terça-feira, novembro 22, 2005

Espiões no frio

Imagino espiões nas ruas de Berlim. As ruas de Berlim cheias de espiões. Provavelmente, já não na inóspita Alexanderplatz, nem talvez na evidente Unter den Liden, mesmo na inevitável Ku'dam. Imagino espiões que já não iludem muros, que se movem livremente pela cidade. Berlim tem de estar cheia de espiões. É da cidade. Mitte por excelência da Europa, cruzamento de culturas, políticas, economia a rodos. Provavelmente, os espiões que habitam hoje a cidade não cabem nos livros quase românticos do Le Carré. Mas andam por ali, na cidade aberta. Um espião numa cidade aberta, de livre circulação, é bem mais útil que aqueles que se moviam num mundo onde os perigos estavam catalogados e devidamente arrumados por sectores. Eram espiões que espreitavam pelos buracos do muro. Mas hoje o mundo está mais perigoso, já nem temos muros que guardem os nossos medos. Que espiarão agora os espiões?





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