sexta-feira, dezembro 30, 2005

A lista

Sem tempo ou pachorra para as inevitáveis listas de fim de ano, elejo como a melhor lista de fim de ano a lista de Constança Cunha e Sá [Minha Rica Casinha]. Só a das coisas más. É curioso: não ostei de quase nada do que ela gostou em 2005, mas não gostei de tudo, mesmo tudo [enfim, menos aquela coisa do fumo na TVI...], o que ela não gostou.

sábado, dezembro 24, 2005

And so this is Christmas...


sexta-feira, dezembro 23, 2005

O síndroma de Chávez invertido

Uma data de grupos que concorreram às recentes, democráticas e livres eleições iraquianas estão a clamar «fraude!». Que se lixem.

quinta-feira, dezembro 22, 2005

Dylan (III)



















(c) Me & my Bobdoll
by Peter Dare


May God bless and keep you always,
May your wishes all come true,
May you always do for others
And let others do for you.
May you build a ladder to the star
And climb on every rung,
May you stay forever young,
Forever young, forever young,
May you stay forever young.

May you grow up to be righteous,
May you grow up to be true,
May you always know the truth
And see the lights surrounding you.
May you always be courageous,
Stand upright and be strong,
May you stay forever young,
Forever young, forever young,
May you stay forever young.

May your hands always be busy,
May your feet always be swift,
May you have a strong foundation
When the winds of changes shift.
May your heart always be joyful,
May your song always be sung,
May you stay forever young,
Forever young, forever young,
May you stay forever young.

[Palavra por palavra. Esta é a canção que qualquer pai gostará de dedicar a um filho.]

Dylan (II)

De Dylan, vale quase tudo. As mais conhecidas, mas também as outras. As pérolas que não constam dos best of. Vale tudo de 65/66 (Highway..., Blonde on Blonde), mas mesmo tudo. Vale tudo, por exemplo, de Desire (76). E uma infinidade de pérolas escondidas em quase todos os discos. Digo quase porque a transição dos anos 70 para os 80 teve umas coisitas para esquecer...
Mas de Dylan é impossível passar ao lado dos grandes hinos. Like a Rolling Stone foi há pouco considerada a melhor canção de sempre por um painel. Mas ainda prefiro Forever Young, não por causa de qualquer mito da longevidade, mas porque acho que aquelas são as mensagens certas. Por muito que isso custe ao mainstream cínico, muito disfarçado de realismo, dos dias de hoje.

O síndroma de Chávez

Parece que na Bolívia o povo elegeu para Presidente um fulano de que os europeus não gostam.

quarta-feira, dezembro 21, 2005

Dylan (I)

O antónio [opiniondesmaker] intervém no meu dilema - e agora, escrevo sobre o quê? - e sugere: «poderia escrever outra vez sobre Deus!».
Seja.
Dylan entrou na minha vida como sempre acontece com estas coisas do Divino. Don't know why, don't know when... Mas a verdade é que sobre Dylan nem sequer sinto grande necessidade de explicar. Nada sobre a enorme influência na história da música, nada sobre a poesia, nada sobre modas, rupturas, políticas... Nada. Dylan é, simplesmente.
Vem esta conversa toda a reboque de uma espécie de intróito ao poste que se segue (que raio de conversa...), o qual, por sua vez, é assim a modos que uma celebração daquilo que não foi, mas poderia (e deveria, e deveria...) ter sido: 2006, o ano Dylan.




(c) Covenant Woman
by Michael Maxwell - Maxwell.MiATmonet.k12.ca.us

Oh Canada, Canada...

"Consensual conduct behind code-locked doors can hardly be supposed to jeopardise a society as vigorous and tolerant as Canadian society"
Canadians can have group sex in clubs - top court.
Há dias, já tinha chamado a atenção para o Canadá. Ponham os olhos no Canadá...

E agora?

Hesito: escrevo sobre Tina Turner ou Bob Dylan?
Talvez sobre os Abba...

terça-feira, dezembro 20, 2005

Em resumo...


O debate

Cavaco e Soares confrontam-se hoje à noite num debate que, noutras circunstâncias, seria perfeitamente histórico. Apesar do evidente desequilíbrio dos seus lugares na História.
Que um deles possa, no actual momento, vir a ocupar o lugar mais simbólico da nação - e é apenas disso que se trata - entristece-me. Por uma infinidade de razões, a maioria delas, admito, demasiado subjectivas para serem discutidas. Não são deste tempo - penso ser, apesar de tudo, a frase que melhor resume o que penso dos dois cavalheiros.
A eleição não me interessa. Guardarei neste espaço silêncio sobre o assunto.

segunda-feira, dezembro 19, 2005

Purify my mind

Purify the colors, purify my mind.
Purify the colors, purify my mind,
and spread the ashes of the colors
over this heart of mine!


