sábado, março 31, 2007
Post-scriptum
Vários jornais e revistas generalistas estão a conseguir contrariar a tendência de quebra que se tem vindo a registar nos últimos anos em Portugal. ‘Courrier Internacional’, ‘Diário de Notícias’, ‘Expresso’, ‘Jornal de Notícias’ e ‘Sábado’ foram algumas das publicações que venderam mais em 2006 do que em 2005, de acordo com os dados divulgados hoje pela APCT–Associação Portuguesa de Controlo das Tiragens e Circulação.
Com efeito, o ‘Expresso’ teve um aumento de 3,3% na circulação paga, se tivermos em conta a passagem de 126.196 jornais vendidos em média, em 2005, para os 130.370 do ano passado. Também com aumentos nas vendas, o ‘Diário de Notícias’ cresceu 2,9% em 2006 (uma média de 36.558 exemplares), assim como o outro diário generalista do grupo Controlinveste, o ‘Jornal de Notícias’, que registou um ligeiro aumento de 0,2%, situando-se nos 95.460 exemplares.
[...]
Já o ‘Público’ assistiu a uma quebra de 9,8%, com menos 4.807 exemplares vendidos em média, tal como a «newsmagazine» ‘Visão’ que vendeu menos 4.681 exemplares, em média, que em 2005. O ‘Correio da Manhã’ teve uma ligeira descida de 1,6% (111.942 exemplares) e o diário ‘24Horas’ foi o que mais sofreu registando uma quebra de 15%, passando de 48.795 jornais vendidos em 2005, para 41.462 no ano passado.
[in Expresso on-line, 30 Mar 07]
Com efeito, o ‘Expresso’ teve um aumento de 3,3% na circulação paga, se tivermos em conta a passagem de 126.196 jornais vendidos em média, em 2005, para os 130.370 do ano passado. Também com aumentos nas vendas, o ‘Diário de Notícias’ cresceu 2,9% em 2006 (uma média de 36.558 exemplares), assim como o outro diário generalista do grupo Controlinveste, o ‘Jornal de Notícias’, que registou um ligeiro aumento de 0,2%, situando-se nos 95.460 exemplares.
[...]
Já o ‘Público’ assistiu a uma quebra de 9,8%, com menos 4.807 exemplares vendidos em média, tal como a «newsmagazine» ‘Visão’ que vendeu menos 4.681 exemplares, em média, que em 2005. O ‘Correio da Manhã’ teve uma ligeira descida de 1,6% (111.942 exemplares) e o diário ‘24Horas’ foi o que mais sofreu registando uma quebra de 15%, passando de 48.795 jornais vendidos em 2005, para 41.462 no ano passado.
[in Expresso on-line, 30 Mar 07]
segunda-feira, março 26, 2007
And now the final frame (*)
Este blogue interrompe hoje a sua publicação, muito provavelmente de forma definitiva.
Foi um prazer. Obrigado pelas visitas.
(*) Love Is a Losing Game, Amy Winehouse, 2006.
Foi um prazer. Obrigado pelas visitas.
(*) Love Is a Losing Game, Amy Winehouse, 2006.
sábado, março 24, 2007
Will
you still need me, will you still feed me, when I'm sixty four?
Lennon/McCartney
Lennon/McCartney
[Pub.]
Salazar
Não valerá a pena gastar muito latim ou sociologizar em demasia - a agitação que por aí anda à volta do velho das botas é apenas mais um sintoma deste país de palermas. Que, de resto, se revela diária e espanpanantemente em coisas bem mais importantes.
sexta-feira, março 23, 2007
E agora
imaginem que o Irão captura uns soldados ocidentais na fronteira com o Iraque. Just for fun. Como responder?
O quê, já começaram?
O quê, já começaram?
Espaço público
Com caução intelectual, a lama passa a chamar-se opinião.
Lama
Há sempre um ventilador perto de si.
