quinta-feira, abril 27, 2006

E agora...

...vou para uma terra sem acentos (e fico à espera que este meu post intelectual renda audiências. e influência, if you know what I mean...).

quarta-feira, abril 26, 2006

Um tiro... na água

Hoje de manhã, na TSF, Maria João Avillez zurzia a ministra da Cultura, assim a dar para o insulto, porque a dita senhora se preparava para demitir Benard da Costa da direcção da Cinemateca Portuguesa. Gostei de ouvir. Fico sempre muito sensibilizado quando alguém dá assim o peito em público por um amigo.
Já esta noite, foi anunciado que a ministra vai convidar Benard para continuar na Cinemateca.
É claro que, na próxima semana, Maria João Avilez vai pedir desculpa aos ouvintes. Afinal de contas, pode ela dizer, nem sequer está só, nesta moda recente de comentar taxativamente não-acontecimentos.

[Ah, é claro, Benard da Costa prepara-se para cumprir a tradição de termos um funcionário público na direcção da Cinemateca com carácter vitalício. Mas isso não deve incomodar a Maria João.]

Guterres is back in town

Há uns anos, Guterres espalhou pelo país uns cartazes a explicar que «as pessoas não são números». Era a reacção ao Portugal tecnocrático de Cavaco, ao Portugal dos números, das Finanças. Guterres preocupava-se com os velhinhos, os pobres, o interior. Viu-se depois que não cuidou de criar riqueza para tratar dos pobres, dos velhinhos, do interior.
Ele está de volta.

Cravos vermelhos

em Chernobyl.


terça-feira, abril 25, 2006

A lenga-lenga dos contrariados

Trinta e tal anos depois, ainda há quem comemore o 25 de Abril contrariado. Ele é o cravo que desprezam - serão alérgicos? - ele é dizerem que ainda hão-de conseguir que o 25 de Novembro seja comemorado com a mesma dignidade...
Este ano, coube a Telmo Correia fazer esse papel patético. Alguém terá a pachorra de explicar a esta gente que o 25 de Abril é uma data que vale por si e que, por acaso, por mero acaso, tem associado um cravo? Que essa data tem um carácter de genuinidade irrepetível? E que aquilo que se lhe seguiu é outra história? E que...?

Azul e branco (os comentários)

Comentários às caixas de comentários:
1. Tenho mais leitores no Porto e na Póvoa de Varzim do que imaginava.
2. Não, o Benfica, o Sporting, o Belenenses, etc, não comemoram assim. Não vale a pena andar à cata de casos no baú da memória.
3. Antecipando (quiçá, inspirando...) Cavaco, POS [Fonte das Virtudes - que belas fotos] escreve: «Se não houvesse um automobilista em cada habitante da Grande Lisboa, se houvesse miséria, exclusão social, multidões que se deslocam apenas em transportes públicos, gente sem tecto, marginais e marginalizados de toda a ordem... se houvesse gente assim, suponho que, obviamente, a notícia não seria da maior importância.» Ó Pedro, deixa-me rir... Há de tudo isso (miséria...) em doses qb no Porto, ou em Lisboa. E há Ferraris em Felgueiras e BMW e Mercedes em barda por todo o lado. Há gravíssimos desequilíbrios sociais em Portugal (agora sou eu que cavaco...) entre as cidades e as malhas suburbanas e entre as cidades e as aldeias. E há um enorme desequilíbrio regional entre uma estreita faixa litoral e o interior. Mas não vale a pena meter o Porto-Lisboa a barulho. Nos últimos anos, em investimento público e privado, o equilíbrio foi maior do que a lenga-lenga regionalista quer fazer crer.

E sai

um ganda clap, clap, clap para este post.

Mails que vêm por bem

From: music-news@mail-mgr.com
To: terrasdonunca@gmail.com

Crosby, Stills, Nash and Young are pleased to announce pre-sale ticketing for their upcoming Summer 2006 'Freedom of Speech' Tour!

