terça-feira, outubro 31, 2006

O Diabo no seu Jardim

Hoje, fiz uma coisa que já não fazia há muito tempo - folheei O Diabo. Sim, o jornal dos fascistas. Aquilo é altamente recomendável. Soubessem as novas gerações da sua existência, e o Inimigo Público não teria metade do sucesso.
De há uns anos para cá, aquilo transformou-se no jornal do Jardim. Tem um artigo de opinião na página dois, a manchete é com o Jardim, tem umas opiniões de enviado de Jardim para o Continente (sim, aquele senhor advogado que até já fez parte da direcção parlamentar do PSD) e até tem uma entrevista com Fernando Dacosta (!?) a elogiar o Jardim. Ah, pelo meio, tem umas fotografias do Salazar (estão a ver? o pasquim tem um enorme potencial para se tornar referência nos lugares mais selectos da blogosfera...). O texto do Jardim é o delírio do costume, com as divertidas notas finais do costume. Desta vez, elogia a «justa luta dos Trabalhadores» portugueses... De partir o côco!

Vamos lá (2)

Impressionante é o que o João Miranda consegue escrever sobre o que os jornais escreveram sobre o relatório Stern sem que ele próprio tenha lido o relatório.

Verdades convenientes

P. La ecología puede ser un gran negocio?
R. Excelente. Toyota ha multiplicado sus beneficios con su coche ecológico. General Electric decidió hace poco convertirse en una empresa dedicada a la conservación del medio ambiente, y está ganando mucho dinero con ello. Ocurre lo mismo con DuPont, el gigante del sector químico. Las grandes empresas no ponen en marcha negocios para perder dinero.

Al Gore, El Pais, 31.10.06.

Vamos lá

então ver se conseguimos ajudar o João Miranda.

O relatório Stern está em todo o lado, mais ou menos com o mesmo palavreado, porque
a) Os senhores que fizeram/pagaram o relatório contrataram uma agência de comunicação, que fez um resumé, que foi enviado às agências de notícias, que fizeram chegar notícias aos jornais.
b) Todos os jornais copiaram, mais ou menos, o Observer que, no domingo, antecipava quase todo o conteúdo útil do relatório. O Observer tem bons jornalistas, mas o mais certo é que os autores do relatório tenham um amigo no jornal.
c) Uma data de jornalistas à volta do mundo leu o mesmo relatório e chegou às mesmas conclusões. Enfim, 600 páginas lêem-se numa tarde (bem vistas as coisas, o relatório deve ter anexos, ilustrações, índices, capítulos de enquadramento... façamos as coisas por 400 páginas).

É óbvio que tudo o que foi publicado não passa de um conjunto de disparates. O João Miranda vai ler o relatório e depois conta-nos os enormes erros que ele contém. Agora, se não se importam, vou só podir para travarmos por uns dias a rotação da terra - o João Miranda precisa de ler 600 páginas com muita atenção. E isso, como calculam, demora um tempo do caraças...

segunda-feira, outubro 30, 2006

A agenda de Lula

A agenda de Lula para o segundo mandato resume-se a uma curta frase proferida no discurso de vitória: «O Brasil vai crescer mais, com uma melhor distribuição de renda». Só não percebe quem não quer.

Mas

a minha preferida é a mesmo a capa da edição UK.
Então vocês digam lá: se os gajos da Economist acreditassem mesmo no que estavam a fazer não punham a Thatcher na capa da edição doméstica? Nem que fosse para gozar com os franciús...

Ah...

e também gosto muito da capa da edição Ásia Pacífico.

A capa

Alguns saudosistas deliraram com a capa da Economist desta semana. A edição europeia, entenda-se.
Prefiro, porém, a edição americana...

domingo, outubro 29, 2006

RTP

Lembro-me que, aqui há umas semanas, as nossas televisões se juntaram para auto-imporem uma sinalética bizarra sobre a idade aconselhada para cada programa. A coisa era um bocadinho bafienta - uns logotipos enormes, berrantes, com a idade inscrita. Mas, enfim, foram eles que decidiram, escolheram, executaram. Pensei que era para levar a sério...
Na RTP 1, minutos após o primeiro episódio do Gato Fedorento, está a passar um filme em que, nos primeiros minutos, uma rapariga bem parecida já masturbou um rapaz, já lhe saltou para cima num sofá e depois numa cama onde antes o tinha amarrado...
Enfim, caso para ter saudades do tempo da bolinha vermelha.

