sexta-feira, março 17, 2006

Vero, Verissimo

Luis Fernando Verissimo [disputa (!) ao evidente Neil Young o cargo de santo da casa] deu uma entrevista a Ferreira Fernandes [na Sábado, uma revista que sai à quinta], que, obviamente, deve ser lida com devoção.
Por exemplo, quando fala dos cartoons e o jornalista lhe pergunta: se fosse director do jornal dinamarquês publicava? Luis Fernando explica e conclui: «Enfim, vou responder à sua pergunta com um corajoso "não sei".»
O papel não entoa e por isso nunca o saberemos, mas Luis Fernando deverá ter pronunciado «corajoso» com o seu quê de ironia. Só que, escrito para a posteridade, aquele «corajoso» é tudo menos irónico. Porque a única resposta séria só pode ser «não sei». Mesmo Verissimo, para quem o humor desejavelmente não pode ter limites dá dois ou três exemplos de como, os mesmos que há pouco clamaram pela liberdade total sem fronteiras, são os mesmo que, antes, andaram a pregar outros «politicamente correctos».
Eu pinte a minha cara de preto se isto não for assim...





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