quarta-feira, agosto 30, 2006

Veneza


Informações de que disponho...

Porque será que tenho a sensação de que a última edição do Independente não é a de amanhã?

Veneza


The future is now

Things are going to slide, slide in all directions
Won't be nothing
Nothing you can measure anymore.

Leonard Cohen, The Future (1992)

Notícias da Azinhaga

As demolições lá prosseguem na Azinhaga dos Besouros. A novidade, esta manhã, era o impedimento de os jornalistas se aproximarem. Tivemos, então, direito a um relato da deputada Helena Pinto, do Bloco, que descreveu o «cenário de guerra que se vive ali atrás». Em termos de informação, foi um enorme ganho...
Demagogias e fait-divers à parte, este episódio levanta duas questões sérias que a espuma das reportagens televisivas só ajuda a esconder:
1. É inadmissível que, numa sociedade como aquela em que vivemos, estejam a ser demolidas casas (ou barracas...) naquelas condições, independentemente das razões que possam assistir a cada parte envolvida.
2. A questão do acesso dos media aos locais dos acontecimentos é muito mais difícil de resolver de que algumas «pessoas bem informadas» pensam. No caso concreto, entre reportagens inflamadas das televisões e a versão filtrada pelo Bloco, venha o diabo e escolha.

(Don't) send in the clowns

Um amigo telefonou-me hoje a perguntar porque tão raramente dou nome aos palhaços quando falo deles no blogue. Respondi-lhe que é por gostar muito de circo.

Micro-causa

Remember... «Informações de que disponho...»

terça-feira, agosto 29, 2006

Portugal banal

Uma mulher (44 anos) deslocou-se ao hospital de Viseu porque «tinha caído» O marido diz que a encontrou na casa de banho com a cabeça partida e «sangue por todo o lado». A mulher terá sido tratada e voltou a casa. Encontraram-na morta na cama horas depois. A PJ suspeita que os ferimentos foram causados por alguém. O marido assegura que ela morreu porque «bebia muito vinho». Ele, confessa, de vez em quando, dava-lhe «umas lambadas». Os vizinhos nada dizem, não «metem a colher».
Ontem, o homem deu entrevistas a vários jornais. Na cozinha e na cama onde a mulher foi encontrada morta. Há manchas de sujidade por todo o lado. Em todas as fotos, o homem enverga uma t-shirt cavada onde se lê «Original Body Control».

War is over (III)

Everybody knows that the war is over
Everybody knows the good guys lost

Everybody knows the fight was fixed
The poor stay poor, the rich get rich
That's how it goes
Everybody knows.

Leonard Cohen, Everybody Knows (1988)

Verão misterioso

As informações de que disponho indicam que o primeiro-ministro passou pela Comporta nas férias do Verão. Mas não só...

segunda-feira, agosto 28, 2006

War is over (II)

Nunca uma vitória numa guerra tinha dado tanto barulho em casa.

Coisas que me atormentam

E o Presidente da República, aprova, ou não, o envio de tropas portuguesas para o Líbano?
[ouve-se em fundo o rufar discreto de um tambor...]

domingo, agosto 27, 2006

War is over

Everybody knows that the war is over
Everybody knows the good guys lost.

Leonard Cohen, Everybody Knows (1988)

Versões de Cohen

Já por aí deve andar «I'm Your Man», a banda sonora de um documentário de 2005 sobre e com Leonard Cohen.
O disco resulta de um espectáculo ao vivo, em que Rufus Wainwright parece ter sido a estrela central - canta duas canções e ainda conseguiu mais duas para a mana Martha e outra dividida a meias pela tia e pela mãe. Isto para não falar de uns evidentes amigos. Só faltou mesmo o patriarca Loudon.
Há versões muito boas. If it be your will, por Antony, ou I'm Your Man, por Nick Cave, são apenas dois exemplos. Cave agarra de forma arrebatadora uma das melhores canções de Cohen, exacerbando de tal forma as linhas circenses que lhe estão no sangue que às tantas conseguimos imaginar a menina rolando em cima de uma esfera de estrelas, ou o palhaço rico de bicicleta no arame.
E, obviamente, há outras versões assim-assim. Espantoso é que não conheço nenhuma má versão de canções de Leonard Cohen, como se a matéria original fosse qualquer coisa de sagrado que ninguém consegue conspurcar.