Atmosferas
Mais que interessantes, os tempos que vivemos estão divertidos.
quarta-feira, março 21, 2007
Pataky, Patali
Elsa Pataky está enfadada. Y mucho. Las fotos que la revista Interviú publicó ayer en las que aparece desnuda son el motivo. Según la actriz y la revista Elle, éstas fueron robadas durante una sesión de fotos de Elsa para el número de mayo de la revista femenina. Por eso, la actriz va a demandar a Interviú y a todos aquellos medios de comunicación que hayan puesto en duda que las fotografías fueron robadas. El dinero que pudiera percibir como indemnización lo destinaría a una ONG.
Amy Winehouse, You Know I´m No Good, 2006
Primavera, Sandro Botticelli, 1477
terça-feira, março 20, 2007
Atascados em sangue, ano V
REM
Os REM têm todos os ingredientes para me cair no goto, principalmente por constituirem um local privilegiado de cruzamento do melhor que existe na melhor música do mundo, a americana.
Mas a música, eventualmente como as restantes artes, atinge-nos mais por uma via afectiva, emocional, que cerebral. E, apesar de terem todos os ingredientes para, os REM nunca me entusiasmaram por aí além, apesar de, na fase mais tardia, mais comercial, terem uma outra canção de que gosto especialmente - Losing My Religion (sublime...), Everybody Hurts...
Dito isto, Lifes Rich Pageant é sim um bom disco, mas não o levaria para a ilha deserta. Acho que nem para as férias na praia...
[Sugestão grátis: passem por este site - além de ser um belo site, pode-se ouvir um pouquinho da música dos Band of Horses. Verão que não vem nada a despropósito.]
Mas a música, eventualmente como as restantes artes, atinge-nos mais por uma via afectiva, emocional, que cerebral. E, apesar de terem todos os ingredientes para, os REM nunca me entusiasmaram por aí além, apesar de, na fase mais tardia, mais comercial, terem uma outra canção de que gosto especialmente - Losing My Religion (sublime...), Everybody Hurts...
Dito isto, Lifes Rich Pageant é sim um bom disco, mas não o levaria para a ilha deserta. Acho que nem para as férias na praia...
[Sugestão grátis: passem por este site - além de ser um belo site, pode-se ouvir um pouquinho da música dos Band of Horses. Verão que não vem nada a despropósito.]
[Pub.]
To love somebody
Há anos que não ouvia falar deste programa. Nem sei se ainda passa na TV5. É o Taratata, apresentado por um magrebino chamado Nagui e por onde costuma passar muita da melhor música que se vai fazendo. Uma espécie de Unplugged da MTV, mas para melhor. No entanto, como é francês e tem um aparentado de árabe a apresentar (just kiddin', just kiddin'...), a malta perde-lhe o rasto.
Foi no Taratata que se encontraram Ray Lamontagne e Damien Rice, para interpretarem uma daquelas velhas canções dos Bee Gees de fazer chorar as pedras da calçada. Lindo. De morrer, obviamente.
Foi no Taratata que se encontraram Ray Lamontagne e Damien Rice, para interpretarem uma daquelas velhas canções dos Bee Gees de fazer chorar as pedras da calçada. Lindo. De morrer, obviamente.
segunda-feira, março 19, 2007
É a riqueza, João
Hoje, vá lá saber-se porquê - deve ser derivado aos Perro del Mar... - apetece-me dar troco ao João Villalobos, a quem um dia ameacei dar um par de estalos (!) e a quem depois recusei (malcriadamente...) um café. Enfim, dias não são dias, e vejo o João tão perplexo com o que se passa à sua volta que decidi dar-lhe uma mãozinha.
Pergunta o João, por interposta pessoa: «O que fizeram ao dinheiro nos últimos 20 anos?»
Olhe, João, assim de rompante, lembro-me da conclusão da auto-estrada Lisboa-Porto, de muitas outras auto-estradas que hoje facilitam tanto a vida a tanta gente (quantos kms havia há 20 anos?) e lembro-me, por exemplo, da construção das infraestruturas básicas essenciais (estradas, saneamento básico, bibliotecas, ginásios, centros de saúde, escolas...) um pouco por todo o país. E, enfim, isto é para falar só do betão, do visível betão. Mas se o João se der ao trabalho de verificar uma série de indicadores (ou se der uma volta por um centro comercial ao fim-de-semana, coisas que não aconselho... nem a si), verá que encontra hoje um país completamente, mas completamente, diferente daquele que existia há 20 anos. Mesmo que - e é verdade - se tenham falhado muitas oportunidades.
