domingo, dezembro 10, 2006

ERC (3)

Sobre as denúncias de Eduardo Cintra Torres (ECT) e de Agostinho Branquinho apontando para a manipulação da RTP pelo governo havia apenas uma coisa a fazer:

a) averigurar se aquilo que era dito e escrito permitia chegar àquela conclusão.

Eventualmente pressionada pelo ambiente mediático que se criou e pelo facto de ECT se ter declarado jornalista, a ERC seguiu dois caminhos errados:

b) averiguar a questão de facto da manipulação da RTP. Trata-se de uma tarefa gigantesca e, em certa medida, impossível. Enquanto a RTP estiver na órbita do Estado, é óbvio que será sempre alvo deste tipo de acusações. E, obviamente, num espaço público altamente mediatizado, tudo depende da grelha de análise. Com um pouco de boa vontade, alguns números e o recurso a algumas teorias, é sempre possível provar que preto é branco e branco é preto.

c) censurar a publicação do artigo de ECT. E esse foi o pecado maior da ERC neste caso. De acordo com os dados recolhidos pela ERC, o artigo de ECT transmitia uma falsidade, mas isso nunca deveria ser impeditivo da sua publicação. Mesmo que ECT tenha jogado com a ambiguidade entre opinião e jornalismo. Um princípio basilar da liberdade de imprensa é o direito ao disparate.





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