Parabéns Brasil


E continua?

Ele há com cada filho da puta a escrever nos jornais nos dias que correm...

25 anos sem Georges

Brassens é um daqueles nomes de que já ninguém fala, a não ser uns tantos franceses fora de moda, como ele sempre foi.
De certa forma, é bom que fique esquecido, cristalizado no tempo, num tempo em que ainda era possível viver à margem da tecnologia, que é o mesmo que dizer à margem do tempo.
Brassens tinha um tempo, uma marca, só dele. Inconfundível. Por isso, as suas canções mantêm-se indiferentes ao tempo. E o tempo nada pode contra elas.

[Georges Brassens, un retour en grâce]

sábado, outubro 28, 2006

Entretanto

novas realidades, inimagináveis, surgem todos os dias.
Há mulheres que «fazem afirmações que não são necessariamente concordantes com as dos maridos ou namorados». [Arq. Saraiva, hoje no Sol.] Um espanto.

O Jardim

Alberto João Jardim passa todos os anos um mês de férias em Porto Santo, passa horas numa tasca de praia a enfrascar-se com uns amigos, dizem todos umas alarvidades e... chamam os jornalistas para imortalizar o momento.
Alberto João Jardim desfila no Carnaval, vestido de zulu e o diabo a sete... e chama os jornalistas para se fazer fotografar... em cuecas.
Alberto João Jardim faz todos os anos uma festa no Chão da Lagoa, emborca poncha em cada tasca, e diz uma tal quantidade de dislates que, embaraçados, os líderes nacionais do PSD já vão desistindo de lá pôr os pés... para que os jornalistas não os apanhem em más companhias.
Alberto João Jardim, enquanto ameaça «cubanos» e chineses, trata(va) o actual PR por «sr. Silva» e isso é o mais educado que ele consegue ser.
Alberto João Jardim faz tudo isto porque esta é a imagem que quer dar de si. Como quer o João que a televisão estatal o mostre? Mostrando aquilo que ele não é? Uma pessoa decente?

Oh João

como é só para si, aí vai um segredo. Apesar daquelas letrinhas que estão a seguir aos nomes das empresas, a RTP e a Lusa são, de facto, empresas estatais. É o Estado, a malta toda, que as paga. Se isso deveria, ou não, ser assim é uma outra história.
E, já que estou numa maré de dar umas borlas, aí vai outra informação preciosa. Da próxima vez que o João quiser ver notícias de mau tempo e até de outras desgraças ligue antes a RTP1, a Dois ou a RPN. A RTP Memória não dá coisas dessas...
Ah... da RTP Madeira, apesar de ser paga também por todos nós, não sei nada, nunca vi. Mas acho que deve dar discursos de outro dos seus ídolos a todo o momento. Enfim... desde que não seja em cuecas, ou meio (?) alcoolizado na praia de Porto Santo. Como sabe (não sabe o João outra coisa, leitor fiel que é do Grande Explicador...) a televisão pública não deve mostrar as pessoas nessas figuras. Não com o nosso dinheiro.

Podem fazer menos barulho, sff ?

A linkagem ainda é a melhor maneira de nos movermos na blogosfera. Por exemplo, se não me tivessem linkado, talvez nunca tivesse chegado a conhecer um blogue cujo título é um achado e que tem o melhor post sobre as trapalhadas do governo e mesmo a complexa situação mundial. Este.

sexta-feira, outubro 27, 2006

Clicar para votar


O poderoso

Vale e Azevedo lá está na televisão. Condenado a não sei mais quantos anos de prisão por não sei o quê.
Um conforto, sabermos que em Portugal os poderosos, perdão, o poderoso também é apanhado nas malhas da justiça.