[Já agora, o senhor do BES que o João cita não nos quererá dizer quais são os lucros actuais do banco comparados com os de há 20 anos? E de onde julga ele que nascem esses lucros senão da riqueza criada?]
Bom, e por falar em riqueza criada, diz a ciência da economia que, quando há aumento de exportações, isso corresponde a criação de riqueza. As exportações são mesmo um dos mais fiáveis indicadores da criação de riqueza... A Autoeuropa, quando exporta, mete dinheiro cá dentro - isso é riqueza. E a Autoeuropa (fiquemo-nos pelo exemplo dado pelo João...) é exactamente o tipo de investimento que cria tudo aquilo que o João acha que não cria: emprego, conhecimento, inovação, empreendedorismo... Riqueza, enfim.
Bom... e agora vou pôr mais um disco. Depois conto.
Pergunta o João, por interposta pessoa: «O que fizeram ao dinheiro nos últimos 20 anos?»
Olhe, João, assim de rompante, lembro-me da conclusão da auto-estrada Lisboa-Porto, de muitas outras auto-estradas que hoje facilitam tanto a vida a tanta gente (quantos kms havia há 20 anos?) e lembro-me, por exemplo, da construção das infraestruturas básicas essenciais (estradas, saneamento básico, bibliotecas, ginásios, centros de saúde, escolas...) um pouco por todo o país. E, enfim, isto é para falar só do betão, do visível betão. Mas se o João se der ao trabalho de verificar uma série de indicadores (ou se der uma volta por um centro comercial ao fim-de-semana, coisas que não aconselho... nem a si), verá que encontra hoje um país completamente, mas completamente, diferente daquele que existia há 20 anos. Mesmo que - e é verdade - se tenham falhado muitas oportunidades.
[Já agora, o senhor do BES que o João cita não nos quererá dizer quais são os lucros actuais do banco comparados com os de há 20 anos? E de onde julga ele que nascem esses lucros senão da riqueza criada?]
Bom, e por falar em riqueza criada, diz a ciência da economia que, quando há aumento de exportações, isso corresponde a criação de riqueza. As exportações são mesmo um dos mais fiáveis indicadores da criação de riqueza... A Autoeuropa, quando exporta, mete dinheiro cá dentro - isso é riqueza. E a Autoeuropa (fiquemo-nos pelo exemplo dado pelo João...) é exactamente o tipo de investimento que cria tudo aquilo que o João acha que não cria: emprego, conhecimento, inovação, empreendedorismo... Riqueza, enfim.
Bom... e agora vou pôr mais um disco. Depois conto.
Macau, Fev 07
O CDS
Sermos governados, nem que fosse um bocadinho, por aquela gente que esteve reunida em Óbidos?
domingo, março 18, 2007
God knows
I've been taking a lot without giving back
God knows
I've been taking a lot without giving back
You gotta give to get
You gotta give to get back
You gotta give to get
You gotta give to get back
You gotta give to get
You gotta give to get back to the love
[El Perro del Mar, 2006]
quinta-feira, março 15, 2007
Seremos
todos muito mais felizes daqui a 50 anos.
[Economist, 16 Mar 07]
.
The EU is celebrating its 100th birthday with quiet satisfaction. Predictions when it turned 50 that it was doomed to irrelevance in a world dominated by America, China and India proved wide of the mark. A turning-point was the bursting of America's housing bubble and the collapse of the dollar early in the presidency of Barack Obama in 2010. But even more crucial were Germany's and France's efforts later in that decade, under Angela Merkel and Nicolas Sarkozy respectively, to push through economic reforms.
These reforms produced a sharp fall in unemployment just as Europe began to enjoy a productivity spurt from the spread of information technology. The eventual result was a growing labour shortage, which was not resolved until the arrival of Turkey and Ukraine as full members in 2025. The accession soon afterwards of the first north African country, Morocco, helped to prolong Europe's boom.