Freitas amigo

Freitas admite recurso à força contra o Irão. Mais uma destas e o «povo» que se manifestou pela liberdade de imprensa na Dinamarca (!) e depois implorou a Sócrates que defenestrasse Freitas ainda acaba aos gritos de «Diogo amigo, o povo está contigo» em pleno Largo das Necessidades (que raio de nome...). O povo, além de ter memória curta, é muito sensível. Muito à flor da pele.

segunda-feira, abril 24, 2006

Azul e branco (II)

E depois, é claro, há o substracto intelectual que alimenta a populaça.
Por exemplo, CAA [Blasfémias] ficou incomodado com o facto de as televisões darem importância à instalação de uns radares (oh horror...) EM LISBOA.
Vai daí, enfia-nos com uma mentira (as televisões não abriram com aquela história - mas, enfim, sempre é uma mentira ao serviço de uma grande causa...) e uma omissão (que, afinal de contas, vivendo na zona da Grande Lisboa, pelo menos, um quinto da população portuguesa, aquela notícia é, obviamente, da maior importância).
A lenga-lenga da discriminação das gentes do Norte (e, mais recentemente, de Coimbra...) é coisa que já não se aguenta. Por não ter qualquer correspondência com a realidade e por ser mais um eco das incapacidades próprias do que reflexo de qualquer desequilíbrio regional.

sábado, abril 22, 2006

San Sebastian, Abril 22, 2006






















(c) Spencer Tunick

sexta-feira, abril 21, 2006

Festa?

Na televisão à noite, na rádio de manhã, nos jornais por todo o lado. Estou farto da Festa da Música. País erudito uma vez por ano.

quinta-feira, abril 20, 2006

Que pena !

Ainda a China e os EUA. Na mesma semana em que o presidente chinês vai a Washington, a Amnistia Internacional esclarece que os dois países continuam bem na frente da lista dos países que mais praticam a pena de morte. E estão muito bem acompanhados. Pelo Irão e pela Arábia Saudita. Quem se arrisca a dizer que um dos países está deslocado neste quarteto?

A verdadeira ameaça

A capa da Newsweek desta semana é um tratado: «China/USA: The Real Clash of Civilizations». A propósito da visita que o Presidente da China está a fazer aos EUA, a revista escreve que «a China poderá constituir o principal desafio aos EUA e à sua visão global».
Quando, por cada novo atentado ou ameaça vindo do Islão, asseguramos que a nossa maneira de viver, a nossa preciosa civilização, está em risco, e que é preciso defendê-la a todo o custo, com recurso à guerra se necessário, é de toda a utilidade reflectir sobre aquela que constitui, de facto, a verdadeira ameaça à «nossa» hegemonia. Como daqui a poucos anos se tornará muito mais evidente para todos.

quarta-feira, abril 19, 2006

Não é mito quem (a TVI) quer

Horas e horas de transmissão televisiva à volta da morte de um actor de telenovela não conseguiram comover o país. E este falhanço mediático - a dor pessoal, familiar, é outra coisa - não pode deixar de ser registado como algo de positivo.

terça-feira, abril 18, 2006

Frase do dia

no Google/ig: «How much easier it is to be critical than to be correct», Benjamin Disraeli.

segunda-feira, abril 17, 2006

E viva a memória !