A máquina infernal da propaganda

Sócrates foi recebido em Aveiro por uma gigantesca manif de três ou quatro dezenas de pessoas que bradavam «Fascista, fascista, fascista...». Uma rádio ouviu um dirigente sindical presente que esclareceu o verdadeiro significado do slogan: «queremos uma mudança de políticas».
Aposto que isto vai ser silenciado pelos media do costume. É que aposto mesmo...

Abaixo o imperialismo (II)

4 Firefighters Killed in Calif. Blaze.
Parece impossível... o fogo está consumir a Califórnia e até já há bombeiros mortos. Devem ter por lá um governo muito incompetente...

quinta-feira, outubro 26, 2006

Em Babilónia?

O último livro de António Lobo Antunes - «Ontem Não Te Vi Em Babilónia» - vai sair para as livrarias com uma lamentável gralha no título.
Tendo em conta a queda do autor pelos subúrbios, o título certo é seguramente «Ontem Não Te Vi No Babilónia».

Mitos

Em Israel não há registo visual das consequências do terror indiscriminado [escreve Tiago Barbosa Ribeiro, no Kontratempos].
É verdade... Por exemplo, esta lista de links do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel é pura invenção. Da «resistência islâmica», com aspas... obviamente. Aliás, metade do nosso mundo já está entre aspas. Preferimos não olhar... não fôssemos acreditar.

Iraque, a mudança de «chip»

Dia sim, dia sim, Bush lá vai falando sobre o Iraque. Admitindo um erro aqui, uma necessidade de rectificar a estratégia ali, o Vietname e coisa e tal... pelo caminho que as coisas tomam, ainda veremos de novo o Donald em Bagdad, desta vez para devolver o poder a Saddam.
Impõe-se, por isso, que os muitos defensores da doutrina Bush cá do burgo se vão actualizando.
O ideal mesmo seria trocarem o chip. Deitavam fora o chip Papagaio Bush Guerreiro (não confundir com o chip Menino Guerreiro...) e adquiriam o modernaço Papagaio Bush Arrependido (também conhecido no mercado negro por Papagaio Bush Salve-se Quem Puder). A troca de chip seria o ideal, visto que os pacientes, perdão, os pensadores, não dariam por nada - o método é indolor e, de um dia para o outro, ficariam a papaguear coisas completamente diferentes sem saberem muito bem como.
Mas, enfim, como o chip tarda a chegar, o melhor é irem informando-se. Devagarinho...
Por exemplo , o Financial Times [alguns textos estão on line]de hoje tem uma página com quatro artigos de opinião, bem intencionados, com sugestões para sair do atoleiro. Digamos que são artigos de uma fase recuada - basicamente são propostas para ficar e emendar a mão. Para ir mudando de opinião... devagarinho.

quarta-feira, outubro 25, 2006

Abaixo o imperialismo

O Continente está a vender abóboras para o Halloween (!). De plástico (!!!).

As Scut

1. O princípio do utilizador-pagador deve ser aplicado às Scut. Por isso, faz sentido a introdução de portagens.
2. O programa do governo isenta algumas Scut, com base em critérios de desenvolvimento e alternativa. Parece-me justo (o troço da A-23, entre Abrantes e Guarda, por exemplo).
3. A aplicação prática do princípio defendido pelo governo levanta imensas questões. Que estão hoje aqui e aqui.
4. Como escrevi aqui.

Já não se usa

Risível, no mínimo, é colocar a agência Lusa no centro, ou mesmo na periferia, das alegadas tentativas do governo para controlar os media.
Longe vão os tempos em que a Lusa contava para alguma coisa. Hoje, a capacidade de agendamento e de publicação de notícias da Lusa está praticamente reduzida a zero (enfim, no noticiário político é menos que zero...).

Marceneiro

Alfredo Marceneiro. Isso é que eu gostava que me chamassem.
Enfim, todos temos as nossas pequenas taras...

terça-feira, outubro 24, 2006

'Hate-posts'

Nas últimas semanas, à falta de melhores argumentos para me insultarem, três blogues chamaram-me pelo nome. Um chamou-me Luís Delgado, outro chamou-me Duarte Moral e houve ainda outro que me chamou Daniel Oliveira. Estou sensibilizado (sniff).