Post scriptum

[actualizado: agora tem um link activo]

No artigo anterior escrevi que “as informações de que disponho indicam que o gabinete do primeiro-ministro deu instruções directas à RTP para se fazer censura à cobertura dos incêndios”. Sobre o tema, o chefe de gabinete do primeiro-ministro, Pedro Lourtie, teve a amabilidade de me contactar na quarta-feira e disse-me que as declarações das minhas fontes a este respeito “são totalmente falsas”.

Nos seguros, nos medicamentos, nos jornais... convém sempre ler as letras pequeninas.

O ornitólogo

Nos blogues, uma pessoa está sempre a aprender.
Agora, fiquei a saber que o Pedro Correia [Corta-fitas] é um observador de pássaros e que até reconhece um pardal fêmea.

O maravilhoso mundo da bola (colecção de cromos)

Mas é claro que a notícia da semana, e séria candidata a notícia do ano, é a revelação de que o Benfica tem, nada mais nada menos, que quatro balneários no estádio. E ninguém protesta, ninguém se indigna?

Silly, completely silly

Os jornais, já se vê, têm de fazer pelo nome. E o Correio da Manhã é o jornal dos fait-divers. Por isso, na edição de sábado, sai uma página inteirinha da secção de Política para o Compromisso Portugal, que «regressa em Setembro», e para o dr. Manuel Monteiro, que está eternamente a regressar, mas que ontem ia mais precisamente «refundar». Agosto está quase a acabar, mas não se preocupem, que, como diz a canção, é quando um homem quiser...

sábado, agosto 26, 2006

Boas como o milho

É fim-de-semana e vocês [atenção, este post é politicamente correcto, girls aloud...] devem estar a perguntar-se: «E onde é que se arranjam miúdas giras?».
Ora, não tem nada que saber. É aqui. Isso... usem o rato.

sexta-feira, agosto 25, 2006

A credibilidade

Com tanta capacidade de análise do funcionamento dos media, Gabriel Silva [A Blasfémia] ainda acaba por ser convidado para integrar a tal Entidade Reguladora para a Comunicação Social...
É que a protecção das fontes - que dá origem às expressões que tanto o incomodam nuns casos e noutros não - integra um sistema de trabalho, com aspectos técnicos e deontológicos, que obriga, por exemplo ao contraditório, a ouvir as partes em confronto.
Isto já para não falar de uma realidade menos tangível, que é a credibilidade do emissor - credibilidade essa que se constrói, ou não, ao longo do tempo. E esse é um ponto crucial no caso em análise.
É claro que algumas pessoas, mesmo com outro tipo de responsabilidades na área dos media, preferem ignorar estes princípios básicos e travestir as informações de que dispõem em artigos de opinião, em vez de as trabalharem de um estrito ponto de vista jornalístico. Fornecer pretensa informação em artigos de opinião constitui um limbo mediático confortável, mas evidentemente desresponsabilizador.

Alface

No suplemento 6.ª, que sai hoje com o DN (sem edição online), Pedro Mexia escreve sobre os livros de João Alfacinha da Silva. Trabalhei com o Alface há muitos anos e foi das mais enriquecedoras experiências que me aconteceram. O Alface é de uma imaginação destravada e escrevia notícias (de rádio) que davam gosto ouvir. Na ficção, é autor de pequenas e deliciosas pérolas, injustamente menosprezadas, como refere PM. O Alface escreve, por exemplo, coisas destas: «Tão parecido com o Trotsky que só lhe faltava a picareta na cabeça».