Leio no Da Literatura que «a única diferença é que a "ponte" da Função Pública começou no Estado Novo e as outras começaram no guterrismo». E que José Pacheco Pereira, vigilante supremo da nossa memória, subscreve.
Proponho até mais: que os acidentes de viação, a faixa costeira do Algarve, o prédio Coutinho, o carro do Santana mais o escandaloso Casino, os livros da Margarida Rebelo Pinto e as obras do túnel do Marquês, a ignorância generalizada, a má-fé particular e geral, a falta de memória selectiva, tudo, mas mesmo tudo, tenha sido culpa do guterrismo. E que assim não tenhamos de nos chatear mais com o assunto.

domingo, abril 16, 2006

25 de Abril, We Shall Overcome

O Boss passou-se e decidiu editar um disco com canções de Pete Seeger. We Shall Overcome reune temas gravados em 1997, 2005 e 2006, num registo quase ao vivo.
A estreia mundial é no Jazz & Heritage Festival, em New Orleans, dia 30. Segue-se depois a digressão europeia - perto, perto, só mesmo em Barcelona, a 14 de Maio.
O lançamento do disco a nível mundial é a 25 de Abril - claro! - excepto na Europa, que é a 24 (e ainda há quem diga que a Europa anda sempre atrasada...).
No site já dá para ouvir um bocadinho, mas o resto do disco é uma festa. Por exemplo, o tema O Mary Don't You Weep - acordeão, cordas, metais, tudo...

sábado, abril 15, 2006

Uma canção para a Páscoa

Jenny Lewis é uma rapariga da cena indie americana. E é dela um dos melhores discos deste ano - Rabbit Fur Coat -, gravado a meias com as Watson Twins. Quando de olha para a capa do disco é quase impossível não nos recordarmos de Laura Palmer, de David Lynch e daquelas florestas americanas onde acontecem coisas estranhas. Quando ouvimos o disco, confirma-se a sensação. Um disco de uma beleza traiçoeira, portanto.
É de Jenny Lewis a canção Born Secular [que infelizmente não é uma das duas que se podem ouvir aqui, mas sempre digo que acaba com um longo instrumental de órgão, coros e bateria... arrebatador]. Para ouvir nesta Páscoa:

I was born secular
and inconsolable
I heard that he walked
he walked the earth

God goes
where he wants
and who knows
where he is not

Not in me

It's the way
mothers greet their sons
when it's a moment too late
It's the law of the land
But sometimes the dam just breaks

God works in mysterious ways
And God gives
and then he takes away

From me
From me.

Quórum

[Vim só assinar o ponto. Saio já...]

quinta-feira, abril 13, 2006

Major Tom

now in Venus.


quarta-feira, abril 12, 2006

Sugestão

Goa. Dos portugueses aos hippies. No New York Times.

Just in case (2)

Estamos novamente a atravessar um daqueles tempos de twilight zone - a perspectiva de um período relativamente longo de estabilidade leva as almas mais inquietas a ver coisas que não existem e a hipervalorizar o irrelevante. Twilight zone, pura twilight zone...
Vejamos:
Na caixa de comentários do post anterior, o Duarte Calvão escreve que o problema não é a propaganda, o anunciar, mas sim que os jornalistas não topem a coisa, ou topando não a denunciem. Um excelente exemplo do que diz é certamente o primeiro parágrafo desta notícia: «O reforço de meios da PJ, com a entrada de 150 novos inspectores, já foi anunciado pelo menos três vezes por Alberto Costa.»
No Bloguitica, Paulo Gorjão, agora despromovid0 a ex-secretário de Estado de Santana (há pior, muito pior que a twilight zone...) assinala que mau não é anunciar, é exagerar.
Vejamos dois casos.
a) A PJ. O ministro voltou a dizer o que já tinha dito. Não tivesse o ministro voltado a dizer o que já tinha dito e a notícia teria sido: ministro esquece, volta atrás... qualquer coisa do tipo.
b) as coisas mediáticas, tipo Simplex ou reforma do Estado. Parece-me, pelos papéis que aqui tenho, que se trata de um conjunto de medidas, resultantes de estudos encomendados, sujeitas a calendário de concretização. Não vejo onde está o problema. Ou melhor, vejo. Mas isso já é toda outra conversa.