No pasarán

O governo, como se sabe, é o diabo. Vai daí, esconde-se nos pormenores.
Por isso, é preciso estar atento, sempre. Mais que atento, vigilante.
Por exemplo, hoje estive na Sic-N a comentar as contas dos partidos. Às tantas, liga um cavalheiro que, antes de opinar, queria protestar - os senhores tiveram aí, no rodapé, o mail de um «A. Costa» a elogiar o governo tempos e tempos, enquanto que as críticas ao governo passam a correr.
Topam? O mail a elogiar era de um «A. Costa».
Bem hajam, portugueses vigilantes.

Habituem-se

pois à nova ordem comunicacional.
José Pacheco Pereira, no seu blogue Abrupto, publicou uma carta de um leitor, que, na prática, questionava a seriedade com que exerço a minha profissão de jornalista.
Respondi-lhe neste blogue e enviei o texto, por mail, para JPP - o Abrupto, como o autor não se cansa de repetir, tem muita audiência -, esperando que o publicasse.
Obviamente, isso não aconteceu. Na ordem comunicacional do Grande Explicador - há, pelo menos, esse lado divertido nesta fase de JPP, o Grande Explicador - não há lugar para o contraditório.
Exige aos outros aquilo que tu próprio nunca farias.

segunda-feira, outubro 23, 2006

Bom...

em Isarel é que parece que as coisas vão fiar mais fino. Nada de cedências... nada de cedências.
Israeli Adds Far-Right Party to Coalition.

Enfim,

é verdade que mesmo do nosso lado há uma escumalha que não perde uma oportunidade para denegrir os nossos valores:
Queen portrayed as Cabbage Patch doll.

Mas o que pensam eles que a rainha é?
Alguma Maomé com que se brinque, é?

O que nos vale

é que há sempre gente disposta a defender a nossa mui estimada e elevada civilização ocidental: La Iglesia católica refuerza la estrategia mediática con el impulso a su cadena de televisión.

As coisas

que se discutem em reuniões secretas: BBC executives admitted the corporation is dominated by homosexuals and people from ethnic minorities.

Átomos e disparates

Joguemos, então, às escondidas... E, na qualidade de blogger, respondamos a um leitor (!?) que preferiu o blogue de Eduardo Cintra Torres, perdão, José Pacheco Pereira, para comentar um editorial que escrevi no Diário de Notícias (serei só eu a achar que há aqui algo de esquizofrénico?).
Escrevi, tão simplesmente, que o governo, ao propôr-se colocar portagens em algumas Scuts estava apenas a cumprir o que prometera na campanha eleitoral.
Contrapõe José Pacheco Pereira, pela pena de um leitor de cujo nome agora não me lembro, que os critérios avançados pelo Governo (desenvolvimento económico e existência de alternativas) já estavam preenchidos por altura das eleições.
Pensava eu que um programa eleitoral seria algo para ser cumprido ao longo de quatro anos. Pensa diferente o ex-dirigente do PSD e historiador nas páginas do Público, perdão, o leitor: os programas eleitorais dos partidos são para executar de imediato, não se vislumbrando para que servem quatro anos de legislatura (se o autor do Abrupto, perdão, o leitor vasculhar melhor encontrará imensas coisas no programa eleitoral que ainda não foram executadas... um escândalo!).

Já agora, duas notas:
1. Um pouco antes das eleições, presumo que com base em indicadores estatísticos, o governo da altura tinha decretado o fim da crise económica (todos os governos têm o seu Manuel Pinho, mas alguns exageram...) e acabara de fazer um Orçamento que até dava quase como extinto o défice (!!!).
2. O nosso «leitor» não leu o resto do Editoral (porque será que, quando não interessa, nunca lêem tudo até ao fim?). Nem me dou ao trabalho de explicar porquê. Longe de mim querer debilitar a argumentação de JPP, perdão, do leitor.

Eh lá...

[Israel admite que usou bombas de fósforo no Líbano]

... qualquer dia ainda surpreendem a malta e dizem que têm umas armas nucleares escondidas, perdão, esquecidas nuns colonatos.