Contra as polémicas

Há coisas que simplesmente não consigo discutir. O filme Os Amantes Regulares, por exemplo. O autor de umblogsobrekleist gosta de tudo o que o realizador, Philippe Garrel, faz. Já a mim, o filme em causa deixou-me à beira do desespero.
Eu também acho quase toda a chamada música erudita do século XX uma enorme seca, um desafinanço completo. E haverá pessoas que dirão: mais non, aquilo é desconstrutivista, o belo numa nota só, toda uma nova concepção de harmonia...
Enfim, há uns anos eu ficaria preocupado - a cultura dos clássicos, os grandes pintores, os autores russos, os músicos austríacos, as escolas expressionistas... tudo isso me chegou mal e tardiamente, produto que sou da mais fina escola pública portuguesa e das mais medianas e remediadas famílias de província.
Hoje, apesar de tudo, há mais mundos do que imaginávamos ainda há uma década. E há uma enorme democratização do gosto e do acesso aos bens culturais. Que fará comichão a uns tantos, mas que faz a alegria de muitos mais.
PS: numa coisa, o umblogsobrekleist tem razão - o tal do Garrel inventa uns títulos do caraças.

quinta-feira, agosto 24, 2006

A expulsão de Plutão

O fascinante nesta coisa da despromoção de Plutão é que, dizendo-nos eles que se trata de ciência, nós sabemos muito bem que é "just for fun".

Abençoado futebol

Luís Filipe Vieira disse hoje em duas televisões que já foi obrigado a mudar de casa e que agora ninguém sabe onde ele mora. E que vai abandonar o Benfica.

O que querem os portugueses

Capa da Visão de hoje: Reportagem especial - A moda de ter casa no Brasil.
Capa da Sábado de hoje: Portugal exclusivo - Pequenos luxos nos melhores hóteis.
Todo o Verão foi a mesma coisa. As duas newsmagazines portuguesas concorreram com capas sobre o melhor de Portugal, numa perspectiva de lazer, de fruição.
E se insistiram é porque vende, apesar de tudo isto ter como referência um quase microcosmos.
Esta agenda aspiracional dos portugueses, espelhada na capa das duas revistas, é um dos fenómenos mais interessantes deste Verão. Um caso para estudar e acompanhar.

Opinião muito bem informada

Na mesma semana de Agosto, mas em 2005, saiu um artigo de opinião em que se afirmava taxativamente que Sócrates pusera a Prisa a comprar a TVI numa estratégia para encobrir o desastre que estava a ser a governação.
Passado um ano, essa «opinião» não foi demonstrada com factos, a TVI continua igualzinha (um horror, aquelas chamas todas nos noticiários...) e as quotas de popularidade de Sócrates e as intenções de voto no PS são o que são.
Alguém se lembra quem era o autor do tal artigo de opinião muito bem informado?

Sibéria, sibéria

Na SIC-N, um camarada de Setúbal explica que o partido vai continuar a contar com Carlos de Sousa «após um período de repouso». Oh, que saudades na União Soviética...

quarta-feira, agosto 23, 2006

Como se faz opinião em Portugal (IV)

Vital Moreira ainda está à espera de que o gabinete do primeiro-ministro desminta a «pressão» para a «censura» na RTP.
Obviamente, Vital Moreira não procurou informar-se devidamente.

Como se faz opinião em Portugal (III)

[versão em directo da Lua]

O livro de Manuel Maria Carrilho foi alvo da mais avassaladora resposta de que há memória. Não houve cão nem gato que não se atirasse ao homem e à obra. Colunistas houve que escreveram semanas a fio sobre o assunto. Carrilho foi trucidado, insultado, gozado.
José Pacheco Pereira vem escrever agora sobre a «relativa complacência com que o livro de Manuel Maria Carrilho foi recebido».

A causalidade

Não Rui, o artigo em causa não «estabelece uma relação de causalidade identificando a pressão (o gabinete de José Sócrates), o pressionado (a RTP) e a consequência: deixar de dar visibilidade noticiosa aos indêncios.»
Ou melhor: o artigo em causa não fornece qualquer prova de que essa «causalidade» resulta de qualquer comportamento ilegítimo.
O Governo tem todo o direito de propôr às televisões que passem menos fogo nos telejornais (e fê-lo). E TODAS as televisões tiveram este ano menos chamas nos telejornais.
O que falta nesta história são provas das «pressões» e da «censura». Não percebo onde está a dúvida.

Como se faz opinião em Portugal (II)

Nas últimas semanas, alguns blogues (e alguns influentes, inteligentes, etc...) comentaram, linkaram, elogiaram um blogue de Miguel Esteves Cardoso que se percebia à légua ser uma falsificação, como hoje recorda a Charlotte.