These reforms produced a sharp fall in unemployment just as Europe began to enjoy a productivity spurt from the spread of information technology. The eventual result was a growing labour shortage, which was not resolved until the arrival of Turkey and Ukraine as full members in 2025. The accession soon afterwards of the first north African country, Morocco, helped to prolong Europe's boom.
[Economist, 16 Mar 07]
Cidade Proibida, Pequim, Jan 07
Crying like a fire in the sun
Bob Dylan, It's all over now baby blue.
The war in Iraq is lost
quarta-feira, março 14, 2007
And then came the rush of the flood
The stars at night turned you to dust
[Chan Marshall, aka Cat Power, meets Roy Lichenstein]
terça-feira, março 13, 2007
Poluição visual
Há quem use marcadores, mas os mais finos preferem labels...
Para que serve mesmo aquilo?
Para que serve mesmo aquilo?
Influências
Entre o primeiro e o segundo disco [Neon Bible], aos Arcade Fire deu-lhes para ouvir Waterboys. E isso é mau? Enfim...
Sugestão de leitura
Encorajadas por uma cultura auto-analítica, as mulheres passam frequentemente horas sem fim a remoer ideias, sentimentos e experiências negativas.
Nolen-Hoeksema chama a isto “Pensamento Excessivo” e a sua pesquisa mostra que um número crescente de mulheres o fazem demasiado, o que as impede de lidar eficazmente com os problemas e viver uma vida gratificante.
Nolen-Hoeksema chama a isto “Pensamento Excessivo” e a sua pesquisa mostra que um número crescente de mulheres o fazem demasiado, o que as impede de lidar eficazmente com os problemas e viver uma vida gratificante.
Oh João
não me fale em putas, que me lembro dos filhos delas. E asseguro-lhe que fodem mais a República que a própria mãe.
Desilusão...
A arquitectura do horror
A cobertura mediática destes casos de raptos e violência sobre crianças e bebés tem um efeito colateral não desprezível.
Na falta de imagens das vítimas e respectivos algozes (não, não é deontologia, é mesmo falta...), as televisões (e outros media) dão-nos longos travellings, planos de pormenor e contrapicados das habitações em que decorreram os factos. É um país monstruoso. Toda uma outra arquitectura do horror, portanto.
Na falta de imagens das vítimas e respectivos algozes (não, não é deontologia, é mesmo falta...), as televisões (e outros media) dão-nos longos travellings, planos de pormenor e contrapicados das habitações em que decorreram os factos. É um país monstruoso. Toda uma outra arquitectura do horror, portanto.
Malefícios do 16:9
As saudades que eu tenho das pernas da Sónia Araújo em 4:3.
Who in the hell
wants the head of Omar?
After a while you come to the conclusion the government doesn't really want to find Omar.
After a while you come to the conclusion the government doesn't really want to find Omar.
[Pub.]
segunda-feira, março 12, 2007
Bad boy
Muito se tem dito e escrito sobre José Sócrates nos últimos dias...
Presumo que, para a imagem de homem político que pretende projectar, lhe interessam sobremaneira as apreciações mais críticas.
Presumo que, para a imagem de homem político que pretende projectar, lhe interessam sobremaneira as apreciações mais críticas.
Sim, Primavera
domingo, março 11, 2007
You Gotta Give to Get
A editora (Rough Trade) diz que é assim a modos que «kate bush meets phil spector».
A All Music Guide garante que a voz da menina Sarah Assbring oscila entre Jane Birkin e Neil Young...
[e abre-se aqui um parágrafo para sublinhar três valentes pontos de exclamação !!! ].
El Perro del Mar, obviamente, só poderiam ter nascido na Suécia.
[e mais um parágrafo... bla, bla, bla...]
Ah sim, altamente recomendável.
A All Music Guide garante que a voz da menina Sarah Assbring oscila entre Jane Birkin e Neil Young...
[e abre-se aqui um parágrafo para sublinhar três valentes pontos de exclamação !!! ].
El Perro del Mar, obviamente, só poderiam ter nascido na Suécia.