Bagdad, 2006


Hanói, 1968


domingo, outubro 22, 2006

E haverá um dia

meu netinho, em que as batatas substituirão o petróleo: La pomme de terre, avenir du sac plastique en 2015.

Uma questão de foco

O dr. Menezes está na televisão a exigir que o seu partido apresente uma moção de censura ao Governo por causa das «trapalhadas» dos últimos dias.
O dr. Menezes deixou-se entusiasmar pelos comentadores. Se calhar, até esteve a ler blogues... Confunde, por isso, o essencial com o acessório.
Uma coisa são as trapalhadas, os disparates que se dizem, as hesitações, as trocas e baldrocas. Outra é - como dizem os ingleses lá na língua deles - o que fica no fim do dia.
Ora, ao dr Menezes e ao PSD até podem ser benéficas as «trapalhadas». É só desgaste para o Governo a custo zero para a oposição. Porquê, então, a moção de censura?

A crise dos media

A partir da próxima semana, o El Pais vai dar um Mercedes por dia (enfim, um classe A...) e, aos domingos, um apartamento. E quem fica a ganhar é a Unicef.
Todos ficam a ganhar com a crise. Ou, os media como parte activa na redistribuição da riqueza.

sábado, outubro 21, 2006

Da escola e da falta dela

Este é, então, o tal fim-de-semana em que, todos os anos, ficamos a saber que, dentro da miséria generalizada, quem tem massa e vive em Lisboa ou no Porto consegue uma educação melhor para os filhos. Ohhh (isto é o som do meu espanto...)
Porém, ao ouvir as meninas-todas-de-igual que peroram na televisão sobre as vantagens de estudar num colégio-só-de-meninas por assim se podem concentrar no essencial... depois as mestras com um discurso tão ou ainda mais bafiento... fico com sérias dúvidas acerca da verdadeira qualidade das tais boas escolas.
Será que não é possível, como nos países normais, termos educação de qualidade, mas do século XXI?

Uma aventura no Lidl

Após uma aventura mal sucedida - a blogosfera está cheia delas -, está de volta o Lutz, cujo Quase em Português é um dos locais mais interessantes deste cantinho do ciberespaço. Agora, só faltam as «playmates da semana»...

As minhas loiras preferidas

até são as cervejas. E nem sequer sou um consumidor por aí além...
Quanto ao Volver, o João tem razão - grande filme.

[A propósito: li numa revista fiável (qual? não me lembro...) que o bum-bum da Penélope que aparece no filme - lembram-se? há duas ou três cenas com o dito em evidência - não é dela. É um implante (dizem os entendidos, idêntico ao utilizado naquele filme em que o Dustin Hoffman fazia de mulher) e que a Penélope e o Almodóvar se divertiram imenso com a coisa. Também.]

sexta-feira, outubro 20, 2006

Mysteries

Há uns meses, quase tive de deitar fora um disco. Havia uma canção na qual parava e parava e parava... Imaginem que já só quase ouço música no carro - o tempo, o tempo... - e vejam o efeito de ouvir esta Beth Gibbons, insistentemente, quase doentiamente, no meio do trânsito... É só uma das canções mais belas de sempre, daquelas de fazer arrepiar (na versão original, então... há uma parede de coro-quase-vento que acentua sobremaneira a enorme intensidade da canção).
Vem isto a propósito de...
Como hoje é sexta-feira, o Canhoto, pela tecla de Pedro Adão e Silva, tem a melhor sugestão musical para o fim-de-semana. Como todas as semanas.

quinta-feira, outubro 19, 2006

Halloween

Há notícias que, de tão esperadas, parecem velhas.
Por exemplo: Bush sees possible Iraq-Vietnam parallel.
Porque a verdade é que, por detrás da rotina de dezenas (!!!) de mortes todos os dias, tudo aponta para um agravamento sério, e talvez súbito, radical, da situação no terreno.
E a velha Europa, a tal que sempre foi contra o disparate da aventura iraquiana, não se pode pôr de parte. As circunstâncias, a globalização do conflito, não o permitirão.
Mesmo que, e valerá sempre a pena fazê-lo, repitamos: we told you so.