Advertência a João Gonçalves

Notifica-se o detentor do blogue Portugal dos Pequeninos para que não volte a destoar do tom geral da blogolândia. A malta quer o apuramento de toda a verdade, não quer debates. Eu, por exemplo, estou proibidíssimo de ter opinião sobre o assunto - parece que me faz mal à saúde... Portanto, sr. João Gonçalves, faça o favor - sob pena de não receber nem mais uma pérola - de não voltar a escrever frases de mau tom do estilo «o "país do respeitinho" clama imediatamente por tribunal». Que é isso? País do respeitinho? Isso são modos de tratar os seus ululantes colegas blogueiros? Tenha juizinho, senhor João. Juizinho...

terça-feira, agosto 22, 2006


Errar

acontece a qualquer um. Por exemplo, o Jorge Ferreira [Tomar Partido] acha que há jornalistas favoráveis à quebra do sigilo das fontes. E linkou este humilde blogue. Será pedir-lhe muito que corrija o link? Já agora, gostaria de saber a que jornalista, de facto, se refere.

Ah, é verdade...

... e também ouvi dizer que.

O ressentimento

Do já famoso artigo de Eduardo Cintra Torres retenho especialmente a frase:

O lado emocional não deve ser omitido, pois não só as emoções são parte essencial da humanidade, e portanto, dignas de registo informativo, como elas se misturam amiúde à opinião, como no ressentimento enquanto emoção pública.

Como se faz opinião em Portugal

Informações de que disponho indicam que há blogues que recebem dinheiro para escreverem certas e determinadas coisas.

domingo, agosto 20, 2006

Notas de um iliterato economês

jcd, jcd... o meu amigo continua com esses seus velhos truques. Publica um quadrito, uma graficozinho e... zás... chama ignorantes (iliteratos, será assim?) aos outros.
Estamos todos de acordo - a economia portuguesa é uma lástima, o Estado gasta que se farta e os governos (para mim, todos; para o jcd, apenas os de esquerda) parece nada poderem/quererem fazer para inverter a situação. Isso é uma coisa e, com mais ou menos retórica, todos estaremos de acordo (este todos exclui, obviamente, o dr. Louçã, o operário Jerónimo e o jcd nas noites em que tem pesadelos com o Fidel e fica tão extremista como os outros dois).
Neste quadro, qualquer crescimento abaixo dos, digamos, 5% será insuficiente.
Outra coisa são os sinais, a conjuntura, os indicadores que nos vão revelando em que ponto estamos - e, obviamente, podemos marimbar-nos para eles e continuarmos com o blá-blá de que está tudo na mesma, que os números vão e vêm, que alguns deles até são martelados. Números são números e estes são os que temos. Não digo que se deitem foguetes, limito-me a registar.
O jcd sabe, obviamente, do que falo. Mas como isto dos blogues anda a ser lido por muito gente, o melhor mesmo é deixar alguns exemplos desta semana [era deles que o meu post falava]. Cito o Público, não esteja à coca algum blogger mais activo a detectar spin pró-DN nos meus textos:

A economia portuguesa voltou a dar sinais de melhoria em Julho, completando seis meses consecutivos de recuperação, de acordo com o indicador coincidente divulgado hoje pelo Banco de Portugal.
Os dados do Banco de Portugal apontam ainda para a continuação da recuperação do consumo privado, que tinha sido iniciada no final do ano passado.

O indicador de clima económico português subiu em Julho para um máximo de 21 meses, mas os dados quantitativos sugerem um abrandamento do consumo e trocas comerciais, anunciou hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE).