[e mais um parágrafo... bla, bla, bla...]
Ah sim, altamente recomendável.
sábado, março 10, 2007
The Return of Spring
Bouguereau, William Adolphe (1825-1905)
Return of Spring (Le Printemps), 1886
oil on canvas, 201.295 x 117.7925 cm.
Pois,
estará o blogue a transformar-se numa tangente?
And if God...
If anybody doesn't believe in God and wants to try, they could listen to this.
Chan Marshall, aka Cat Power, sobre American IV: The Man Comes Around (2002), de Johnny Cash (na Uncut de Abril 2007).
Chan Marshall, aka Cat Power, sobre American IV: The Man Comes Around (2002), de Johnny Cash (na Uncut de Abril 2007).
sexta-feira, março 09, 2007
Swimsuit 2007
Library patrons can check out books, but they can't check out the models in Sports Illustrated's annual swimsuit issue.
A spokesman for the magazine said today that the Time Warner publication this year withheld the risque edition from libraries and schools after catching heat in previous years.
[...]
Around 1%, or 30,000, of the magazine's subscribers choose to opt out of receiving the swimsuit issue every year by contacting the magazine's customer service department.
A spokesman for the magazine said today that the Time Warner publication this year withheld the risque edition from libraries and schools after catching heat in previous years.
[...]
Around 1%, or 30,000, of the magazine's subscribers choose to opt out of receiving the swimsuit issue every year by contacting the magazine's customer service department.
quinta-feira, março 08, 2007
Dia Internacional
Within You
A canção mais linda-linda-de-morrer anda por aí em algumas rádios selectas.
Chama-se Within You e encerra o segundo disco de Ray Lamontagne (Till The Sun Turns Black, 2006).
Sim, tem pandeiretas, um fabuloso naipe de cordas e um coro celestial-de-arrepiar.
E sim, durante 5:43 o gajo só canta «War is not the answer, the answer is within you».
Chama-se Within You e encerra o segundo disco de Ray Lamontagne (Till The Sun Turns Black, 2006).
Sim, tem pandeiretas, um fabuloso naipe de cordas e um coro celestial-de-arrepiar.
E sim, durante 5:43 o gajo só canta «War is not the answer, the answer is within you».
sexta-feira, março 02, 2007
Para que serve um blogue?
Serve, por exemplo, para receber más notícias.
Foi pelo blogue, mais concretamente pelo contador Sitemeter a ele associado, que soube da morte de João Alfacinha da Silva.
[Em Agosto de 2006, escrevi um curto texto sobre o Alface e hoje, através do Google, anda meio mundo à procura de histórias desse ganda maluco. Não deve ser fácil, que o Alface cultivava - ou cultivavam-lhe, diria ele - uma certa clandestinidade.]
O Alfacinha, ser humano fora de série, foi um dos meus mestres na profissão, no curto período em que trabalhámos juntos. Mestre na acutilância de revelar o que é, de facto, importante para as pessoas e, por isso, merece ser notícia. Mestre na arte, amiúde desviante, criativa, com que trabalhava a língua portuguesa.
Um homem assim merece a paz eterna. Ele se encarregará de a escarnecer.
Foi pelo blogue, mais concretamente pelo contador Sitemeter a ele associado, que soube da morte de João Alfacinha da Silva.
[Em Agosto de 2006, escrevi um curto texto sobre o Alface e hoje, através do Google, anda meio mundo à procura de histórias desse ganda maluco. Não deve ser fácil, que o Alface cultivava - ou cultivavam-lhe, diria ele - uma certa clandestinidade.]
O Alfacinha, ser humano fora de série, foi um dos meus mestres na profissão, no curto período em que trabalhámos juntos. Mestre na acutilância de revelar o que é, de facto, importante para as pessoas e, por isso, merece ser notícia. Mestre na arte, amiúde desviante, criativa, com que trabalhava a língua portuguesa.
Um homem assim merece a paz eterna. Ele se encarregará de a escarnecer.
Newspapers
once the singular province of big men - Citizen Kane himself - had become the land of nobodies.
Vanity Fair, Fev 2007
Vanity Fair, Fev 2007