[Neighborhood #1 (Tunnels), Arcade Fire]

Uma ideia interessante

Será que um dia [JPP] irá escrever a sua [de Louçã] biografia não autorizada?
Li esta ideia fantástica na caixa de comentários do Avatares de um desejo, um blogue que, mesmo em terras de África, não se esqueceu deste vosso. Obrigado. [E é mesmo uma ideia a seguir - daqui a uns anos - aquela do JPP e do Louçã...].

sexta-feira, dezembro 16, 2005

Especialistas

Irrita-me que as pessoas se escondam atrás do anonimato ou qualificativos vagos. Por exemplo, quando alguém se apresenta como "especialista em igualdade de género", conviria que especificasse se é praticante ou meramente teorizador. Ou se acumula.

Ora, é isso mesmo que interessa

Dizem-me que nos debates presidenciais se discute a privatização das águas.

quinta-feira, dezembro 15, 2005

Happy Funeral to you

Funeral, dos Arcade Fire. Já recomendei a sequência 6, 7, 8.
Agora outra. Por exemplo: 9, 3, 1.
A 9 é U2 quase puro, a 3 é mais Waterboys e a 1 é descaradamente Neil Young. Obviamente, sobre esta há que dar um desconto. Às vezes, até nos fados de Amália consigo ouvir Neil Young...

quarta-feira, dezembro 14, 2005

Stop it John! I like someone










JT: Are you dating anybody? You can keep who it is a mystery, but is there someone you like?
SJ: Yes, I like someone.
JT: And is it the same person you liked two years ago?
SJ: Stop it, John! No more.
JT: But you're a major sex symbol. People want to know!
SJ: You're the worst. I was talking to somebody the other day about working with you, and we agreed you live vicariously. You're always like, "So, what's your sex life like? Who are you dating? Who are you hanging out with?"
JT: Well, I'm very protective of you. I don't want to see you with the wrong person.
SJ: Well, we'll talk about it some other time.
JT: All right. As long as you're happy, that's all that matters.
SJ: Yes, I'm very happy. I've got my dog. I like someone. I'm in New York. Everything's good.

[Jonh Travolta entrevista Scarlett Johansson
Interview, Novembro 2005].

segunda-feira, dezembro 12, 2005

À falta de melhor...

24 horas depois, a altercação de Barcelos na campanha de Soares apenas suscita comentários nos blogues oficiais da direita. Numa estranha disputa pela piada mais parva ou pela tese mais dispararata. No fundo, a ver se a polémica pega. Até dava jeito.

Tócala Sam, por los viejos tiempos

A Variety faz 100 anos. E faz uma festa. As cem cenas, as cem canções, os cem trajes... Um festival para cinéfilos. O site da revista tem material qb. Mas vale a pena dar um salto ao resumo feito pelo El Pais, onde o momento musical mais célebre da história do cinema começa assim: «Tócala Sam, por los viejos tiempos. Toca 'El tiempo pasará'. » Uma delícia.

[Já agora, o site da revista é um verdadeiro espectáculo. Blogs, podcasts... e milhares de fotos para usar em blogs.]

Blues em caixa

A História do Blues, de que o JPH [Glória Fácil] fala, está à venda, em caixa e tudo, por sessenta ou setenta euros na FNAC. Aliás, a edição legendada em português é da multinacional (há que tempos não usava esta expressão...) francesa. A série é, de facto, fantástica e acho que alguém deveria acrescentá-la à já lendária lista de prendas de Natal do João.



domingo, dezembro 11, 2005

Deus não gosta de omeletes

Há quem veja nos mais pequenos pormenores a prova da existência de Deus, a sua presença. Na suave brisa da manhã, no perfume exalado por um vinho precioso, talvez mesmo no microchip que comanda o novíssimo N90 da Nokia.
A mim, acontece-me o contrário.
Chega a casa, a desoras, e a porta entreaberta do frigorífico apenas me revela a presença comestível de uns ovos, às vezes um queijo.
Sai, então, uma omelete. Tudo, é claro, sem que Deus revele a sua presença. A omelete, a mais rápida e fácil obra-prima da culinária, é a prova de que Deus despreza os pormenores, despreza provar a sua existência. A omelete, esse primordial e originário fast-food, é também um concentrado de colesterol, um dos mais perfeitos e acabados concentrados de colesterol. Deus não se importa que eu, acabadinho de trabalhar dezena e tal de hora, me encharque em colesterol. Ou, se calhar, simplesmente Deus não gosta de omeletes.