Lost in blogos

Com um repeitoso chuac à Charlotte, o nick mais adorável do burgo, agradeço colectivamente a todos os que assinalaram o primeiro aninho deste modesto http.
A blogosfera é imensa e está quase toda escrita numa língua estranha, uma espécie de Tóquio com menos néon, e por isso perdoem-me as omissões. Enfim, é por causa de malcriados como eu que a etiqueta bloguista está nesta miséria...

Olha que excelente ideia !

Imagem da campanha Folla't a la dreta (Fóllate a la derecha), dos Joves d'Esquerra Verda, nas eleições na Catalunha. Entretanto retirada... oooohhh...

[Jovens bloquistas, notai na pequenita estrela arrapazada no cantinho do folheto. Eu disse folheto... Aquilo verde, ao lado, é outra coisa.]

O fogo (dixit)

«Está o Governo - e todos os agentes de boa vontade, do terreno e dos gabinetes - de parabéns, com o esforço e o resultado, ajudado pela bondade das chuvas de Agosto.»
José Pinto Castilho, Público, 17 Out 06.

Ri

A história da ocupação do Rivoli é simplesmente divertida. Enfim, uma história...
É fascinante o que se está a conseguir escrever e teorizar acerca do assunto. Fascinante.

Oh que felicidade!...

A Rádio Renascença encheu as televisões com anúncios de dias felizes, de notícias positivas, de um mundo cor-de-rosa.
Dúvida 1: É um frete da Igreja ao Governo?
Dúvida 2: A campanha vai manter-se durante o referendo ao aborto?

Eu não sei o que ele sabe, nem sei quem sabe

O que se passou, de facto, na RTP, no dia 17.10.06? Repuseram a Rua Sésamo e não disseram nada a ninguém? Voltaram a esconder o cadáver de Salazar? Fizeram uma reportagem com câmara escondida no interior do Rivoli? O mistério adensa-se... Não (se) perca.

quarta-feira, outubro 18, 2006

NYC

Há textos que simplesmente nos vão sendo roubados pelo lufa-lufa da vidinha. Falta-nos sempre o tempo - enfim, dirão outros, o engenho - para teclar uns tantos apontamentos mentais de coisas que achamos especialmente marcantes. Nova Iorque, por exemplo.
Estreei-me na cidade este Outono. Um turista com tempo para deambular, com guia(s) na mão, mas sem obrigação de picar o ponto. Há milhares de fragmentos que se acumulam à espera de um organizador, que bem poderia ser este ecrã. E há uma imagem de conjunto difícil de sintetizar sem o risco de cair no ridículo. Desisto, enganando-me de que o farei temporariamente.
Seria, porém, um texto não muito longínguo da declaração de amor à mais fantástica cidade do Mundo (é a minha opinião, vale o que vale). Única, irrepetível e inimitável de que fala o Nuno no Mar Salgado. E - ele há coincidências... - com passagens obrigatórias pela cidade rock'n'roll de que fala outro Nuno no Sound + Vision.
[Já agora, just for fun, espreitem o vídeo que o Nuno por lá tem do Moby com a Debbie Harry às voltas com uma canção sobre NY tão pateta, tão pateta... que é uma delícia.]

terça-feira, outubro 17, 2006

O fogo que arde vê-se

O distrito de Viana do Castelo foi o que ardeu mais desde o início do ano.
Nos últimos seis anos, o distrito de Viana do Castelo foi o quarto que mais ardeu.
[Dados divulgados ontem pelo Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil.]
Logo:
1. O argumento de que este ano houve menos fogos porque já nada havia para arder é falso. Viana do Castelo ardeu muito nos últimos anos e este ano voltou a arder.
2. O argumento de que este ano houve menos fogos por causa das condições climatéricas é falso. O distrito que mais ardeu, Viana do Castelo, é dos que tem um maior índice de humidade.
Mas, é claro, isto é o que eu acho. Eu, que não sei fazer contas e que, oh sacrilégio máximo, até acho que o Governo está de parabéns pelas melhorias no combate ao fogo durante este Verão.
[Ooops... reparei agora que não estou sozinho. José Pinto Casquilho, que assina como eng.º silvicultor, hoje no Público, também acha que «está o Governo de parabéns». Outro que não sabe fazer contas...]