Eu vou pouco ao cinema

(e nem sempre acerto nos filmes...), mas há quem ainda vá menos e faça teses sobre o assunto. 14 Truly Sexy Sex Scenes [link encontrado aqui: o franco atirador]. E agora vou prá cama, que já são horas. Amanhã é dia de apanhar figos.

sábado, agosto 19, 2006

Estrella II

Agora, tentem comprar um disco de Estrella Morente em Portugal... Ou qualquer de música espanhola, francesa ou italiana lançados nos últimos meses. Missão impossível.
Nunca hei-de perceber a lógica comercial que leva as discotecas portuguesas a terem prateleiras a abarrotar com monos da 35.ª edição dos êxitos de Yves Montand e nada terem da mais recente música francesa. Ou tentarem vender aquelas pastilhadas das canções românticas italianas ou best of de flamenco para inglês ver, em vez de tentarem vender alguns dos discos que maior sucesso vão tendo nos países de origem.
Com um pouco de promoção - e estou a pensar em coisas com custo zero, como promoções nas lojas - estou certo de que alguma coisa se venderia. A gestão de stocks não justifica tudo - conheço prateleiras que têm os mesmos discos franceses ou espanhóis há meses...
Isto aplica-se, com maioria de razão, à Fnac, multinacional francesa com grande implantação em Espanha, que, certamente, não teria grandes custos em desviar para Portugal umas dezenas de discos.
EXEMPLO: nem é preciso falar nos novos valores; alguém viu por aí à venda Je Voyage (2003), o penúltimo de originais de Aznavour, cuja primeira canção se chama... Lisboa?

Estrella

Tem uma versão inesquecível de Vuelvo al Sur, de Piazzola, tem uma verão do Ne Me Quitte Pas com sotaque granadino, tem uma Zambra de cortar a respiração, tem o Volver da banda sonora do último Almodovar, tem canções dedicadas mulheres como Chavelas Vargas, Penelope Cruz, Rocio Jurado, Imperio Argentina.
O último disco de Estrella Morente [aqui dá para ouvir e ver um vídeo de Zambra] é das melhores coisas que se podem ouvir por estes dias.

As maldades que eles fazem

[Ou: modesto contributo para as teorias avançadas de Helena Matos sobre o jornalismo português.]

É verdade. Existe uma conspiração, organizada sob a forma de cabala, para arrumar as notícias muito más nos fundos da secção de Economia.
Vejamos, então, o que se passa com as notícias muito, mas mesmo muito, boas:

Correio da Manhã: Economia recupera
Jornal de Notícias: Economia ascendente
Público: Dados de conjuntura no máximo desde 2004
DN: Economia cresce mas INE lança avisos.

[Notas: no CM, a notícia mesmo muito boa é a última da secção de Economia on-line; no DN, conseguiram colocar um «mas» no título da notícia mesmo muito boa.]

NOTÍCIA MAIS DESTACADA EM CADA UM DESTES JORNAIS:

CM: Governo abre guerra à obesidade (!!!)
JN: Floribela e Morangos sete horas por dia na TV para agarrar os jovens (!!!)
Público: Utentes que vão ganhar médico de família afinal são 170 mil (!!!)
DN: Bombeiros profissionais em concelhos de risco (!!!).

sexta-feira, agosto 18, 2006

Is crap and sucks, indeed

Acreditem... esquerdistas gerais, trotskistas particulares, amigos do Hezbollah, fãs do Fidel, inimigos do Papa, anti-capitalistas selvagens, alter e halter mundialistas, pacifistas e outros terroristas, anti-semitas pois claro, gente mole, enfim, gente dessa há-a em todo o lado. Até no partido do Grande Irmão Tony Blair.
E, claro, está-se mesmo a ver, quem diz «Bush is crap», logo a seguir dirá «Israel sucks»... Uma tristeza.

Who in the hell is Nasrallah?

Vamos pois esperar para ver e deixemos para os propagandistas os gritos de vitória já.

JPP, in Abrupto.

Notícias de hoje

e, portanto, sem qualquer interesse. Marines May Have Excised Evidence on 24 Iraqi Deaths. Que disparate... o massacre de Haditha. Mas isso nunca existiu.

