sábado, junho 24, 2006

Pequeno divertimento (2)

O Villalobos, imagine-se, comenta os posts do Daniel Melo [Fuga para a Vitória] sobre estas matérias. Devem ser da mesma capelinha (era a brincar, rapaziada, era a brincar...)
O Daniel (que me trata por dr. - isto entre académicos fia mais fino) é um viciado em lugares-comuns e em escrever sobre realidades que desconhece. Ah, é claro, e adora a palavra «demagógico». Fixações...
O Daniel desconhece, por exemplo, que os media são estruturas hireraquizadas - há competências/responsabilidades atribuídas a cada nível, sendo que, obviamente, os níveis mais elevados têm mais poder. O topo da pirâmide é responsável por tudo o que se escreve/diz, ou não. Mesmo à luz da lei. E isso nada tem a ver totalitarismo ou coisa parecida. E finge não perceber uma coisa básica - se há conflito de interesses em qualquer ponto da estrutura é ao topo da pirâmide que compete decidir (e é disso que se trata no caso de que fala). Tudo isto me parece cristalino.
Depois vem o chorrilho de lugares-comuns - que os media não são plurais, que são corporativos, não aceitam a crítica.
Convinha que alguma destas coisas tivesse qualquer colagem à realidade. Eu não consigo lembrar-me de nenhum caso em que os media (um media...) tenha silenciado deliberada e sistematicamente uma opinião, um gosto estético, uma parte interessada (quererá o Daniel dar exemplos?). Outra coisa, bem diferente, é o direito que os media (e toda a gente...) tem de fazer escolhas.
Quanto a não aceitar a crítica, obviamente o Daniel anda muito desatento. Media que têm Provedor, espaço para cartas dos leitores, espaço de opinião em que aceitam textos de dezenas de pessoas, espaços em que abrem polémicas sobre assuntos concretos...
O problema do Daniel é o problema da generalidade das pessoas que entram em debates em Portugal - as suas opiniões são sempre mais válidas que as dos outros. No caso dos media - e as cartas aos leitores e aos provedores são bons exemplos - a arrogância de quem critica é geralmente enorme. Os media podem dar as explicações que quiserem. Por mais razoáveis que sejam, os críticos acharão sempre que têm razão.
(Ah, é claro, o meio académico em Portugal é muito aberto à crítica. Prova disso são os textos do Daniel...)





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