French Kissin'

















The tongue has a very sensitive surface, which is why tongue to tongue is the essence of french kissing.

Notícias de partir

Poll: Support for Iraq war at all-time low.

segunda-feira, outubro 16, 2006

Todas as fotos

no melhor blogue do mundo.


Orçamento do Estado

Um destes dias, a TAP decidiu que eu devia passar um par de horas no Aeroporto Francisco Sá Carneiro.
O objectivo daquilo é concorrer ao Guinness do maior espaço vazio coberto do mundo, não é ?

Pior melhor não há

Excelente ideia - «os piores portugueses de sempre» condiz muito mais com aquilo que, de facto, somos.

Sair do armário

FNV: L-Word ( converti-me). in Mar Salgado

Plano tecnológico

VIENNA (Reuters) - As many as 30 countries may develop the capacity to produce nuclear weapons swiftly unless more is done to tackle the spread of the technology, the head of the United Nations' nuclear watchdog said on Monday.

domingo, outubro 15, 2006

Ditosa Pátria

Uma pessoa ausenta-se uns dias e - zás! - no regresso, depara com um novo herói nacional. Alberto João Jardim, esse ganda pândego, agora travestido na missão de enfrentar os desmandos da socrática república. A avaliar por alguns relatos, o dito, perdão, o ditoso, terá mesmo encabeçado uma manifestação muito mega, em que também desfilou Salazar, esse outro marco da nossa excelsa governação, que, à parte uns pormenores desprezíveis, era, afinal, um bacano. Eu disse Salazar? Hum... deve ser ainda do jet lag. Volto já!

Grandes Portugueses

Há umas semanas, por motivos que não vêm à conversa, mantive contactos com algumas das pessoas que estão a organizar o programa Grandes Portugueses, da RTP. A ideia, pareceu-me, é tentar aplicar em Portugal a receita que fez sucesso na BBC - polémica e mais polémica. O ideal para quem está por detrás do espectáculo - é disso que se trata - seria que, daqui a umas semanas, estivesse em primeiro lugar o inevitável D. Afonso-bate-na-mãe, seguido do Marco «eu tenho dois amores» Paulo. Seria o escândalo, o escândalo dá audiências, etc, etc e tal. Os truques de promoção mais que costumeiros nestas andanças. Acho é que os organizadores não estavam à espera de ter a prestimosa e graciosa colaboração da intelectualidade, que, ainda a procissão não vai no adro, já se lança em polémicas variadas, alecrim e manjerona q.b... Não se lembraram que a malta «adere» com muita facilidade. E que tudo lhe eriça a epiderme.

USA, Novembro (!) 2006


Times Square, NYC, Outubro 2006


quinta-feira, outubro 05, 2006


quarta-feira, outubro 04, 2006

Oh João

mas há por aí um grande equívoco. Eu nada tenho contra os amantes, ainda menos contra as amantes. O que eu acho mal é que se ande por aí a falar deles e delas. Muito da graça da coisa está no shiiiiu associado!

Terrorismo

Negociar dá resultado. The Independent Monitoring Commission said the IRA had changed radically and some of its most important structures were dismantled.

Passo

Lá vem mais um referendo, mais um debate, sobre o aborto. Lá vêm mais uma vez os argumentos definitivos, a rasteira argumentativa, o truque baixo, a pura baixaria. De parte a parte, todos convencidos ou tentando convencer-nos de que estão cheiinhos de razão. Acho que não vou ter paciência. Passo.

terça-feira, outubro 03, 2006

O que realmente interessa

Este livro, Sexus Politicus, de Christophe Deloire e Christophe Dubois, conta que Ségolène Royal teve um amante. Sim, um amante.
O livro, acabadinho de sair, não revela o nome, mas alguma imprensa francesa já o estampou.
Eu só não percebo como é que os media portugueses não falam do assunto. Sim, isto é que interessa. É só Iraque e os americanos e lôas aos Hamas... Já enjoa. A intelectualidade não aguenta.