Os amantes do tédio

Eu até pensava que já não se faziam filmes assim. Fazem-se e até ganham prémios em Veneza e outras cidades decadentes. Os Amantes Regulares é uma estucha a preto e branco, de três horas, sobre o Maio de 68, uns amores banais, uns artistas idem, tem uma banda sonora com o piano mais irritante desde a invenção do dito e uma data de maneirismos/erros cinematográficos que serão bons para estudar nas escolas de cinema, mas que são de todo desaconselháveis a consumidores pagantes. As cenas de consumo de drogas, só consumo sem mais nada a acontecer, dariam para poupar quase um terço do nosso precioso tempo. Para consolo de todos, o protagonista morre no fim, uma espécie de vingança em diferido, já que o actor que o intepreta é filho do realizador. A bem da verdade, eu nem deveria estar para aqui a criticar o filme - afinal de contas, não o vi todo. Adormeci profundamente, logo no início, durante uma longuíííííssima cena alusiva às barricadas do Maio de 68 - o aburdo total, nada a acontecer e nós ali a ver. Depois, lá mais para a frente, acho que perdi umas confissões de cama, numa altura em que a malta andava em trocas e baldrocas, muita angústia existencial, muita queca, muito desatino. Enfim, se acharem que podem dispor de 5 euros para abrasar sem glória e de três horas em que poderiam estar a fazer qualquer coisa mais interessante - como, por exemplo, contar as matrículas ímpares que vão passando na Avenida de Roma - e não resistirem, depois digam alguma coisa. Ah... mas não contem ao Manoel de Oliveira que o filme está em exibição - acho que ele ia ficar verde de inveja.

quinta-feira, agosto 17, 2006

Extra - última hora - extra

Também há corrupção na Palestina... Uau, afinal não é só nos países democráticos.
Ainda por cima, a história nem sequer tem barbas nem nada - o velho círculo de corrupção que envolvia Arafat, a família de Arafat e a Fatah e que, dizem, terá sido uma das razões da vitória do Hamas nas eleições na Palestina. Ups... desculpem, falei em «eleições na Palestina»? Desculpem, foi um lapso.

Entretanto

violence in Iraq is at its highest level yet.

O lobo mau (versão melhorada e aumentada)

Brigitte Gabriel. Sabe quem é? Não... pois. Se tivesse lido os blogues A Blasfémia, A Arte da Fuga ou My Guide To Your Galaxy, o nome já lhe diria algo (com direito a video e tudo...). Basicamente, falamos de uma mártir libanesa que escapou às atrocidades dos fanáticos muçulmanos até cair nas mãos salvadores dos israelitas. Logo ela, que era cristã e tinha sido educada a odiar judeus... Uma história triste, muito triste e, presume-se, ilustrativa do actual momento no Médio Oriente.
Só que...
a) a entrevista que os referidos blogues reproduzem é de 2004 (!!!). Curiosamente, nenhum deles o menciona (e logo blogues que são autênticos watchdogs dos media tradicionais...).
b) a senhora vive nos EUA desde 1989!!!
c) nos EUA, a senhora fundou o American Congress for Truth «to speak out in defense of America, Israel and western civilization».
d) as entrevistas/declarações/depoimentos da senhora são distribuidos regularmente, entre outras entidades, pelo Governo de Israel.
Tudo isto está na internet, à distância de cinco minutos de Google. Nada disto tem a ver com a questão de fundo - a óbvia diferença entre os terroristas do Hezbollah e a democracia israelita, por muitos erros que esta cometa (e comete).

terça-feira, agosto 15, 2006

Um fogo antigo

Uma das vantagens de ter estado de férias por estes dias foi a de não me ter sentido obrigado a escrever sobre os incêndios. Nada percebo de política florestal, muito menos de combate a fogos e, sinceramente, entediam-me estas eternas discussões sobre seja o que for que acabam sempre reduzidas ao confronto político mais básico.
Por exemplo, a Economist dedicou um quarto de página aos fogos em Portugal, Espanha e França. Logo no título, avança: Could this year's summer fires have been prevented? Probably not. Se ler esta frase pela bitola de análise tão em voga em Portugal, chego à conclusão de que, sendo a Economist uma revista conservadora e estando os conservadores no poder nos três países referidos, estamos perante uma mera afirmação desculpabilizante. Governasse a esquerda e a Economist seguramente encontraria falhas gravíssimas de origem humana.
Prefiro, porém, pensar que os incêndios - ou melhor, os efeitos especialmente desvastadores destes incêndios - se devem a um antigo fogo que arde sem se ver no resto do ano. Um fogo que mistura explosivamente exageradas doses de incúria com uma total ausência de planeamento do território.

in Terras do Nunca, 19 de Agosto de 2003.

still there


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