terça-feira, abril 11, 2006

Just in case

1. Sim, acho de um nonsense total essa história da crítica à propaganda. O governo anuncia, como toda a gente anuncia, como toda a gente anunciou. Anunciar é normal. Se faz ou não, isso já é outra coisa. E, parece-me óbvio, impossível de verificar para já.
2. Sim, a derrota de Berlusconi é para celebrar. Por muito mau que seja o outro, por muito mau que fosse o outro. Berlusconi é criminoso. Ponto.
3. Sim, foi bonito que a rua tenha derrotado o CPE. A ideia de que os governos eleitos não podem ser derrotados pela rua não faz sentido. Isso depende exclusivamente da pressão, do grau de pressão, da rua.

segunda-feira, abril 10, 2006

Mujeres

Marisa Monte ao Es Pais:

Una revista la incluye en la lista de las 10 mujeres más poderosas de Brasil.
Colocaron en la lista cantantes, modelos y empresarias famosas, pero hay tantas mujeres que luchan a diario… Quienes sostienen los hogares brasileños son las mujeres. Mujeres que trabajan fuera y cuidan de los hijos, preparan la comida, lavan los platos. La función de la mujer, que cambió al emanciparse y salir a la calle, hizo que aumentaran mucho sus responsabilidades, se tuvo que hacer mucho más fuerte para sobrevivir.

Dedicado à Escola de Lavores.

domingo, abril 09, 2006

Oh gente rasca, oh ejaculadores compulsivos...

O Diário Digital mudou de cara e de colunistas. Vale a pena ler a última crónica de Clara Ferreira Alves, uma visão pessimista, quase apocalíptica, sobre a imprensa em papel.
E, já agora, ler as suas opiniões sobre blogues. Frases com destinatários de pele o osso, ou talvez não. Como esta:
«A blogosfera é um saco de gatos que mistura o óptimo com o rasca e acabou por tornar-se um prolongamento do magistério da opinião nos jornais. Num qualquer blogger existe e vegeta um colunista ambicioso ou desempregado ou um mero espírito ocioso e rancoroso. Dantes, a pior desta gente praticava o onanismo literário e escrevia maus versos para a gaveta, agora publicam-se as ejaculações.»

sábado, abril 08, 2006

Uma pena

Raramente o sexo foi explicitamente tão mal tratado no cinema. F-u-c-k.

sexta-feira, abril 07, 2006

Coup d'Etat

A edição mais recente da Harper's tem um daqueles assuntos de capa que é um verdadeiro achado: e se houvesse um golpe de estado nos Estados Unidos?
[O Libé de ontem tinha na capa um «if...» igualmente curioso: e se os presos tivessem direito a eleger um deputado? Mas convenhamos que a especulação da Harper's é bem mais interessante. E é debatida nas páginas da revista por especialistas em defesa.]
Mas, é claro, quem não estiver na disposição de desembolsar uns tantos euros na compra, pode ser recorrer ao site da revista e ler de borla o interessantíssimo ensaio «Onan The Magnificent», com o muito apropriado subtítulo: «The triumph of the testicle in contemporary art». Outra leitura sugestiva.

quarta-feira, abril 05, 2006

JJ, tão natural como a sua sede

Nos últimos tempos, dei comigo a ouvir a discografia completa daquele surfista australiano [act: havaiano, informam-me na caixa de comentários - não sei porquê, imaginava-o australiano...], engatatão estilo contrariado, Jack Johnson de sua graça. E tem graça, o rapaz. A música é bonita, bem arranjadinha, tudo no sítio. Mas só isso (se calhar, não é pouco...). Sabem? É como a água do Luso. É boa, agradável, sentimo-nos bem durante. Mas depois, nada. Não deixa recordações. Não deixa marca. É como a música do Jack. Composição cientificamente certificada. Inodora, porém.

terça-feira, abril 04, 2006

They're back in town


segunda-feira, abril 03, 2006

Post mentiroso











Esqueci-me de escrever que a foto de baixo era para celebrar o 3.º aniversário da Bomba. A foto de cima também... e talvez assim me penitencie...

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