Post anti-americano do dia

Vocês conhecem algum país no mundo em que se mate tanta gente a tiro nas escolas?
[Nã, nã... o Iraque não conta.]

segunda-feira, outubro 02, 2006

Bom bordo

Jay Jay Johanson (é primo da Scarlett?), aka NMP, está de regresso à blogosfera. Mas como nos blogues as boas notícias atraem as más, o VLX também.

Da moral e da decência (II)

Sabe João, eu até concordo com a senhora. A televisão é lixo, aqui ou em qualquer lado, e o resto, o património, a criação artística, são ruínas.
Os Morangos são tão obscenos como os telejornais, e a Biblioteca Nacional não é muito diferente de Foz Côa (perguntam os mais novos - avôzinho, o que é o Foz Côa?, e a malta até já tem dificuldade em explicar a coisa do princípio ao fim).
O que me entedia infinitamente (e agora até pareço a Mena a falar...) são dois tipos de pessoas. As muito liberais, muito liberais, mas que só pensam em educar o povo, pela televisão, pois claro. E os estrangeirados, que olham para isto com um enorme nojo, tudo uma porcaria, ó que tédio viver nesta choldra. A Mena consegue encaixar nas duas categorias. É obra.
A televisão, uma pateta mas inocente série juvenil, deveria ser censurada. Já as amantes do dr. Soares podem ser motivo de conversa de café. Voyeurismo, escândalo, sexo pois claro... tudo bem, desde que seja a sério. Não de série.
Fosse um jornal a falar das amantes do dr. Soares e teríamos escândalo pela certa - ó deuses, a invasão da intimidade. A devassa. Como é a Mena, a malta até acha graça. A Mena, afinal, até nem é de cá. É uma intelectual. Deveria era estar na Biblioteca Nacional. Devidamente encadernada e preservada, claro.

Mais que perfeita

A música de Diana Krall (ela própria...) tem um enorme defeito - a perfeição. É assim desde o primeiro disco. O último (From This Moment On) também. Ouça-se, por exemplo, Little Girl Blue.
O problema é que já não temos tempo ou paciência para a perfeição. Vivemos um tempo em que se valoriza o fragmentário. Desprezamos os perfeccionistas. Valorizamos o cabelo desalinhado, a roupa estragada, a música dissonante, o romance engasgado, o dia-a-dia esquizofrénico, a experimentação culinária, a extravagância sexual, o acaso. Nesse caos quotidiano, felizes aqueles que ainda arranjam tempo, ou melhor, espaço para a beleza perene de Diana.

Parentes na lama

O quê? O irmão da Ségolène (Royal) está metido num escândalo?
É pá, isso é quase tão excitante como aquelas histórias do «cunhado do Guterres» (há dias voltou aos jornais, mas agora já não é «cunhado» nos títulos, porque já não interessa...), ou mesmo as do filho da (Leonor) Beleza. Quero saber mais.

Teorias da conspiração (3)

How Bush & Rumsfeld Deceived Themselves - And Us - About the War in Iraq.

Vá lá, façam um documentariozinho, que a RTP passa. Passa, não passa?

domingo, outubro 01, 2006

Da moral e da decência (dos outros)

Maria Filomena Mónica - vem hoje no 24 Horas e parece que vai passar terça-feira na RTP - acha que a novela Morangos com Açucar é «imoral e indecente» e que, se ela mandasse (irra...), «mudava tudo o que se vê na televisão nacional».
Estou mesmo a ver o alinhamento:
série As 101 amantes do dr. Soares
série No ginásio com Sócrates
mas o melhor seria guardado para o prime time O Meu Bilhete de Identidade, um programa obviamente «moral e decente», como se imagina.

Teorias da conspiração (2)

Uma pena. Entramos em Outubro, há humidade no ar e, o mais certo, é já não haver mais incêndios florestais. Quer dizer, daqueles grandes...
O quê? Também já não há nada para arder? Pois é. Que chatice.




A frase da semana

está, porém, na capa da revista Lux.

«Senti-me quase avó», Maria Cavaco Silva quando foi «a primeira» a saber da gravidez de Letizia.

E por falar

em sacos de plástico.
Já repararam que a secção de Cartas dos Leitores mais interessante também trocou de jornal?

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