quarta-feira, novembro 01, 2006
Pop less
Nunca ninguém explicou (oh pra mim... também a pedir explicações) aos músicos portugueses, ou a quem trata da parte técnica da coisa, que nos espectáculos ao vivo é suposto ouvir-se alguma coisa de jeito.
Os chamados concertos de música portuguesa distinguem-se dos outros pela enorme e disforme massa sonora que emanam. A bateria, o baixo e duas ou três guitarras juntam-se para debitar o maior número de décibeis possível. Teclas ou outros instrumentos, se os houver, não se ouvem. Solos de guitarra são uma chiadeira. As letras das canções... népias. É óbvio que a má qualidade dos aparelhos de amplificação é responsável por parte do problema. A outra parte deve-se ao mau gosto reinante - interessa que o baixo acelere o bater do coração, que as salas de espectáculo imitem discotecas rascas. Reduzir ligeiramente o volume do som seria uma pequena ajuda para resolver o problema.
Vem isto a propósito do espectáculo de comemoração dos 25 anos de carreira dos GNR no Coliseu dos Recreios, terça à noite.
Na ténue fronteira entre o rock e o pop, os GNR sempre foram muito mais pop que rock. Na música e na atitude, e essa é uma das suas graças.
No Coliseu, houve rock, como se os GNR fossem os Xutos. Perdeu-se quase tudo. As subtilezas das letras, os fraseados das guitarras, as intervenções de outros instrumentos. Até o potencial de Reininho como crooner se afogou na amálgama distorcida. Uma pena, até porque os músicos parece terem feito tudo bem (digo 'parece', porque na realidade não ouvi...).
Os chamados concertos de música portuguesa distinguem-se dos outros pela enorme e disforme massa sonora que emanam. A bateria, o baixo e duas ou três guitarras juntam-se para debitar o maior número de décibeis possível. Teclas ou outros instrumentos, se os houver, não se ouvem. Solos de guitarra são uma chiadeira. As letras das canções... népias. É óbvio que a má qualidade dos aparelhos de amplificação é responsável por parte do problema. A outra parte deve-se ao mau gosto reinante - interessa que o baixo acelere o bater do coração, que as salas de espectáculo imitem discotecas rascas. Reduzir ligeiramente o volume do som seria uma pequena ajuda para resolver o problema.
Vem isto a propósito do espectáculo de comemoração dos 25 anos de carreira dos GNR no Coliseu dos Recreios, terça à noite.
Na ténue fronteira entre o rock e o pop, os GNR sempre foram muito mais pop que rock. Na música e na atitude, e essa é uma das suas graças.
No Coliseu, houve rock, como se os GNR fossem os Xutos. Perdeu-se quase tudo. As subtilezas das letras, os fraseados das guitarras, as intervenções de outros instrumentos. Até o potencial de Reininho como crooner se afogou na amálgama distorcida. Uma pena, até porque os músicos parece terem feito tudo bem (digo 'parece', porque na realidade não ouvi...).