puro delírio. A remodelação estudada para anteceder o jogo com a Inglaterra (parem para pensar: com que objectivo? mas ainda alguém acha que o povo valoriza coisas como uma remodelação?). A remodelação, lado negro a esconder, numa semana em que Sócrates, todos os dias, todos os dias mesmo, fez um daqueles anúncios-tipo-propaganda-que-o-pessoal-tanto-gosta-de-denunciar. Ou seja, a mesma semana (ao limite, a mesma argumentação) serve para justificar a data da má notícia, mas não serve para justificar o anúncio agradável? Em que ficamos?
Temo que, se Portugal avançar mais no Mundial, o homem ainda acabe acusado de comprar árbitros. Pior, de crime de lesa Pátria por ajuda indevida à Selecção Nacional.
E, no entanto, nada, mesmo nada, na governação de Sócrates permite tal conclusão. Ele será propagandista, demagógico, egocêntrico, vendedor de ilusões, até coisas muito mais sinistras... Mas não me parece que, até agora, Sócrates tenha utilizado contextos externos à política executiva para tomar, anunciar ou esconder medidas. O comportamento do Governo em momentos (e nas vésperas) de actos eleitorais, como as autárquicas e as presidenciais, talvez servisse de demonstração disso mesmo. Não fosse este um país desmemoriado.
Act: acho que, na segunda-feira, o homem vai anunciar mais qualquer medida de impacto. Seguindo os finos raciocínios que por aí andam, deve ser para aproveitar a onda da vitória. Mas, como a coisa foi marcada antes do jogo, talvez seja para aproveitar a onda má pós-derrota.
sábado, julho 01, 2006
Notícias da Futebolândia 8
É impressionante o poder da máquina de propaganda.
Disse Manuel Alegre [citado pelo Blogame Mucho]: «Um distinto jornalista quis falar comigo sobre o próximo congresso do PS. Escusei-me. O que neste momento me aflige é saber se Cristiano Ronaldo joga ou não.»
Ao que isto chegou. Até o poeta calaram. Malditos!
Disse Manuel Alegre [citado pelo Blogame Mucho]: «Um distinto jornalista quis falar comigo sobre o próximo congresso do PS. Escusei-me. O que neste momento me aflige é saber se Cristiano Ronaldo joga ou não.»
Ao que isto chegou. Até o poeta calaram. Malditos!
Notícias da Futebolândia 7
... ah, e o Manuel Pinho, o Nunes da Silva e o Jaime Silva que se cuidem.
[E pergunta o leitor - quem são? Pois.]
[E pergunta o leitor - quem são? Pois.]
Notícias da Futebolândia 6
E quarta-feira é às oito da noite. Nem é preciso tolerância de ponto...
Notícias da Futebolândia 5
«Deram uma alegria enorme a Portugal». A frase é de José Sócrates e refere-se (tchanam...) à vitória sobre a Inglaterra. Não há é vergonha, é o que é.
Notícias da Futebolândia 4
A esta altura, está o Lawrence com uns amigos (eh lá, isto não é preconceito...), todos em cima de camelos, e há uns soldados que querem não sei o quê. Parece que é a coluna, perdão, a cabeça do Freitas. Cá por mim, aquilo ainda vai a penaltis.
Notícias da Futebolândia 3
O meu caso, por exemplo. Estou no Marquês de Pombal a tentar trabalhar e há uns malucos lá fora a buzinar e aos gritos. Um inferno. Pior, a polícia (lá está, lá está... a mando do Costa) até já cortou a Avenida. Um escândalo!
Notícias da Futebolândia 2
É imensa a mão que abafa este país em futebol.
Ainda há bocado, apeteceu-me ler uns clássicos, discutir umas etimologias e... zás... estava a charlotte num diálogo absurdo (a sério: super-divertido) com a vieira do mar. Coisas de mulheres...
Ainda há bocado, apeteceu-me ler uns clássicos, discutir umas etimologias e... zás... estava a charlotte num diálogo absurdo (a sério: super-divertido) com a vieira do mar. Coisas de mulheres...
Notícias da Futebolândia
Portugal ganhou à Inglaterra (uma coisa que acontece todos os dias...) e a RTP 1 nas tintas. Está a dar, há várias horas, uma estucha chamada Lawrence da Arábia (221 minutos, repito 221 minutos... disponíveis em qualquer vídeoclube de esquina). Quase 4 horas que ninguém, no seu perfeito juízo, se põe a ver numa tarde de sábado. Uma vergonha, o que o canal do Estado, a soldo e mando do Governo, anda a fazer...
Boys
Mas, oh João, há por aqui qualquer confusão. Há umas semanas, o Eduardo Pitta ilustrou um post sobre crítica literária com uma foto do Boy George - exactamente a mesma que republico. O Eduardo parece gostar tanto do Boy George que publica a sua foto quando não tem mais nada para publicar, ou mesmo a despropósito. Eu próprio já fiz isso uma vez ou outra com a Scarlett...
Como a notícia da vinda do Rapaz a Portugal saiu em notícias pequenas nuns jornais de pouca referência, achei que poderia passar despercebida ao Eduardo. Só isso... Às vezes, as coisas são mais simples do que parece.
Já que falamos de música e gostos musicais, se o João reparar - e a memória não me atraiçoar... - a última referência musical que fiz no blogue foi ao disco mais recente dos Pet Shop Boys [cuja edição especial, de dois CD, me acompanha no carro há uns dois meses].
Se há algum subtexto, algum não-dito, nesta conversa não é seguramente meu.
Como a notícia da vinda do Rapaz a Portugal saiu em notícias pequenas nuns jornais de pouca referência, achei que poderia passar despercebida ao Eduardo. Só isso... Às vezes, as coisas são mais simples do que parece.
Já que falamos de música e gostos musicais, se o João reparar - e a memória não me atraiçoar... - a última referência musical que fiz no blogue foi ao disco mais recente dos Pet Shop Boys [cuja edição especial, de dois CD, me acompanha no carro há uns dois meses].
Se há algum subtexto, algum não-dito, nesta conversa não é seguramente meu.