quinta-feira, dezembro 08, 2005

Verissimo

Mão amiga (andava para usar esta expressão há uma data de tempo), que acompanhou um certo e determinado candidato presidencial numa incursão ao Brasil, fez-me este favor:


Vejo, entretanto, que o Francisco já vai aqui:


Quando eu ainda estou aqui:













O Verissimo, se contribui para que o mundo seja um bocadinho mais suportável, torna-o também um tudo nada mais injusto. Sniff...

Yellow link

A Charlotte linkou-me nos favoritos sob as palavras: a manhã desejada. Por exemplo, com flores amarelas lindas.

Lennon

Duvido que o mundo sem fronteiras ou religião de que falava John Lennon (Imagine) fosse de facto mais pacífico. Melhor: sê-lo-ia, mas rapidamente a malta arranjaria maneira de erguer novas diferenças, novas fricções.
Apesar disso, gosto de Lennon. Da música e da política de Lennon. Neste tempo em que as utopias sao território maldito.

6, 7, 8

Podemos começar por aí. Pela 6.ª, 7.ª e 8.ª canção de Funeral. O disco dos Arcade Fire [como se prognosticava aqui e começa a confirmar-se aqui] vai ser o disco do ano numa data de sítios.
Os canadianos, digo eu que nada percebo de geopolítica e muito menos de cinema (!), sempre me pareceram um povo de loucura normal. Belo, mas aterrador. Neil Young, Leonard Cohen, Joni Mitchell...
Os Arcade Fire ouvem-se volume alto, se possível um pouco acima do normal (lá está...), de coração aberto, com o entusiasmo das coisas que se descobrem. Com emoção.
Crown of Love, Wake Up, Haiti - a sequência recomendada, 6, 7, 8, tem o tal lirismo arrebatador, quase louco, quase insustentavelmente belo. Não recomendável a mentes poucos disponíveis.

segunda-feira, dezembro 05, 2005

0-1

Joga em casa e perde.

Hot in the city

Concordo com o Marujo [Cibertúlia]. Com o frio que tem estado, nada como sair para a rua com o equipamento adequado.

Cruz, canhoto

O artigo de Bagão Félix (oh que saudades...) no DN de domingo sobre a polémica dos crucifixos merece toda a nossa atenção. Porque é um condensado da linha de defesa da igreja católica, da linha oficial, daquela que, sempre dizendo o contrário, acha que ainda manda no Estado, que o Estado lhe deve muito e que, por isso, é merecedora de todos os privilégios do Estado.
Cada ponto que Bagão alinha é rebatível, mas não vale a pena. Sermões aos peixes... Fiquemo-nos por essa afirmação que tudo resume: «para proteger as minorias, nada melhor que desprezar as maiorias!» Precisamente... A igreja católica, a igreja instituição, encara o seu ofício como algo entre a política e o futebol - um jogo de contagem de cabeças, com derrotados e vencidos. Não é de nada disso que se trata, mas também não vale a pena explicar-lhes, porque eles sabem. Só fingem não saber.

PS: o artigo de Bagão passa, porém, por uma questão interessante - porque não abdicam os políticos dos privilégios/benefícios da religião? Exemplo: por que carga de água hão-de o Presidente da República e o primeiro-ministro assistir a uma missa por Sá Carneiro?

Cenas da vida conjugal

Ao fim de dois ou três dias, a conversa do costume. Lá me deixaste abandonado outra vez. Se calhar, andas com outro. Que não. Que tem de ser assim, muito tipo relacionamento moderno. Cada um com a sua liberdade. Por exemplo, de só escrever aqui quando me apetece. Mesmo quando tenho tempo, o que vai sendo raro. A mesma conversa do costume, de facto.

sexta-feira, dezembro 02, 2005

A vida. Como ela é

Não faço ideia de quem seja Brendan Gill. Nem é isso que interessa. Registo apenas que se trata(va) de alguém de muito bom senso:
Not a shred of evidence exists in favor of the idea that life is serious.
O Google não dorme.

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